Igreja perseguida pelo regime
Nesta
segunda-feira, os bispos do país latino-americano decidirão se continuam o
diálogo nacional enquanto a situação político-social se agrava e as
manifestações contra o Presidente não cessam.
Bispos nicaraguenses em oração pela paz no país |
Manágua - A
Igreja Católica na Nicarágua é perseguida pelo regime do presidente Daniel
Ortega. Foi o que disse neste domingo (22/07) o cardeal Leopoldo Brenes
Solorzano, presidente da Conferência Episcopal do País e da Comissão para o
Diálogo Nacional, no dia em que toda a América Latina se uniu em oração pela
paz na Nicarágua, atingida por uma crise que desde abril último causou mais de
360 mortes.
Hoje a decisão
dos bispos
"A Igreja é
perseguida em várias partes do mundo hoje" - disse Dom Brenes - "faz
parte da igreja, que sempre foi perseguida. Não somos estranhos" a esse
fato. Pelo menos sete os episódios de profanação e vários ataques a bispos
registrados desde quando o episcopado pediu a Ortega que antecipasse as
eleições de 2021 para março de 2019 para acabar com a crise social e política.
Dom Brenes também anunciou que nesta segunda-feira o episcopado da Nicarágua
analisará se deve continuar o diálogo nacional mesmo após as declarações do
presidente que acusaram os bispos de "manobras de golpe".
Perigo de uma
guerra civil
Por sua vez, o
senador norte-americano Marco Rubio advertiu Washington de que "a
possibilidade de uma guerra civil na Nicarágua é real", e acusou Ortega de
"encher as mãos de sangue", com a repressão, recusando-se a antecipar
as eleições.
Prisões, locais
de tortura
A Associação
Nicaraguense de Direitos Humanos (Anpdh) afirmou neste domingo que os
partidários do governo da Nicarágua "não são sensíveis à dor",
referindo-se à intimidação contra as mães dos manifestantes detidos nas prisões
de El Chipote, em Manágua, que se tornaram locais de tortura de acordo com a
oposição. Enquanto isso, as manifestações contra Ortega continuaram no sábado e
domingo em alguns municípios da Nicarágua, sem vítimas, e os estudantes
anunciaram uma marcha para esta segunda-feira. A Comissão Interamericana de
Direitos Humanos (CIDH) denunciou "assassinatos, execuções extrajudiciais,
maus-tratos, tortura e detenções arbitrárias perpetradas contra a maioria da
população jovem do país": o governo nicaraguense rejeita as acusações.
Os protestos
contra Ortega e sua esposa, vice-presidente, Rosario Murillo, começaram em 18
de abril por causa do fracasso das reformas da segurança social, e
tornaram-se um pedido de renúncia do Presidente, depois de onze anos no poder,
com acusações de abusos e corrupção.
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Fonte: vaticannews.va
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