Sacerdote e vocação
Neste primeiro
domingo do mês de agosto, gostaria de lembrar a vocação sacerdotal. A história
de cada vocação sacerdotal, como, aliás, de qualquer vocação cristã, é a
história de um inefável diálogo entre Deus e o ser humano, entre o amor de Deus
que chama e a liberdade da pessoa que, no amor, lhe responde. Estes dois
aspectos indissociáveis da vocação, o dom gratuito de Deus e a liberdade
responsável de quem é chamado, emergem de modo tão extraordinário quanto eficaz
das brevíssimas palavras com as quais o evangelista Marcos apresenta a vocação
dos doze: Jesus “subiu depois ao monte, chamou a si aqueles que quis e eles
foram ter com Ele” (Mc 3,13). De um lado está a decisão absolutamente livre de
Jesus, do outro o “ir” dos doze, ou seja, o “seguir” Jesus (Pastores dado
vobis).
Seguir Jesus
significa viver em profunda comunhão com Ele, através da oração. Tendo presente
a própria vida e missão, o povo de Deus, ter amor e compaixão pelos que
padecem, tempo para curar as feridas da alma com o bálsamo da misericórdia.
Lembrando que os sacerdotes santos são pecadores perdoados e instrumentos de
perdão, nos recorda o Papa Francisco, são seres nas mãos de alguém que sempre
cumpre com suas promessas e essa consciência cresce com a caridade pastoral com
a qual cercam de atenção as pessoas que lhes são confiadas, chegando a
conhecê-las uma por uma.
Poderíamos dizer
que o sacerdote é por vocação um homem de oração, promotor da paz, da caridade,
da misericórdia, enfim, homem de Deus. Mas tudo isso vai acontecer na sua vida
se o Senhor Jesus tiver a primazia sobre tudo; se deixar a graça de Deus agir
no seu coração e conduzir a sua vocação.
Agradeço ao
Senhor pelos nossos sacerdotes, que com amor e misericórdia, vivem a vocação no
ministério junto ao nosso querido povo de Deus.
Tende todos um
bom domingo.
Dom José Gislon
- Bispo de Erexim (RS)
.....................................................................................................................................
Fonte: cnbb.org.br
Ilustrações: 1: arquidiocesedecampogrande.org.br 2: nossasenhorademedjugorje.blogspot.com
Caminho de vida
Durante o mês de
agosto os batizados são convidados a refletir sobre o tema vocação. Vocação é
um caminho de vida e de felicidade, realização e salvação. Caminho que toda
pessoa é convidada a sondar. A comunidade de fé aponta como caminhos de vida a
vocação laical, a vocação à vida consagrada e a vocação ao ministério ordenado.
O termo vocação
provém da língua latina: vocare, vocatum, vox, vocis. Portanto, está relacionado
a voz. Que voz é esta que se faz ouvir no íntimo do ser humano e que força-o a
se perguntar pelo próprio caminho de vida? Essa é uma questão de longo alcance,
pois caracteriza a existência humana e cristã.
Na perspectiva
da fé cristã, a vocação é compreendida como “chamado de amor que atrai e
reenvia para além de si mesmo, descentraliza a pessoa, provoca um êxodo
permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si e,
precisamente dessa forma, para o reencontro de si mesmo, mais ainda para a
descoberta de Deus” (Papa Francisco).
Tal compreensão
do que seja vocação causa certa estranheza, pois a própria vida humana deixou
de ser avaliada a partir de sua capacidade de sair de si e ir ao encontro do
bem e da felicidade dos outros. Entretanto, encontramos, sim, pessoas marcadas
por generosidade e abertura de coração, disposição para sair de si. Pessoas que
num caminho específico de vida cooperam na realização de ações que favoreçam a
vida, especialmente dos mais fracos.
Os padres,
abraçando um caminho característico de vida, cooperam ativamente na promoção da
obra da evangelização. São homens que acolheram a voz do coração e decidiram
generosamente acolher a solicitação da comunidade de fé de assumirem o
ministério ordenado em favor dessa mesma comunidade. Reconhecemos e promovemos
o empenho de tantíssimos padres que, com empenho e determinação, realizam a
tarefa recebida do próprio Jesus de ir pelo mundo, anunciando o Evangelho a
todas as criaturas. Nos mais variados rincões homens e mulheres de boa-vontade
podem contar com a presença de santos e dedicados padres.
A característica
do ser e agir de Cristo Jesus, acolhida e assumida livremente pelos padres, é
algo que não pode ser extinto e nem removido. Ainda que tal característica seja
primordial e usualmente relacionada ao culto, pode-se certamente considerá-la
como decorrência do compromisso sagrado e público de se colocar a serviço da
vida, em todas as suas dimensões, manifestações e situações.
Quem é o padre?
É alguém “ungido para o povo, não para escolher os seus próprios projetos, mas
para estar perto do povo concreto que Deus, através da Igreja, lhe confiou.
Ninguém fica excluído do seu coração, da sua oração e do seu sorriso. Com olhar
amoroso e coração de pai acolhe, inclui e, quando tem que corrigir, é sempre
para aproximar; não despreza ninguém, estando pronto a sujar as mãos por todos.
O Bom Pastor não usa luvas... Ministro da comunhão que celebra e vive, não
espera cumprimentos e elogios dos outros, mas é o primeiro a dar uma mão,
rejeitando as murmurações, os juízos e os venenos. Com paciência, escuta os
problemas e acompanha os passos das pessoas, concedendo o perdão divino com
generosa compaixão. Não ralha a quem deixa ou perde a estrada, mas está sempre
pronto a reintegrar e a compor as contendas. É um homem que sabe incluir” (Papa
Francisco).
Dom Jaime
Spengler - Arcebispo de Porto Alegre
...............................................................................................................................................Fonte: cnbb.org.br
Ilustrações: 1: arquidiocesedecampogrande.org.br 2: nossasenhorademedjugorje.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário