Nova pessoa
Muitos começam bem a vida, mas a encaminham de modo não adequado à sua realização e se encontram como num beco sem saída. Sentem-se como um criminoso que tenta fugir e se esconder para não ser pego. Sua preocupação contínua com a segurança no refúgio os fazem arredios a qualquer solução, por não encontrarem saída honrosa para seus desmandos anteriores diante de pessoas e da sociedade. Como reverter o quadro? Seria possível?
A parábola do
filho pródigo mostra que o retorno é possível, diante de Deus, se a pessoa for
humilde e reconhecer seu pecado, querendo voltar atrás e pedir misericórdia a
quem a pode dar (Cf. Lucas 15,1-32).
A misericórdia de Deus supera todos os nossos pecados |
Neste tempo da
Quaresma somos conclamados a nos tornar pessoas de novo enfoque e prática de
vida com os novos critérios de Cristo, para sermos com Ele ressuscitados para a
vida do verdadeiro amor. O tema da Campanha da Fraternidade nos incita a
cuidarmos melhor do nosso planeta com os valores da nova criatura banhada pelo
amor divino. Fazemos, então, da justiça, a fonte de promoção da vida digna para
todos. A fraternidade acontece com o beneficio de convivência na compreensão,
na solidariedade e no trabalho de inclusão social dos deixados de lado na
sociedade. Este ano de eleição política somos chamados a colocar a mão na
consciência para mudarmos o Brasil. Se não mudarmos nosso modo de fazer
política, teremos a continuação da corrupção, alimentada pela compra e venda de
voto. Não podemos nos omitir em escolher melhor os dirigentes políticos da
sociedade. Caso contrário, o dinheiro do povo vai para os bolsos insaciáveis
dos inescrupulosos e continuaremos a ajudar a promover a injustiça
principalmente para os empobrecidos da sociedade.
Precisamos de nova
cidadania, em que pessoalmente nos responsabilizamos pela promoção do bem comum
e do uso adequado da natureza e dos recursos naturais. Esses não podem ser
usados, acima de tudo, para promover a ganância de poucos que abocanham a maior
parte do que deveria ser de benefício para todos!
A celebração da
Páscoa de Jesus só tem influxo em nós quando aceitarmos o desafio dele de
sermos pessoas que o seguem, imitando-O, para também darmos de nós mesmos o
necessário para o benefício do semelhante. Então, com nossa conversão, seremos
também misericordiosos com os outros, como pedimos a misericórdia de Deus para
nós!
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo de Montes Claros
.............................................................................................................................. Fonte: cnbb.org.br Ilustração: ideeanunciai.wordpress.com
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