Não identificar o Islã com a violência
Polônia
A primeira
questão foi justamente como Francisco viveu esses dias na Polônia, “invadida”
desta vez pelos jovens. “O povo polonês é muito entusiasta. Esta noite, com a
chuva, pelas ruas havia não somente jovens, mas também velhinhas. É uma
bondade, uma nobreza. Eu tive uma experiência com poloneses quando era criança:
onde trabalhava meu pai, muitos poloneses vieram depois da guerra. Eram pessoas
boas e isso ficou no coração. Reencontrei esta bondade. Uma beleza…obrigado!
Jovens
Papa recebe sombrero usado por
camponeses no Panamá,
sede da próxima JMJ
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Crise turca e
silêncio do Papa
Quando tive que
dizer algo de que a Turquia não gostava, mas da qual eu estava certo, eu disse,
com as consequências que vocês conhecem. Não falei porque ainda não estou
certo, com as informações que recebi, do que está acontecendo ali. Ouço as
informações que chegam à Secretaria de Estado, e também aquelas de algum
analista político importante. Estou estudando a situação com os assessores da
Secretaria de Estado e a coisa ainda não está clara.
Novas denúncias
contra o Cardeal Pell
As primeiras
notícias que chegaram eram confusas. Eram notícias de 40 anos atrás e nem mesmo
a polícia deu atenção num primeiro momento. Uma coisa confusa. Depois, todas as
denúncias foram apresentadas à Justiça e neste momento estão nas mãos da
Justiça. Não se deve julgar antes que a Justiça julgue. Se eu desse um juízo a
favor ou contra o Cardeal Pell, não seria bom, porque julgaria antes. É
verdade, existe a dúvida. E há aquele princípio claro do Direito: in dubio pro
reo. Devemos aguardar a Justiça e não fazer antes um juízo midiático, porque
isso não ajuda. O juízo das fofocas, e depois? Não se sabe como acabará. Estar
atentos àquilo que a Justiça decidirá. Uma vez que a Justiça falar, falarei eu.
Queda
Eu estava
olhando para Nossa Senhora e esqueci do degrau… Estava com o turíbulo na mão…
Quando percebi que estava caindo, me deixei cair e isso me salvou. Porque se
tivesse resistido, teria tido consequências. Nada. “Esto fenomeno!” [Estou
beníssimo!]
Mediação
vaticana na Venezuela
Dois anos atrás,
tive um encontro com o presidente Maduro, muito muito positivo. Depois ele
pediu uma audiência no ano passado: era um domingo, um dia depois da minha
chegada de Sarajevo. Mas depois ele cancelou aquele encontro porque tinha uma
otite e não podia vir. Depois disso, deixei passar um pouco de tempo e lhe
escrevi uma carta. Houve contatos para um eventual encontro. Sim, com as
condições que se fazem nesses casos. E se pensa neste momento – mas não estou
certo e não posso garantir isso, é claro? Não estou certo de que no grupo da
mediação alguém – e nem sei se o próprio governo – quer um representante da
Santa Sé. Não estou certo. No grupo estão Zapatero da Espanha, Torrijos e outra
pessoa, e a quarta se falava da Santa Sé. Mas isso não tenho certeza…
Assassinato de
Padre Jacques Hamel e “violência islâmica”
Eu não gosto de
falar de violência islâmica, porque todos os dias quando leio os jornais vejo
violências aqui na Itália: quem mata a namorada, outro que mata a sogra... E
estas pessoas são violentos católicos batizados, eh! São católicos violentos…
Se eu falasse de violência islâmica, deveria falar também de violência
católica. Nem todos os islâmicos são violentos; nem todos os católicos são
violentos. É como uma salada de frutas: tem tudo dentro; há violentos dessas
religiões. Uma coisa é verdade: creio que em quase todas as religiões exista
sempre um pequeno grupo fundamentalista. Fundamentalista. Também nós temos
isso. E quando o fundamentalismo chega a matar – mas se pode matar com a
língua, e isso o diz o Apóstolo Tiago e não eu, e também com a faca – creio que
não seja justo identificar o Islã com a violência. Isto não é justo e não é
verdadeiro! Tive um longo diálogo com o Grande Imã da Universidade de al-Azhar
e sei o que eles pensam: buscam a paz, o encontro. O Núncio de um país africano
me dizia que na capital há sempre uma fila de gente – está sempre cheio! – na
Porta Santa para o Jubileu: alguns se detém nos confessionários, outros rezam
nos bancos. Mas a maioria vai para frente, avante, para rezar no altar de Nossa
Senhora: esses são muçulmanos que querem fazer o Jubileu. São irmãos. Quando
estive na Rep. Centro-Africana, estive com eles e o imã também subiu no
papamóvel. Pode-se conviver bem. Mas há grupos fundamentalistas. E me pergunto
também quantos jovens – quantos jovens! – que nós europeus deixamos vazios de
ideais, que não têm trabalho, que usam droga, álcool ou vão lá e se alistam em
grupos fundamentalistas. Sim, podemos dizer que o chamado Isis é um Estado
Islâmico que se apresenta como violento, porque quando nos mostra a sua
carteira de identidade nos mostra como degola os egípcios na costa líbica ou
outras coisas. Mas este é um grupo fundamentalista, que se chama Isis. Mas não
se pode dizer – creio que não seja verdadeiro e não seja justo – que o Islã
seja terrorista.
Iniciativas
concretas contra o terrorismo
O terrorismo
está em todos os lugares! Pense no terrorismo tribal de alguns países
africanos... O terrorismo – não sei se dizê-lo, porque é um pouco
perigoso… - cresce quando não há outra opção, quando no centro da economia
mundial há o deus dinheiro e não a pessoa, o homem e a mulher. Este é o
primeiro terrorismo. Expulsou as maravilhas da Criação, o homem e a mulher, e
colocou ali o dinheiro. Este é terrorismo de base contra toda a humanidade.
Pensemos nisso.
Panamá
Um jornalista
panamense presentou o Papa com uma camisa com o número 17, sua data de
nascimento, e o “sombrero” usado pelos camponeses do país, pedindo uma saudação
ao povo e afirmando que os panamenses o aguardam. E o Papa respondeu: “Se eu
não estiver, irá Pedro. Aos panamenses, muito obrigado. Faço votos de que se
preparem bem, com a mesma força, a mesma espiritualidade e a mesma profundidade
com a qual os poloneses e os habitantes de Cracóvia se prepararam.”
Ao final da
coletiva, com um bolo, o Pontífice agradeceu a dois colaboradores que
encerraram seu trabalho com esta viagem à Polônia: Pe. Federico Lombardi,
Diretor da Sala de Imprensa, e o Sr. Mauro, que foi responsável pelas bagagens
dos voos papais por 37 anos.
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Assis espera por Francisco
Assis (RV) – Há
800 anos, Francisco de Assis, mergulhado em oração na Porciúncula, pediu a
Jesus para conceder o perdão total de todas as culpas àqueles que, arrependidos
e confessados, visitassem a pequena igreja.
Assim, o Papa
Honório III (1148 – 18 de Março de 1227) concedeu a ele o direito de celebrar a
Festa do Perdão no dia 2 de agosto.
Por ocasião da
recorrência – a Festa do Perdão e a Abertura do VIII Centenário da Indulgência da Porciúncula – realizou-se uma
celebração esta segunda-feira (1º/8) em Assis, presidida pelo Ministro
Geral dos Frades Menores, Padre Michael A. Perry.
A
pequena Porciúncula, dentro da Basílica Santa Maria dos Anjos
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Os olhares
também estão voltados para o dia 4 de agosto, quando o Papa Francisco fará uma
peregrinação à Porciúncula. Sobre a expectativa para a visita, a Rádio Vaticano
entrevistou o Padre Enzo Fortunato, Diretor da revista “San Francesco”.
Padre Enzo: “São sentimentos
de grande alegria, acompanhados por aquilo que está acontecendo no mundo.
Portanto, dá uma grande esperança que esta alegria possa traduzir-se em
esperança por meio de novos comportamentos, mas sobretudo por meio de um
estilo, que é aquilo que o Papa Francisco quer sublinhar com a sua visita:
o da acolhida e do perdão. Eu diria que estes são os trilhos sobre os quais
devemos andar e fazer com que Assis torne-se realmente um grande megafone, que
alcance os corações de quem não quer viver o perdão e não quer dá-lo. Pensemos
sobretudo àquilo que está acontecendo hoje, com os graves atentados terroristas
que criam desconcerto e preocupação”.
RV: Neste
sentido, a mensagem do Perdão de Assis é ainda atual para o homem de hoje?
Padre Enzo: “É atualíssima,
e é de tal forma atual, que nós assistimos a uma das mais belas coincidências a
nível histórico, a nível de acontecimento espiritual: vivemos um Jubileu
Franciscano - os 800 anos do Perdão de Assis - com o Jubileu da Igreja dedicado
ao perdão. Eu acredito que realmente que não poderia haver melhor coincidência
e sintonia de datas, e uma coincidência de mentes, pensando também aos dois
Franciscos”.
RV: Existe
alguma inciativa especial em função da visita do Papa na quinta-feira?
Padre Enzo: “Sim, fizemos um
número especial da Revista ‘San Francesco’, inteiramente dedicado ao perdão
- pensamentos, gestos e olhares de misericórdia – que se vale das
assinaturas das maiores autoridades do panorama intelectual italiano e
religioso. Será um número que nós entregaremos pessoalmente ao Papa, antes da
partida”. (JE/DD)
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Fonte: radiovaticana.va
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