"Gaudium et Spes" é tema da quarta pregação de Quaresma
Cidade do
Vaticano (RV) – O Pregador da Casa Pontifícia Fr. Raniero Cantalamessa, fez sua
quarta meditação na manhã desta sexta-feira (11/03) na Capela Redemptoris
Mater, no Vaticano.
Fr. Cantalemessa
fez uma reflexão espiritual sobre a família na "Gaudium et Spes" e na
atualidade. Segundo ele, dos vários problemas da sociedade abordados neste
texto conciliar – cultura, economia, justiça social, paz –, o mais atual e
problemático é o do matrimônio e família.
Capela Redemptoris Mater |
O frade
capuchinho seguiu o mesmo método da Constituição pastoral, isto é,
primeiramente destacando as conquistas positivas do mundo moderno (“as alegrias
e as esperanças”), e, em segundo lugar, os problemas e os perigos (“as tristeza
e as angústias”).
O pregador da
Casa Pontifícia levou em consideração em sua análise as mudanças dramáticas que
ocorreram neste campo ao longo do meio século transcorrido desde então,
abstendo-se porém de tocar alguns problemas particulares discutidos no Sínodo
dos bispos, sobre os quais só o Papa tem o direito de dizer alguma palavra.
Fr. Cantalamessa
evocou o desígnio de Deus sobre matrimônio e família, “porque é sempre dele que
os fiéis devem partir” para, em seguida ver o que a revelação bíblica pode
trazer para a solução dos problemas atuais.
Leia aqui o texto da íntegra de sua meditação.
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Pe. Ronchi:
Maria recorda que a fé é alegria, ou não é fé
Ariccia (RV) -
Os Exercícios espirituais para o Papa Francisco e a Cúria Romana se concluíram
na manhã desta sexta-feira (11/03), na Casa ‘Divino Mestre’, em Ariccia.
Para a meditação
conclusiva dos Exercícios espirituais Pe. Ermes Ronchi propôs ao Papa e à Cúria
Romana uma viagem dentro dos versículos da Anunciação, “evento que se realiza
no cotidiano, sem testemunhas, longe das luzes e emoções do templo”, disse o
pregador.
“O primeiro
anúncio de graça do Evangelho foi entregue à normalidade de uma casa”, ou seja,
ao lugar onde cada um é si mesmo. É ali que Deus nos encontra e nos
toca”.
Deus está na
cozinha
“Santa Teresa de
Ávila no “’O livro das fundações’ escreveu para as suas monjas as seguintes
palavras: Irmãs, recordem: Deus está entre as panelas, na cozinha. Mas como, o
Senhor do universo se move na cozinha do mosteiro, entre jarras, panelas,
pratos, caçarolas e frigideiras! Deus na cozinha significa levar Deus a um
território de proximidade. Se você não o sente doméstico, isto é, dentro das
coisas mais simples, você não encontrou o Deus da vida. Ainda está na
representação racional do Deus da religião.”
Promessa de
felicidade
Papa Francisco no final dos Exercícios Espirituais |
“Olhamos para
Maria para tentar costurar o rasgão mais dramático de nossa fé”: o “Deus da
religião que se separou do Deus da vida”. “A mulher de Nazaré como dona de casa
nos lança um desafio enorme: passa de uma espiritualidade que se fundamenta na
lógica do extraordinário para a mística do cotidiano. Neste cotidiano, o
sentimento que prevalece é o da alegria e são as primeiras palavras da
Anunciação: ‘Alegre-se Maria’, pois quando Deus se aproxima traz uma promessa
de felicidade”:
“A nós que
estamos cobertos de gravidade e peso, e de responsabilidades também, Maria
recorda que a fé é alegria ou não é fé. Maria entra em cena como uma profecia
de felicidade para a nossa vida, como uma bênção de esperança, consoladora, que
desce em nosso mal de viver, nas solidões sofridas, nas ternuras negadas, na
violência que nos circunda, mas que não vencerá, porque a beleza é mais forte
que o dragão da violência, garante o Apocalipse. O anjo com esta primeira
palavra diz que existe uma felicidade no crer, o prazer de crer”.
Obra em nossas
casas
“Depois, Maria
entra em cena como uma mulher que crê no amor”, disse Pe. Ronchi. “O anjo”,
lê-se no Evangelho, “foi mandado a uma virgem, prometida em esposa a um homem
chamado José”. Segundo o evangelista Lucas, a anunciação é feita a Maria, e
segundo Mateus, a José:
“Mas se
sobrepomos os dois Evangelhos vemos com alegria que o anúncio é feito ao casal,
ao esposo e à esposa juntos, ao justo e à virgem apaixonados. Deus está na obra
em nossos relacionamentos, fala dentro das famílias, dentro de nossas casas, no
diálogo, no drama, na crise, nas dúvidas e nos impulsos. Deus não rouba espaço
à família, não invade, não fere, não subtrai, procura um sim plural que se
torna criativo porque é a soma de dois corações, a soma de muitos sonhos e
muito trabalho paciente.”
Fé rochosa ou
frágil, mas autêntica
Maria sabe se
dirigir a Deus, sabe perguntar como irá acontecer o que lhe foi dito. “Ter
perplexidade, fazer-se perguntas é uma maneira de estar diante do Senhor, com
toda a dignidade humana”, disse Pe. Ronchi. “Aceito o mistério, mas ao mesmo
tempo uso toda a minha inteligência. Digo quais são as minhas estradas e depois
aceito estradas acima de mim”:
“Em nenhum lugar
se diz que a fé rochosa seja melhor que a fé pequena entrelaçada com perguntas.
Basta que seja autêntica, aquela que na sua pequenez precisa ainda mais de
Deus. O que me dá esperança é ver como no Povo de Deus continuam crescendo as
perguntas, ninguém se contenta mais com respostas e palavras já ouvidas, com
respostas prontas, querem entender, ir a fundo, querem fazer própria a fé. Um
tempo quando todos ficavam calados diante do sacerdote era um tempo de mais fé?
Acredito que seja verdadeiro o contrário e se isso é mais fadigoso para nós é
também um aleluia, um finalmente.”
O pensamento
conclusivo é sobre a maternidade de Deus. “Sem o corpo de Maria o Evangelho
perde corpo”, é a consideração final de Pe. Ronchi. “Todos os cristãos são
chamados a ser mães de Deus, porque Deus sempre precisa vir ao mundo”. (MJ)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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