terça-feira, 31 de julho de 2018

O mês vocacional está chegando

Pela Graça do Batismo
os leigos e leigas cristãos têm a missão de testemunhar a fé
O bispo de Caçador (PR), dom Severino Clasen, presidente da Comissão do Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em pleno Ano Nacional do Laicato celebrado pela Igreja no Brasil até a Festa de Cristo Rei, celebrada em 25 de novembro deste ano, fala ao Portal da CNBB sobre a vocação dos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. Segundo o religioso, os leigos são chamados a viver os sentimentos de Cristo, que pela sua misericórdia ensina a ser irmão.
Dom Severino (Foto: O Santuário)
“Eles têm a missão de testemunhar a fé no seu ambiente de vida comum, ou seja, na família, no trabalho, no estudo, na comunicação, na política, em todo o lugar”, disse e são chamados a atuar nas pastorais, movimentos, liturgia e catequese, entre outros, e a participar dos grupos de reflexão, estudos bíblicos, formação cristã para poder ser sal na terra e luz no mundo.
A presença e atuação dos cristãos leigos e leigas na Igreja é uma chave de ouro que enriquece a vida eclesial no seguimento do Mestre de Nazaré defende o bispo. Para ele, os leigos são fermento na massa, ramos ligados ao tronco, que revitalizam as relações fraternas na Igreja, na família e na sociedade. “Os leigos e leigas são chamados a experimentar, no seu dia a dia a amizade com Jesus Cristo que caminha conosco e nos ajuda a sermos solidários, amigos e fraternos”, aponta.
O bispo de Caçador, também presidente da Comissão Especial do Ano do Laicato, chama a atenção para o fato de que a metade do Ano Nacional do Laicato já tenha se passado mas que tem outra parte ainda. Segundo ele, para os próximos meses, muitas dioceses continuam oferecendo semanas de estudos sobre a teologia do laicato, congressos, romarias, etc.
A expectativa, segundo dom Severino, é celebrar muito bem o Dia do Leigo, que é a festa de Cristo Rei em novembro. O religioso lembra aos cristãos que as igrejas particulares estão se organizando para participar, em Aparecida do Norte (SP), no dia 25 de novembro deste ano, da Romaria do Ano do Laicato. Na mesma ocasião, acontecerá a 9ª Assembleia dos Organismos do Povo de Deus, no Santuário Nacional de Aparecida (SP).
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Irmã Dionísia Pereira:
O religioso não está nas ‘arquibancadas’, mas em campo
Por ocasião do Mês Vocacional, celebrado em Agosto, a irmã Dionísia Pereira Duarte, Irmâzinha da Imaculada Conceição, secretária da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) Nacional deu pistas para quem sente o chamado à vida religiosa consagrada, uma das formas de ser e estar à serviço da Igreja no Brasil e no mundo. Para ela, a vocação a viver a vida religiosa consagrada é um grande desafio à misteriosa e exultante experiência de sentir-se chamado/a a viver a “forma de vida de Jesus”. E a caminhar numa “Igreja em saída”. A CRB é um organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que atualmente integra 455 congregações religiosas, sendo 352 femininas e 103, masculinas. Acompanhe a íntegra da entrevista abaixo.
Quantas congregações religiosas (masculinas e femininas) atuam no Brasil?
Ir.Dionísia: Podemos informar sobre as que estão cadastradas na CRB Nacional. São 103 Congregações masculinas e 352 Congregações femininas. Esperamos que, a partir de 2019, o censo da Igreja Católica que está sendo realizado pelo CERIS, apresentará dados mais concretos quanto ao número de congregações e de religiosos/as existentes no Brasil.
Quais os desafios da Vida Religiosa Consagrada atualmente?
Ir.Dionísia: A VRC é chamada a viver a vida cristã com mais radicalidade no seguimento de Jesus. Busca ser sinal profético do Reino e dar testemunho de vida de fé, esperança e caridade. Neste contexto e nestes tempos, o desafio é viver uma mística e espiritualidade que signifiquem e ressignifiquem a vida do/a consagrado/a.
À direita, na foto, irmã Dionísia Pereira.
A seu lado, irmã Maria Inês, presidente da CRB Nacional
A vocação à VRC é um grande desafio à misteriosa e exultante experiência de sentir-se chamado/a a viver a “forma de vida de Jesus”. Essa é, de fato, a vocação originária da Vida Religiosa: reproduzir a “forma de vida” de Jesus, deixando-se configurar em tudo pelos seus valores e estilo de vida. O chamado de Jesus altera vida da pessoa e a obriga a pensar de outra forma o próprio “eu”. Só essa experiência pode justificar que alguém abra mão de algo que até o momento era para ele absoluto, irrenunciável.
O Livro “Vida Religiosa Consagrada em Processo de Transformação”, publicado em 2015 aborda esta temática atual da VRC.
Qual o atual rosto da vida religiosa consagrada no Brasil?
Ir.Dionísia:O rosto da VRC apresenta-se num processo de transformação.
Como Jesus, procura viver e lutar pela causa do Reino, o que não se identifica com uma espiritualidade alienante, fora da realidade do mundo. Vive-se como pessoas tão inseridas ao que acontece ao redor e na atualidade, que a vida religiosa consagrada é um protesto constante e firme a tantos despropósitos e atropelos, a tanto desamor e egoísmo, a tanta violência, ódio e sofrimento que o mundo provoca.
O número de religiosos é suficiente para a consolidação da caminhada da Igreja no Brasil?
Ir.Dionísia: Quando pensamos numa Igreja Povo de Deus, e aí está a VRC, a caminhada acontece e se realiza nesta parceria e compromisso com todos os cristãos e cristãs. Estamos celebrando o Ano Nacional do Laicato. Os Leigos no Brasil estão inseridos na Igreja e a VRC faz parte do Laicato. Assim, juntos, se busca ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14). A vida religiosa consagra a Deus o próprio mundo. Como todos, o religioso/a não está nas “arquibancadas”, mas entra em campo, caminha com toda a “Igreja em saída”. Nunca seu número será suficiente. O próprio Jesus experimentou isto quando sugeriu: “Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe (Lc 10,2-3).
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