Se o coração está fechado, a misericórdia não entra
Cidade do
Vaticano (RV) – Somente se o nosso coração está aberto, é possível acolher a
misericórdia de Deus. Esta é a exortação que o Papa Francisco fez na manhã de
quinta-feira (03/03), na Missa celebrada na Casa Santa Marta.
Na homilia,
Francisco comentou a fidelidade de Deus e a fidelidade do seu povo. Na Primeira
Leitura extraída do Livro de Jeremias, o Papa destacou que “Deus é sempre fiel,
porque não pode renegar a si mesmo, enquanto o povo não presta atenção à sua
Palavra. Jeremias narra de “tantas coisas que Deus fez para chamar à atenção os
corações do povo”, mas o povo permanece na sua infidelidade.
Se o coração
está fechado, a misericórdia de Deus não entra
“Esta
infidelidade do povo de Deus – advertiu – e também a nossa própria
infidelidade, endurece o coração: fecha o coração!”:
Peçamos a Deus a graça da abertura do coração e da fidelidade ao Senhot! |
“Não deixa
entrar a voz do Senhor que, como pai amoroso, sempre nos pede para
abrir-nos à sua misericórdia e ao seu amor. Rezamos no Salmo, todos juntos:
‘Escutem hoje a voz do Senhor. Não endureçam o seu coração!’. O Senhor sempre
nos fala assim, inclusive com ternura de pai nos diz: ‘Voltem a mim com todo o
coração, porque sou misericordioso e piedoso. Mas quando o coração é duro, não
se entende isso. A misericordia de Deus só é compreensível se você é capaz de
abrir o seu coração para que possa entrar”.
“O coração se
endurece – retomou o Papa – e vemos a mesma história” no trecho do Evangelho de
Lucas, onde Jesus é enfrentado por aqueles que tinham estudado as Escrituras,
“os doutores da lei que conheciam a teologia, mas eram tão, tão fechados”. A
multidão, ao invés, “estava impressionada”, “tinha fé em Jesus! Tinha o coração
aberto: imperfeito, pecador, mas o coração aberto”.
Pedir perdão
“Este teólogos”,
acrescentou o Papa, “tinham um comportamento fechado! Sempre buscavam uma
explicação para não entender a mensagem de Jesus”, pediam-lhe um sinal do céu.
Sempre fechados! Era Jesus que tinha de justificar aquilo que fazia”:
“Esta é a
história, a história daquela fidelidade falida. A história dos corações
fechados, dos corações que não deixam a misericórdia de Deus entrar, que se
esqueceram da palavra ‘perdão’, perdoa-me Senhor, simplesmente porque não se
sentem pecadores: se sentem juízes dos outros. Uma longa história de séculos.
Esta fidelidade falida Jesus a explica com duas palavras chaves, para por fim,
para terminar o discurso desses hipócritas: Quem não está comigo, está contra
mim. Ou você é fiel, com o seu coração aberto, ao Deus que é fiel a você ou
você está contra Ele: ‘Quem não está comigo, está contra mim’.”
Fidelidade a
Deus
“Mas é possível
um meio termo, uma negociação”, se pergunta o Papa. “Sim”, é a sua resposta.
“Existe uma saída: se reconheça pecador! Se você diz: sou pecador, o coração se
abre e entra a misericórdia de Deus e você começa a ser fiel:
“Peçamos ao
Senhor a graça da fidelidade. O primeiro passo para caminhar nesta estrada da
fidelidade é sentir-se pecador. Se você não se sente pecador, você começou mal.
Peçamos a graça para que o nosso coração não se endureça, que seja aberto à
misericórdia de Deus e à graça da fidelidade. Peçamos, nós, infiéis a graça de
pedir perdão.” (BF/MJ)
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No signo do Jubileu,
Papa abrirá iniciativa "24 horas para o Senhor"
Papa abrirá iniciativa "24 horas para o Senhor"
O mundo inteiro vai imergir na misericórdia de Deus com a
iniciativa “24 horas para o Senhor”. Na tarde desta sexta-feira (04/03), com a celebração penitencial na
Basílica de São Pedro, o Papa Francisco abrirá a inciativa, que parte de Roma,
mas cresceu muito rapidamente e ganhou alcance mundial.
De fato, durante
a liturgia penitencial dioceses dos cinco continentes estarão unidas
espiritualmente ao Santo Padre para oferecer a todos a possibilidade de fazer
experiência pessoal da misericórdia de Deus.
Sacerdote atende fiel em Juazeiro do Norte - Ceará |
De volta,
sexta-feira e sábado, “24 horas para o Senhor”. A iniciativa, que este ano
chega à terceira edição, nasceu com o intento de recolocar no centro a
importância da oração, da adoração eucarística e o do dom do sacramento da
Reconciliação.
“24 horas para o
Senhor” representa uma ocasião aberta a todos, até tarde à noite, no coração de
nossas cidades, para haurir a misericórdia de Deus – diz um comunicado do
Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, dicastério vaticano
responsável pela organização do Jubileu extraordinário da Misericórdia.
O lema do Ano
jubilar “Misericordiosos como o Pai” constitui o fio condutor do evento cujos
temas nas precedentes edições de 2014 e 2015 foram, respectivamente, “O perdão
mais forte do que o pecado” e “Deus, rico de misericórdia”.
Promovida pelo
referido dicastério vaticano com a imediata adesão de muitas dioceses, “24
horas para o Senhor” foi fortemente querida pelo Pontífice. Em 13 de março de
2015, segundo aniversário de sua eleição à Cátedra de Pedro, justamente durante
a celebração penitencial Francisco anunciou o Ano Santo da Misericórdia.
Na Bula de
convocação do Jubileu (Misericordiae Vultus), o Papa escreveu:
“A iniciativa
“24 horas para o Senhor”, a ser celebrada na sexta-feira e sábado que precedem
o IV Domingo da Quaresma, deve ser incrementada nas dioceses. Muitas pessoas
estão se reaproximando do sacramento da Reconciliação e, entre estas, muitos
jovens, que nesta experiência muitas vezes reencontram o caminho para voltar
para o Senhor, para viver um momento de intensa oração e redescobrir o sentido
da própria vida.”
O presidente do
referido organismo vaticano, Dom Rino Fisichella, afirma que é importante
ressaltar que “a misericórdia não se reduz ao sacramento da Reconciliação, ela
tem um horizonte muito mais amplo, que empenha cada um de nós a tornar-se
instrumento da misericórdia para o próximo”. (RL)
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Fonte: radiovaticana.va
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