sexta-feira, 4 de março de 2016

Notícias desta sexta-feira no Vaticano

Igreja terá novos santos, beatos e veneráveis

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência na tarde da quinta-feira (03/03), no Vaticano, o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, ao qual autorizou a promulgação dos decretos relativos a dois novos santos, dois novos beatos e oito novos veneráveis.
Será canonizado o bispo espanhol de Palencia, Dom Emanuele González García, fundador da União Eucarística Reparadora e da Congregação das Irmãs Missionárias Eucarísticas de Nazaré. É conhecido como o “bispo dos tabernáculos abandonados” por ter difundido a devoção à Eucaristia. Viveu no período trágico da guerra civil na Espanha.
A grande mística francesa Isabel da Trindade, carmelita descalça, também será proclamada santa. Ela faleceu aos 26 anos no Carmelo de Dijon com a doença de Addison, uma rara enfermidade endocrinológica. Ofereceu todo o seu sofrimento para a salvação das almas, em união com Jesus Crucificado. Viveu a noite escura dos místicos, experimentando o abandono total da parte de Deus. Foi também tentada pelo suicídio. Venceu toda tentação: “Nunca perca a coragem. É mais difícil se libertar do desencorajamento que do pecado. Não se inquiete se não se constatar progressos no estado da própria alma. Muitas vezes Deus permite isso para evitar um sentimento de orgulho. Ele sabe ver os nossos progressos e contar todo nosso esforço”, escreveu a futura santa.
Os dois novos beatos são:
- o carmelita descalço francês Frei Maria-Eugênio do Menino Jesus (1894-1967), fundador do Instituto Secular de Nossa Senhora da Vida, e a religiosa argentina Maria Antônia de São José (1730-1799), fundadora do Beatério dos Exercícios Espirituais de Buenos Aires. 
Os oito novos veneráveis são
- Dom Stefano Ferrando da Sociedade Salesiana de São João Bosco, Arcebispo titular de Troina, bispo emérito de Shillong, fundador da Congregação das Irmãs Missionárias de Maria Auxiliadora dos Cristãos. Ele nasceu em 28 de setembro de 1895 e morreu em 20 de junho de 1978.
- Dom Enrico Battista Stanislao Verjus da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus, Bispo titular de Limyra, coadjutor do vicariato Apostólico da Nova Guiné. Nasceu em 26 de maio de 1860 e morreu em 13 de novembro de 1892.
- Pe. Giovanni Battista Quilici sacerdote diocesano, pároco e fundador da Congregação das Filhas do Crucificado. Nasceu em 26 de abril de 1791 e morreu em 10 de junho de 1844.
- Pe. Bernardo Mattio sacerdote diocesano, pároco. Nascido em 2 de janeiro de 1845 e morto em 11 de abril de 1914.
- Pe. Quirico Pignalberi, sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Conventuais. Ele nasceu em 11 de julho de 1891 e morreu em 18 de julho de 1982.
- Irmã Teodora Campostrini fundadora da Congregação das Irmãs Mínimas de Caridade de Maria das Dores. Ela nasceu em 26 de outubro de 1788 e morreu em 22 de maio de 1860.
- Bianca Piccolomini Clementini Fundadora da Companhia de Santa Angela Merici de Sena. Nasceu em 7 de abril de 1875 e morreu em 14 de agosto de 1959.
- e Irmã Maria Nieves Sánchez y Fernández (Maria Nieves da Sagrada Família) religiosa professa das Filhas de Maria Religiosas das Escolas Pias. Nasceu em 2 de maio de 1900 e morreu em 1° de maior de 1978. (MJ)
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Papa Francisco:
O perdão é a maior Porta Santa

O último compromisso do Papa na manhã de sexta-feira (04/03) foi a audiência que concedeu aos cerca de 500 participantes do Curso promovido pela Penitenciaria Apostólica. O Curso foi dirigido aos jovens sacerdotes e seminaristas para prepará-los a ministrar o Sacramento da Reconciliação.
Em seu discurso, o Pontífice destacou que a celebração deste Sacramento requer uma adequada e atualizada preparação, para que quem se aproxima dele “possa tocar com a mão a grandeza da misericórdia”.
O perdão é a maior Porta Santa
O confessor deve ser canal da alegria e da misericórdia
De fato, acrescentou o Papa, a possibilidade do perdão está realmente aberta a todos, ou melhor, escancarada, como a maior das “portas santas”, porque coincide com o coração próprio do Pai, que ama e aguarda todos os seus filhos, de modo especial os que erraram mais e estão distantes.
A misericórdia do Pai, explicou Francisco, pode alcançar toda pessoa de diferentes maneiras, mas há, todavia, um caminho certo: Jesus, que tem o poder na terra de perdoar todos os pecados e transmitiu esta missão à Igreja.  “O Sacramento da Reconciliação, portanto, é o local privilegiado para celebrar a festa do encontro com o Pai. Não nos esqueçamos disso com facilidade. A festa é parte do Sacramento.”
Sacerdotes são instrumentos da misericórdia de Deus
O Pontífice recordou aos jovens sacerdotes que eles são instrumentos da misericórdia de Deus, portanto, devem estar atentos a não colorem um obstáculo ao dom de salvação. O único desejo do confessor é fazer com que cada fiel possa fazer experiência do amor do Pai, disse o Papa, citando como modelos Leopoldo Mandic e Pio de Pietrelcina.
"Toda absolvição é, de certo modo, um jubileu do coração"
Depois da absolvição do sacerdote, prosseguiu Francisco, todo fiel tem a certeza de que os pecados não existem mais, foram cancelados pela misericórdia divina. “Gosto de pensar que Deus tem uma fraqueza: uma memória ruim. Uma vez que Ele o perdoa, se esquece. E isso é grande! “Toda absolvição é, de certo modo, um jubileu do coração.”
É importante, portanto, que o confessor seja também um “canal de alegria” e que o fiel, depois de ter recebido o perdão, não se sinta mais oprimido pelas culpas.
“Neste nosso tempo, marcado pelo individualismo, por tantas feridas e pela tentação de fechar-se, é realmente um dom ver e acompanhar pessoas que se aproximam da misericórdia. Isso comporta também, para todos nós, uma obrigação ainda maior de coerência evangélica e de benevolência paterna; somos guardiões, jamais donos, seja das ovelhas, seja da graça.”
O Papa então fez uma exortação: “Coloquemos novamente no centro – e não somente neste Ano jubilar! – o Sacramento da Reconciliação, espaço do Espírito onde todos, confessores e penitentes, podemos fazer experiência do amor de Deus por cada um dos seus filhos – único amor definitivo e fiel e que jamais desilude”.
Sacerdote, ícone do Pai
Se um confessor se encontrar em dificuldade e não puder absolver, Francisco sugeriu que nunca se esqueçam que o sacerdote é o ícone do Pai. Portanto, deve usar gestos e  palavras para que o pecador se sinta acolhido e convidado a repetir a experiência da confissão e saia do confessionário certo de que encontrou um pai e não alguém que o repreendeu:
“Quantas vezes vocês ouviram alguém dizer: ‘Eu nunca me confesso, porque uma vez fui e ele me censurou...’ Mesmo que eu não possa absolver, posso fazer com que sinta o calor de um pai, eh? Nem que seja para rezar um pouco com ele ou com ela. É  pai que está ali.” (BF)
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