Homilias de Francisco levam-nos ao coração do Evangelho
A obra reúne os
comentários sobre as homilias do Papa Francisco na Casa Santa Marta, que o
autor escreve para a rubrica semanal “Meu Papa”. Esteve presente na
apresentação, entre outros, o prefeito da Secretaria vaticana para Comunicação,
Mons. Dario Edoardo Viganò.
Em entrevista à
emissora pontifícia, o prefeito se deteve sobre a peculiaridade destas homilias
e sobre o estilo comunicativo de Francisco:
Francisco após missa na Santa Marta |
Mons. Dario
Viganò: “Minha impressão é de que essas homilias se tornaram propriamente
um gênero literário. O Papa Francisco nos introduz no Evangelho proclamado ou
na leitura do Antigo Testamento contando novamente aquilo que foi proclamado e,
sobretudo, fazendo perguntas a si e a quem naquele momento está ouvindo a
homilia acerca daquilo que disse Jesus ou daquilo que um personagem do
Evangelho pôde dizer a Jesus ou pensou sobre Jesus. Por conseguinte, leva-nos
ao âmago dos pensamentos, dos sentimentos que dizem respeito à cena em questão.
Desse modo, leva nossa vida para dentro daquela passagem da Palavra de Deus na
qual esta diz algo a mim. Assim, o texto se torna familiar, se assume esse
aspecto de proximidade ao texto que permite lançar um olhar para o mundo, para
os eventos, para as relações com o olhar de Deus.”
RV: O
modelo comunicativo de Francisco é muito seu, de certo modo irrepetível. Porém,
há algum ensinamento, alguma lição que, de modo geral, podemos tirar todos nós
comunicadores não só no Vaticano?
Mons. Dario
Viganò: “Parece-me que um aspecto reside no fato que o Papa – como diria
um estudioso – é um “storyteller”, ou seja, não fala utilizando conceitos ou
abstrações, mas conta as histórias. Quando encontra os jovens conta episódios,
anedotas, parábolas... Por conseguinte, é um grande narrador. Este é um modo
mediante o qual torna compreensível, familiar, próximo às pessoas que o
escutam, aquele conteúdo da mensagem evangélica da tradição da Igreja. Outra
característica é o estilo da conversação: basta pensar nas interpelações que
faz durante o Angelus, ou então quando faz repetir, todos juntos, alguma
palavra. Isso torna cada pessoa que o está escutando alguém da família, faz-nos
sentir partícipes daquilo que passa no coração e na mente do Papa. Desse modo
midiático muito conclamado, excepcional, ele consegue também catalisar a
atenção provavelmente pela descontinuidade porque tem uma voz baixa, um ritmo
muito pacato, usa muitas pausas. Certamente, é uma palavra que tem o afã, o
suor, o pó da estrada, de todos os quilômetros que percorreu durante anos
primeiro como vigário-geral, depois como arcebispo de Buenos Aires.
Efetivamente, cada palavra sua tem o peso da verdade de uma vida.”
RV: Essas
homilias tão aguardadas por crentes e não-crentes chegam ao coração de tantas
pessoas mediante a Rádio Vaticano, o Centro Televisivo Vaticano, sucessivamente,
através do L’Osservatore Romano. De certo modo, é também um exemplo de
convergência sobre algo tão precioso como – propriamente – as homilias feitas
na Casa Santa Marta...
Mons. Dario
Viganò: “Podemos dizer que neste momento é um exemplo sobre como pode
haver uma convergência editorial. A convergência é outra coisa: é aquilo que
todos faremos juntos como reforma, propriamente encontrando uma linguagem
específica para o que será o único grande portal da Secretaria vaticana para a
Comunicação.” (RL)
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Fonte: radiovaticana.va
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