Quando nos colocamos
na dimensão da humildade Deus nos exalta
Cidade do
Vaticano (RV) – “Quando nos colocamos diante de Deus nesta dimensão de
humildade, então Deus nos exalta, se inclina para nós, para elevar-nos para
Ele”.
O Evangelho
proposto pela Liturgia do dia ofereceu ao Pontífice a oportunidade para
refletir sobre a humildade e a certeza que devemos ter na recompensa divina,
explicando que Jesus “nos faz entender a necessidade de escolher o último
lugar”, isto é, de procurar as coisas pequenas.
A pressa dos
convidados em escolher os primeiros lugares à mesa, “uma cena que vimos tantas
vezes: buscar o melhor lugar, mesmo com os cotovelos”, observa Francisco, ao
iniciar sua reflexão diante da multidão reunida na Praça São Pedro.
A cena narrada
no Evangelho de Lucas, oferece duas indicações: uma relativa ao lugar e a outra
à recompensa.
“Não ocupes o
primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que
tu, e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’.
Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar”.
Com esta
recomendação, explica o Papa, Jesus não pretende dar regras de comportamento
social, mas uma lição sobre o valor da humildade:
Francisco abençoa os fiéis |
As palavras de
Jesus – observou o Papa - enfatizam atitudes completamente diferentes e
opostas: a atitude de quem escolhe o próprio lugar e a atitude de quem deixa
que Deus o indique e espera dele a recompensa:
“Não esqueçamos
disto: Deus paga muito mais do que os homens! Ele nos dá um lugar muito mais
bonito do que nos dão os homens! O lugar que nos dá Deus está perto de seu
coração e a sua recompensa é a vida eterna. "Você será abençoado – disse
Jesus - ... Você receberá a sua recompensa na ressurreição dos justos"”.
A nossa
hospitalidade, deve ser caracterizada por uma atitude desinteressada, o que
pode ser comprovado ao se convidar “os pobres, os aleijados, os mancos, e os
cegos”, “porque estes não têm como retribuir. A sua recompensa virá na
ressurreição dos justos":
“Trata-se de
escolher a gratuidade em vez do cálculo oportunista que tenta obter uma
recompensa, que busca o interesse e que busca enriquecer-se mais. De fato, os
pobres, os simples, os que não contam, eles não poderão nunca retribuir um
convite para a refeição”.
Desta forma –
explicou o Papa - Jesus demonstra a sua preferência pelos pobres e
excluídos, que são os privilegiados do Reino de Deus, e lança a mensagem
fundamental do Evangelho que é servir o próximo por amor de Deus”:
“Hoje Jesus se
faz voz dos que não tem voz e dirige a cada um de nós um forte apelo para abrir
o coração e fazer nossos os sofrimentos e as ansiedades dos pobres, dos
famintos, dos marginalizados, dos refugiados, dos derrotados pela vida,
daqueles que são descartados pela sociedade e pela arrogância dos mais fortes.
E estes descartados representam na realidade a maior parte da população”.
O Papa, então,
agradeceu aos voluntários que trabalham nos refeitórios – verdadeiras academias
de caridade que difundem a cultura da gratuidade - oferecendo seus
serviços, dando de comer à pessoas sozinhas, carentes, desempregadas ou sem uma
moradia fixa. “Eles são motivados pelo amor de Deus e iluminados pela sabedoria
do Evangelho. Assim, o serviço aos irmãos torna-se um testemunho de amor, que
torna crível e visível do amor de Cristo”.
Eis a íntegra da
reflexão:
Queridos irmãos
e irmãs, bom dia!
O episódio do
Evangelho de hoje, nos mostra Jesus na casa de um dos chefes dos fariseus, com
o objetivo de observar como os convidados para a refeição se apressam em
escolher os primeiros lugares. É uma cena que vimos tantas vezes: buscar o
lugar melhor, mesmo com os cotovelos. Vendo esta cena, ele narra duas pequenas
parábolas com as quais oferece duas indicações: uma diz respeito ao lugar, o
outro à recompensa.
A primeira
semelhança é ambientada em um banquete de casamento. Jesus diz: "Quando
alguém o convidar para um banquete de casamento, não ocupe o lugar de honra,
pois pode ser que tenha sido convidado alguém mais digno do que você e aquele
que convidou os dois virá e lhe dirá: ‘Dê o lugar a este’. Então, humilhado,
você precisará ocupar o lugar menos importante."(Lc 14: 8-9). Com esta
recomendação, Jesus não pretende dar regras de comportamento social, mas uma
lição sobre o valor da humildade. A história ensina que o orgulho, o
carreirismo, a vaidade, a ostentação são a causa de muitos males. E Jesus nos
faz entender a necessidade de escolher o último lugar, isto é, de procurar a
pequenez e escondimento: a humildade. Quando nos colocamos diante de Deus nesta
dimensão de humildade, então Deus nos exalta, se inclina para nós, para
levantar-nos para si; "Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha
será exaltado" (v.11).
As palavras de
Jesus enfatizam atitudes completamente diferentes e opostas: a atitude de quem
escolhe o próprio lugar e a atitude de quem deixa que Deus o indique e espera
dele a recompensa. Não esqueçamos disto: Deus paga muito mais do que os homens!
Ele nos dá um lugar muito mais bonito do que nos dão os homens! O lugar que nos
dá Deus está perto de seu coração e a sua recompensa é a vida eterna.
"Você será abençoado – disse Jesus - ... Você receberá a sua recompensa na
ressurreição dos justos" (v. 14).
É o que está
descrito na segunda parábola, na qual Jesus aponta a atitude de desinteresse
que deve caracterizar a hospitalidade, e diz assim: "Mas, quando der um
banquete, convide os pobres, os aleijados, os mancos, e os cegos. Feliz será
você, porque estes não têm como retribuir. A sua recompensa virá na
ressurreição dos justos"(vv. 13-14). Trata-se de escolher a
gratuidade em vez do cálculo oportunista que tenta obter uma recompensa, que
busca o interesse e que busca enriquecer-se mais. De fato, os pobres, os
simples, os que não contam, eles não poderão nunca retribuir um convite para a
refeição. Assim, Jesus demonstra a sua preferência pelos pobres e excluídos,
que são os privilegiados do Reino de Deus, e lança a mensagem fundamental do
Evangelho que é servir o próximo por amor de Deus. Hoje, Jesus se faz voz aos
de quem não tem voz e dirige a cada um de nós um forte apelo para abrir o
coração e fazer nossos os sofrimentos e as ansiedades dos pobres, dos famintos,
dos marginalizados, dos refugiados, dos derrotados pela vida, daqueles que são
descartados pela sociedade e pela arrogância dos mais fortes. E estes
descartados representam na realidade a maior parte da população.
Neste momento,
penso com gratidão aos refeitórios onde muitos voluntários oferecem seus
serviços, dando de comer à pessoas sozinhas, carentes, desempregadas ou sem uma
moradia fixa. Estes refeitórios e outras obras de misericórdia – como visitar
os doentes, os encarcerados - são academias de caridade que difundem a cultura
da gratuidade, porque aqueles que lá trabalham são motivados pelo amor de Deus
e iluminados pela sabedoria do Evangelho. Assim, o serviço aos irmãos torna-se
um testemunho de amor, que torna credível e visível do amor de Cristo.
Peçamos à Virgem
Maria para nos conduzir todos os dias no caminho da humildade; Ela foi humilde
toda a vida e de tornar-nos capazes de gestos de gratuidade de acolhida e de
solidariedade com os marginalizados, para tornar-nos dignos da recompensa
divina”. (JE)
Assista:
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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