Bom combate
Jesus fundou sua
Igreja que tem a força de vencer tudo o que se opõe a seu Reino. O poder do
inferno não tem a força de vencer sua Igreja (Cf. Mateus 16,18).
O combate de
quem trabalha pela causa da fé em Deus não é o das armas que destroem, nem a
busca de poder pelo prestígio ou por vantagens materiais e sociais. Trata sim
da vida combativa pelo ideal assumido com a busca de defesa de valores da
dignidade e da conduta voltada para a promoção da justiça, da verdade e do bem
do ser humano e do meio ambiente. A maior grandeza, então, não é a conquista de
prestígio social, de bens materiais e de mecanismos de proteção de vantagens,
benefícios e privilégios.
Dom José Alberto Moura |
Pedro e Paulo,
grandes apóstolos escolhidos por Jesus como duas colunas gigantescas de sua
Igreja, deram a vida pela causa do Mestre e de seu Evangelho. Seu testemunho do
bom combate da fé os levou ao despojamento total de si para sua entrega sem
reservas para anunciar a todos que a vida só tem jeito do jeito do amor de
Deus. Caso contrário, o ser humano combate só a favor de interesses mesquinhos
e de baixo ou nulo valor e emprega todo esforço na busca do que é
provisório colocado como finalidade de vida. Sem caminhar com o projeto de Deus
e seus valores o ser humano se empobrece, destrói e vive sem sentido. As
consequências são danosas para todos: guerras, injustiças, privilégios de
minorias, utilização da inteligência para a exclusão social, a fome, o desemprego,
a política mesquinha e promotora da mentira e das discriminações acontecem com
dano incomensurável.
A luta dos
apóstolos escolhidos por Jesus é a da promoção do bem pessoal e social, com a
prática dos valores que dignificam o ser humano. No final da caminhada terrena,
depois de ter vivido de modo tenaz e maravilhoso, Paulo afirma ter combatido o
bom combate, por causa de Jesus e a implantação de seu Reino de justiça e amor
(Cf. 2 Timóteo 4,7). Ele reconhece que está reservado para ele o prêmio. Pedro foi
crucificado de cabeça para baixo, não sem ter tudo feito de acordo com a
incumbência dada por Jesus a Ele de apascentar suas ovelhas. Jesus deu-lhe o
poder de ligar o ser humano com Deus (Cr. Mateus 16,19). Mas, em todos os
momentos da vida e da missão desses baluartes da Igreja, Deus esteve com eles,
dando-lhes força, coragem e perseverança para cumprirem bem sua missão. Afinal,
Jesus fundou sua Igreja que tem a força de vencer tudo o que se opõe a seu
Reino. O poder do inferno não tem a força de vencer sua Igreja (Cf. Mateus
16,18), mesmo ela sendo composta de seres humanos frágeis, mas tendo a graça e
o poder de Deus! Pedro reconhece que, depois, de ser preso, Deus mandou seu
anjo libertá-lo. Paulo também fala que o Senhor esteve a seu lado em seus combates
a favor de sua missão, bem como está ao lado de toda a pessoa que vive no
seu amor e por causa dele realiza sua
vontade.
A Igreja
apostólica instituída por Jesus é encarregada de ser luz para toda a
humanidade. Sua missão a faz propor, promover e defender o bom combate da
promoção da vida plena e de sentido para todos, até que cada ser humano seja
tratado e assumido como imagem e semelhança de Deus, como fizeram os apóstolos
de Jesus.
Em Pedro e Paulo
temos a certeza de participar da Igreja una, santa e católica, instituída não
por um fundador puramente humano, mas sim pelo Filho de Deus!
Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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