Papa recebe visita das Irmãs Clarissas de Clausura
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa encontrou, na manhã desta quinta-feira, na Casa
Santa Marta, onde reside no Vaticano, as Irmãs de Clausura do Mosteiro de Santa
Maria de Vallegloria, situado nas imediações da cidadezinha de São Francisco de
Assis, na diocese de Foligno.
Durante o
encontro, que se realiza no âmbito do Ano Santo da Misericórdia, a convite do
Papa, Francisco entregou às consagradas e, simbolicamente, a todas as
Comunidades Claustrais do mundo, a Constituição Apostólica “Vultum Dei
quaerere” (“À busca da Face de Deus”), de 29 de junho p.p., dedicada à vida
contemplativa feminina. Por sua vez, as Irmãs Clarissas deram ao Papa uma cópia
fiel do Crucifixo de São Damião, pintado pela abadessa Maria Chiara Mosetti.
Irmãs Clarissas do Mosteiro de Santa Maria de Vallegloria visitam o Papa |
Não faltaram
momentos de oração comum no encontro do Papa com as Clarissas, vivido em
espírito de partilha espiritual alegre e fraterna. Com efeito, o Santo Padre
presidiu à celebração Eucarística, na Capela Santa Marta, concelebrada pelo
Bispo de Foligno e abrilhantada pela suavidade dos cantos das religiosas.As
intenções da Missa foram oferecidas pelas vítimas do terremoto no centro da
Itália.
Em sua homilia,
o Pontífice recordou o valor da oração, ponto central da vida contemplativa de
clausura, que sintetizou em três palavras: riqueza, testemunho e esperança.
A “riqueza”,
explicou o Papa, não deve ser material, mas espiritual; a verdadeira riqueza
dos consagrados são dons do Senhor, que recebemos gratuitamente.
Esta riqueza,
afirmou Francisco, nos leva ao “testemunho”, a segunda palavra que ele sugeriu
às Irmãs. “Vocês, disse, são Irmãs de Clausura e ninguém as vê. Porém, as
pessoas reconhecem o valor do seu testemunho. Vocês transmitem, com a
contemplação e a oração, a vida Jesus, centro da nossa vida. Com suas orações,
vocês sustentam a Igreja e o mundo. Eis seu verdadeiro testemunho”!
Depois, o Santo
Padre explicou a terceira palavra: a “esperança”. “Vocês, frisou o Papa, são
portadoras e semeadoras da esperança da vinda do Esposo: a esperança de
encontrar o Senhor. É desta esperança que nasce a verdadeira alegria da vida
consagrada. O Senhor nos chama à felicidade”.
O Papa concluiu
sua homilia exortando as religiosas a agradecerem sempre ao Senhor pela vida
comunitária e a manterem a comunhão fraterna, demonstrando ser pessoas “ricas
dos dons divinos”.
Após a Santa
Missa, as Irmãs Clarissas deixaram a Casa Santa Marta e se dirigiram à Basílica
de São Pedro, para uma visita privada e para passar pela Porta Santa do Ano
Jubilar da Misericórdia. As consagradas rezaram o Credo e se deteram em oração
diante dos túmulos do Beato João XXIII e São João Paulo II.
Por fim, as
Irmãs Clarissas do Mosteiro de Santa Maria de Vallegloria regressaram à Casa
Santa Marta, onde almoçaram com o Papa Francisco. (MT)
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Chamar-vos-ão sonhadores:
publicadas palavras do Papa durante a JMJ 2016
Cidade do
Vaticano (RV) - A vida no “mundo” não será fácil, mas será seguramente feliz
para quem segue os ensinamentos de Jesus: é a mensagem clara e límpida contida
no livro “Pregais a esperança”, publicado pela Livraria Editora Vaticana, que
reúne as palavras pronunciadas pelo Papa Francisco durante a XXXI Jornada
Mundial da Juventude, realizada em julho passado em Cracóvia.
Papa Francisco em Cracóvia |
Em seus
discursos, o Papa Bergoglio retomou, argumentou e atualizou o célebre
encorajamento do Papa Wojtyła “Não tenhais medo”.
Sobretudo,
convidou os jovens a não deixar-se imobilizar pela consciência da própria
pequenez e dos próprios limites. No fundo, nem mesmo Zaqueu conseguia ver o
Mestre porque era de baixa estatura.
“Também hoje
podemos correr o risco de ficar à distância de Jesus por não nos sentirmos à
altura, porque temos pouca consideração de nós mesmos”, reitera o Pontífice.
Essa é uma
grande tentação, que não concerne somente à autoestima, mas diz respeito também
à fé. Porque a fé nos diz que somos filhos de Deus, fomos criados à sua imagem.
“Jesus fez sua a
nossa humanidade e seu coração jamais se separará de nós – acrescenta o Papa
Francisco. O Espírito Santo deseja habitar em nós; somos chamados à alegria
eterna com Deus! Essa é a nossa “estatura”, essa é a nossa identidade
espiritual: somos os filhos amados de Deus, sempre.” (L'Osservatore Romano -
RL)
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Em biografia, Bento XVI revela motivos da renúncia
Rádio Vaticano
(RV) – Em entrevista ao teólogo Elio Guerriero publicada pelo jornal italiano
La Repubblica, o Papa emérito Bento XVI fala sobre seu relacionamento fraterno
com o seu sucessor Francisco e afirma: “minha obediência nunca foi colocada em
discussão”.
Guerriero é
autor de uma biografia de Ratzinger “Servo de Deus e da humanidade. A
biografia de Bento XVI” (Milão, Mondadori, 2016, 542 páginas). A Obra será
lançada no dia 30 de agosto.
Entrevista
Para escrever os
capítulos finais, Elio foi ao Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano, onde o Papa
emérito vive desde a renúncia em 2013. Na ocasião, Bento XVI ofereceu ao
escritor a oportunidade de "fazer algumas perguntas, como em uma
entrevista" e "como sempre - conta o escritor - foi gentil e
prático", dizendo: "Me faça as perguntas, depois me envie tudo e
veremos”.
O ponto central
da entrevista foi o relacionamento do Papa emérito com o seu sucessor, o Papa
Francisco. Sem precedentes históricos sobre a convivência de ‘dois Papas’ no
Vaticano, Bento XVI se diz muito grato a Deus por esses momentos.
Ano da Fé e
JMJ-Rio 2013
Bento XVI estava
sereno quando falava da sua histórica renúncia ao Pontificado, igualmente
quando na época comunicou ao Colégio Cardinalício e ao mundo. “Para mim essa
renúncia era um dever”, confiou o Papa Emérito ao escritor.
O ponto central da entrevista foi
o relacionamento do Papa emérito com o seu sucessor Papa Francisco
|
“Eu gostaria de
concluir o Ano da Fé e de escrever a Encíclica sobre a Fé que deveria encerrar
o percurso iniciado com Deus Caritas Est, mas em 2013 tínhamos muitos
trabalhos que eu não conseguiria terminar”, confessou Bento XVI.
“A data para a
Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro já estava fixada, mas eu não me
sentia capaz de fazê-la. Após a ida a México e a Cuba (últimas viagens de seu
Pontificado), não conseguia mais realizar viagens muito longas. Mas, como fixou
João Paulo II, nessas jornadas a presença do Papa é indispensável. Não poderia
pensar em uma conexão televisiva, ou outras formas tecnológicas. Também por
essa circunstância a renúncia para mim era um dever”,
O Papa emérito
tinha confiança de que mesmo sem a sua presença o “Ano da Fé seguiria muito bem
até o fim".
A fé é uma
graça, um dom generoso de Deus aos fiéis. Eu tinha a convicção que o meu
sucessor, assim quando chegasse, igualmente levaria como quisesse o Senhor a
iniciativa começada por mim".
Renúncia
Foi durante a
viagem ao México que amadureceu a decisão de renunciar ao ministério petrino.
“A viagem foi muito bonita e comovente”, mas nos mesmos dias – conta Ratzinger
– “experimentei os limites da minha resistência física. Me dei conta que não
tinha mais condições de enfrentar no futuro voos intercontinentais, os fusos
horários. Naturalmente, de forma clara, não teria condições de ir para JMJ Rio
2013, daquele momento em diante, deveria decidir o tempo de forma breve para a
minha retirada”.
“Precisava
pensar em coisas práticas, por exemplo, onde viveria depois da renúncia? Bento
XVI se lembrava de uma iluminação de São João Paulo II, na qual tinha decidido
que o mosteiro Mater Ecclesiae, no passado casa do diretor da Rádio Vaticano,
se tornaria "um lugar de oração contemplativa, como uma fonte de água viva
no Vaticano. Assim, foi aberta para mim de forma natural onde seria o lugar que
eu poderia continuar a serviço da oração".
Relacionamento
Fraterno
Sobre a
obediência, Joseph Ratzinger tem o cuidado de salientar na entrevista que o
sucessor "nunca foi questionado". No momento da eleição de
Bergoglio - recorda - "eu tentei, como muitos outros, de forma espontânea
estar em estado de Gratidão a Deus. Depois de dois papas provenientes da Europa
Central, o Senhor estava desenhando como parecia à Igreja universal, e nos
convidou para uma comunhão mais ampla, mais católica".
"Pessoalmente,
desde o início eu estava profundamente tocado pela extraordinária
disponibilidade humana do Papa Francisco comigo. Imediatamente após a sua
eleição, ele me ligou. Sem sucesso, me chamou mais uma vez depois de um
encontro com a Igreja universal do balcão da Basílica de São Pedro e me falou
com grande cordialidade. Desde então, temos um relacionamento maravilhosamente
paternal-fraternal. Ele muitas vezes me manda pequenos presentes, cartas
pessoais. Antes de embarcar em viagens longas, o Papa Francisco nunca deixa de
me visitar. A bondade humana com a qual ele me trata, é para mim uma
graça especial nesta última fase da minha vida. Eu só posso ser grato. O que
ele diz sobre ir ao encontro dos outros, não são apenas palavras. Ele põe em
prática comigo. Que o Senhor o faça sentir sempre mais a Sua bondade. Por isso
eu rezo a Deus por ele."
Prefácio do Papa
Francisco
“Todos na Igreja
temos uma grande dívida de gratidão para com Joseph Ratzinger-Bento XVI pela
profundidade e o equilíbrio do seu pensamento teológico, vivido sempre ao
serviço da Igreja, até às responsabilidades mais elevadas”, escreve o Pontífice
no prefácio da nova biografia.
Francisco
aceitou prefaciar a obra, elogiando a “coragem e determinação” com que o seu
antecessor enfrentou “situações difíceis”, colocando a Igreja num caminho de
“renovação e purificação”.
Francisco fala
numa “ligação espiritual” que considera “particularmente profunda” com Bento
XVI e agradece a presença “discreta” e a oração do Papa emérito pela Igreja.
O prefácio foi
divulgado hoje, na íntegra, pelo jornal Avvenire,
da Conferência Episcopal Italiana. (VM)
Assista:
Fonte: radiovaticana.va news.va
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