Celebração da Igreja
No domingo, 21
de agosto, após a Missa na praça da basílica de nossa Senhora de Nazaré, foi
encerrado o 17º Congresso Eucarístico Nacional de Belém; ato final foi uma
majestosa procissão pelas ruas da cidade, até à frente da Catedral “Nossa
Senhora da Graça”, junto do Forte do Presépio, onde nasceu Belém. “Aqui esta
cidade volta hoje às suas origens, onde há 400 anos ela foi fundada, para
renovar o seu pacto com Cristo”, proclamou Dom Alberto Taveira Corrêa,
arcebispo de Belém.
A celebração do
Congresso encheu uma semana inteira, tendo no seu centro a Eucaristia. A partir
do tema – “Eucaristia e partilha na Amazônia missionária” – foi realizada uma
extensa programação, com celebrações diárias, na Catedral de Belém envolvendo
os diversos componentes do povo de Deus: leigos e suas organizações, religiosos
e demais consagrados, os sacerdotes, os diáconos e bispos. Mas também foram
destacados os próprios “bens da Igreja”, que são a Palavra de Deus, a
Eucaristia, a Confissão e os demais sacramentos e a missão da Igreja; houve até
primeira comunhão de crianças, numa envolvente celebração no estádio.
O Congresso
Eucarístico, de fato, transcorreu como um verdadeiro Congresso eclesial,
confirmando que “a Eucaristia faz a Igreja”. Enquanto “Congresso eclesial”, em
torno da Eucaristia, não podia faltar a dimensão da caridade e da misericórdia.
Após uma missa na Sé de Belém presidida pelo Legado Pontifício para o
Congresso, o Cardeal Dom Cláudio Hummes, com a participação do pobres e
moradores de rua, houve um almoço comunitário com eles. A partilha fraterna e a
misericórdia foram sempre lembradas, como dimensões imprescindíveis da vida
cristã e eclesial; houve um dia dedicado às confissões em todas as paróquias de
Belém. Bispos e padres participantes do Congresso atenderam às confissões e
também se confessaram.
A dimensão
missionária do Igreja esteve no centro do Congresso. Enquanto eram recordados
os 400 anos do início da evangelização da Amazônia, foi também evidenciada a
urgência da ação missionária no imenso território amazônico; a partilha
eclesial e missionária de pessoas e de recursos materiais é inseparável da
Eucaristia. As dioceses e prelazias da Amazônia dependem muito dessa partilha
na realização de sua missão.
Nos simpósios
teológicos, bem frequentados, foi feita a reflexão sobre diversos aspectos da
Liturgia e da vida eucarística da Igreja. Jornadas pastorais, que envolveram os
participantes do Congresso nas 6 Regiões Episcopais da Arquidiocese, trataram
de temas como a catequese e a evangelização, a caridade, o serviço aos doentes,
a família, os jovens. Houve uma vigília eucarística em todas as paróquias.
Mas na Igreja
nunca falta Maria, a Mãe de Jesus e de seus discípulos. Em Belém, é muito
grande a devoção a Nossa Senhora de Nazaré e a procissão do “Círio de Nazaré”,
que se faz todos os anos em sua homenagem, em outubro, é um dos maiores eventos
religiosos do Brasil. Maria foi recordada com “mulher eucarística”, que viveu a
“comunhão” com Jesus de maneira única; ela ensina toda a Igreja a viver
conforme a vontade de Deus. É também ela a primeira missionária, que mostrou e
continua mostrando ao mundo o seu filho, Jesus, convidando-nos a fazer tudo o
que ele ordenou.
E não podiam
faltar a partilha fraterna e a hospitalidade. São Paulo já recomendava a
hospitalidade aos cristãos da Igreja primitiva e o povo das paróquias de Belém
foi acolhedor e hospitaleiro para com os peregrinos. Belém também tem muito a
mostrar para os hóspedes; além do mercado do “Ver-o-Peso”, com os produtos
típicos da Amazônia, há muita história, belas igrejas e museus, com arte
apreciável.
O Congresso
Eucarístico de Belém foi um verdadeiro Congresso eclesial, mostrando a riqueza
e a diversidade da vida da Igreja e o envolvimento dos seus membros na vida das
comunidades locais. Foi uma grande “semeadura”, assim como é toda obra
evangelizadora da Igreja. Os frutos virão a seu tempo.
Cardeal Odilo
Pedro Scherer - Arcebispo de São Paulo (SP)
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Cardeal Hummes pede empenho da Igreja
ao avaliar Congresso Eucarístico
ao avaliar Congresso Eucarístico
Com o tema “Eucaristia e Partilha na Amazônia Missionária”, ocorreu em Belém, no Pará, entre os dias 15 e 21 de agosto, o 17º CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL. Este evento que ocorre a cada cinco anos, reuniu aproximadamente 600 mil participantes e centenas de bispos.
Dom Cláudio Hummes |
O cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, foi indicado pelo Papa como seu representante. Em entrevista exclusiva ao A12.com o cardeal avaliou positivamente as reflexões e debates deste evento e apresentou alguns dos desafios da missão na Amazônia. Dom Claudio pediu ainda que os bispos e toda a Igreja do Brasil possam dar continuidade às discussões levantadas neste Congresso.
"Ao meu ver foi um congresso muito bem realizado com grande êxito, muita gente com uma fé realmente emocionante. Como você dizia, ao redor de 600 mil pessoas. Foi um momento muito especial", celebrou Dom Cláudio ao destacar a grandiosidade deste evento.
"Os grandes temas que marcaram este congresso foram a missão e a Amazônia, ou seja, a missão nesta região mas também a missão em todo país e a responsabilidade da Igreja de todo o Brasil em relaçao à missão na Amazônia". Segundo o cardeal, os debates foram orientados em grande parte pelo magistério do Papa Francisco.
"Quem nos orientou muito profundamente foram os grandes documentos do Papa Francisco sobretudo a 'Laudato si' mas também a reforma no sentido de uma Igreja totalmente missionária e isso para nós foi uma convocação muito forte e que foi constantemente lembrada nesse Congresso", afirmou Dom Cláudio.
Desafios à ação evangelizadora da Igreja
Pobreza, inculturação, espírito missionário, assistência das comunidades das grandes periferias e do interior e ainda a necessidade de uma presença profética que abra novos caminhos para essa região, foram os desafios destacados pelo cardeal.
Dom Cláudio explicou que a crescente urbanização tem lançado novos desafios até então não tão debatidos pela Igreja. Nessa realidade, ele lembra a escassez de vocações ordenadas e missionárias.
"São grandes desafios, a Igreja tem muito pouca gente, esse é o desafio maior! Nós não temos suficiente missionários e missionárias e sobretudo não temos suficiente ministros ordenados, quer dizer, padres e diáconos que possam estar presentes em tantas comunidades sobretudo do interior mas também das periferias das cidades".
Por outro lado, o cardeal exaltou a força da Igreja presente nessa região. "São realmente muitos desafios mas ao mesmo tempo o que se encontra ali é uma Igreja muito valente, viva, ativa, com uma fé muito grande e isso se manifestou ali em Belém. Nós vimos como esse povo tem uma fé realmente comovedora", frisou.
Não cair no esquecimento
Para Dom Cláudio é fundamental dar prosseguimento e repercussão às discussões deste encontro para que elas não caiam no esquecimento.
"É necessário que a Igreja no Brasil faça assembleias e faça encontros para tudo isso ser retomado para que o fruto possa realmente ocorrer, para que coisas não fiquem assim 'foi bom', 'foi uma bela festa religiosa' e, depois tudo continua do mesmo jeito. O Papa sempre pede que não deixemos as coisas como estão. Vamos caminhar, vamos ser corajosos e vamos assumir novas atitudes missionárias e misericordiosas!", finalizou.
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Fonte: a12.com
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