Missa do Crisma:
Sacerdotes testemunhas e ministros da misericórdia
Cidade do
Vaticano (RV) – O Santo Padre celebrou, na manhã desta Quinta-feira Santa,
na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a Missa do Santo Crisma, durante a qual
são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos.
Na sua homilia,
na presença de milhares de sacerdotes, o Papa partiu da primeira pregação de
Jesus na sinagoga de Nazaré, que marcava o início da sua vida pública terrena.
Mas, seus conterrâneos não quiseram ouvi-lo, pelo contrário, rejeitaram-no por
ele ser o filho de José, o carpinteiro.
E precisamente
onde o Senhor anuncia o evangelho da Misericórdia incondicional do Pai para com
os mais pobres, os mais marginalizados e oprimidos, aí, disse Francisco, somos
chamados a escolher, a «combater o bom combate da fé»:
Que o Senhor nos lave do pecado e nos livre de todo mal |
“A luta do
Senhor não é contra os homens, mas contra o demônio, inimigo da humanidade.
Assim o Senhor, passando pelo meio daqueles que o queriam detê-lo, prosseguiu o
seu caminho. Jesus não combate para consolidar um espaço de poder, mas para
abrir uma brecha à torrente da Misericórdia que deseja, com o Pai e o Espírito,
derramar sobre a terra. Uma Misericórdia que anuncia e traz algo de novo: cura,
liberta e proclama o ano de graça do Senhor!”
De fato, a
Misericórdia do nosso Deus é infinita e inefável; é uma Misericórdia a caminho,
que avança sempre em uma terra onde reinavam a indiferença e a violência. Eis a
dinâmica do bom Samaritano, que usou de misericórdia e de amor. «Mostrai-nos,
Senhor, a vossa misericórdia»! E dirigindo-se, de modo particular, aos
numerosos sacerdotes presentes, o Pontífice exortou:
“Como
sacerdotes, somos testemunhas e ministros de uma Misericórdia cada vez maior do
nosso Pai; temos a doce e confortadora tarefa de a encarnar na terra, como
Jesus fez ao andar, por toda a parte, fazendo o bem e curando, para que a sua
misericórdia chegasse a todos. Devemos contribuir para a sua enculturação, a
fim de que cada pessoa a receba, a compreenda e a pratique”.
Hoje, explicou o
Papa, nesta Quinta-feira Santa do Ano Jubilar da Misericórdia, “gostaria de
falar de dois âmbitos onde o Senhor excede na sua misericórdia: o encontro e o
perdão. Com o encontro, Deus se esmera em Misericórdia e se entrega totalmente,
como na parábola do Filho pródigo. Logo, devemos contemplar, glorificar e agradecer
esta superabundância da graça e da bondade do Pai. Neste sentido, Francisco
passou ao segundo âmbito da Misericórdia divina: o perdão:
Identificai-vos com os oprimidos |
Neste sentido, o
Santo Padre adverte os sacerdotes a identificar-se com aquele povo descartado,
que o Senhor salva, lembrando-se de que existem multidões inumeráveis de
pessoas pobres, ignorantes e prisioneiras por causa daqueles que as oprimem.
Por isso, recorda que nós, tantas vezes, somos cegos, privados da luz
maravilhosa da fé, devido ao excesso de teologias complicadas e de
espiritualidades superficiais, que nos tornam prisioneiros e oprimidos. E
concluiu:
“E Jesus vem
resgatar-nos, libertar-nos, transformando-nos de pobres e cegos, de
prisioneiros e oprimidos em ministros da Misericórdia e da Consolação. Neste
Ano Jubilar, celebremos o nosso Pai, com toda a gratidão do nosso coração,
suplicando-lhe a recordar-se sempre da sua Misericórdia”! Peçamos-lhe que nos
lave de todo o pecado e nos livre de todo o mal”.
Com a graça do
Espírito Santo, disse por fim o Papa, procuremos comprometer-nos a comunicar a
Misericórdia de Deus a todos os homens, praticando as obras que o Espírito
suscita em cada um para o bem comum de todo o povo fiel de Deus! (MT)
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Papa lava os pés de refugiados:
Somos todos filhos do mesmo Pai!
Castelnuovo di
Porto (RV) – O Papa deixou o Vaticano na tarde desta Quinta-feira Santa para ir
até o norte de Roma onde, na presença de mais de 800 requerentes de asilo,
celebrou a Missa da Ceia do Senhor com o Rito do Lava-pés.
Papa lava os pés de um refugiado |
A pequena cidade
de Castelnuovo di Porto abriga os refugiados que chegam à Itália e permanecem
no Centro de Acolhida até obter os documentos para viver legalmente no país.
Em sua homilia
feita sem texto preparado, Francisco falou de dois gestos: Jesus que lava os
pés aos seus discípulos e Judas que, por 30 moedas, entrega Jesus aos inimigos.
"Também hoje aqui existem dois gestos", destacou o Papa.
Integração
“Este: todos
nós, juntos, muçulmanos, hindus, católicos, coptas, evangélicos, mas irmãos, filhos
do mesmo Deus, que queremos viver em paz, integrados”.
Refugiado que teve os pés lavados por Francisco |
Ao lembrar os
atentados terroristas em Bruxelas – “um gesto de guerra, de destruição”, –
Francisco recordou que por trás dos camicazes haviam outros interesses:
“Atrás daquele
de gesto estão os traficantes de armas que querem o sangue, não a paz, que
querem a guerra, não a fraternidade”.
Para contrastar
o terrorismo, Francisco citou a reunião de todos – “de diversas religiões,
diversas culturas, filhos do mesmo Pai” – para celebrar a Ceia do Senhor contra
“aqueles que compram as armas para destruir a fraternidade”. Neste ponto, o
Papa recordou as dificuldades enfrentadas pelos refugiados:
Coração aberto
“Este é o gesto
que eu faço com vocês: cada um de nós tem uma história, cada um de vocês tem
uma história, tantas cruzes e dores, mas também um coração aberto que quer a
fraternidade”.
Antes de passar
ao Rito do Lava-pés, Francisco pediu que cada um, na sua língua, “rezasse
ao Senhor para que esta fraternidade se espalhe pelo mundo”:
“Para que não
existam as 30 moedas para matar o irmão, para que sempre exista a fraternidade
e a bondade. Assim seja!”, concluiu o Pontífice. (rb)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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