sexta-feira, 6 de julho de 2018

Leituras do

14º Domingo do Tempo Comum

1ª Leitura: Ez 2,2-5
Profecia de Ezequiel:
Naqueles dias, depois de me ter falado, entrou em mim um espírito que me pôs de pé. Então, eu ouvi aquele que me falava, o qual me disse: “Filho do homem, eu te envio aos israelitas, nação de rebeldes, que se afastaram de mim. Eles e seus pais se revoltaram contra mim até ao dia de hoje. A estes filhos de cabeça dura e coração de pedra, vou-te enviar, e tu lhes dirás: ‘Assim diz o Senhor Deus’.
Quer te escutem, quer não — pois são um bando de rebeldes — ficarão sabendo que houve entre eles um profeta”.
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Salmo: 122
Os nossos olhos estão fitos no Senhor: tende piedade, ó Senhor, tende piedade!
- Os nossos olhos estão fitos no Senhor: tende piedade, ó Senhor, tende piedade!
- Eu levanto os meus olhos para vós,/ que habitais nos altos céus./ Como os olhos dos escravos estão fitos/ nas mãos do seu senhor.
- Como os olhos das escravas estão fitos/ nas mãos de sua senhora,/ assim os nossos olhos, no Senhor,/ até de nós ter piedade.
- Tende piedade, ó Senhor, tende piedade;/ já é demais esse desprezo!/ Estamos fartos do escárnio dos ricaços/ e do desprezo dos soberbos!
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2ª Leitura: 2Cor 12,7-10
Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios:
Irmãos: Para que a extraordinária grandeza das revelações não me ensoberbecesse, foi espetado na minha carne um espinho, que é como um anjo de Satanás a esbofetear-me, a fim de que eu não me exalte demais.
A esse propósito, roguei três vezes ao Senhor que o afastasse de mim. Mas ele disse-me: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força se manifesta”. Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim.
Eis porque eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor a Cristo. Pois, quando eu me sinto fraco, é então que sou forte.
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Evangelho: Mc 6,1-6
Evangelho de São Marcos:
Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga.
Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele.
Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados da redondeza, ensinando.

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Reflexão:
Santo de casa... 
“Santo de casa não faz milagre”
Os antigos israelitas não gostam quando o profeta Ezequiel denuncia a infidelidade à  Lei e à Aliança, infidelidade que provocou a catástrofe do exílio babilônico. Mas, gostem ou não, Ezequiel entrega o recado: “Saberão que há um profeta no meio deles”(1ª leitura). A lembrança dessa pregação constitui o pano de fundo para reler o que ocorreu a Jesus quando foi pregar na sua própria terra, Nazaré, depois de ter percorrido Cafarnaum e as outras cidades da Galiléia (evangelho). Os seus conterrâneos não aceitavam que esse  jovem que conheceram morando no meio deles como operário braçal lhes pregasse a conversão para participarem do Reino de Deus. Alguém que é socialmente inferior dirigir-lhes a palavra, com autoridade, onde é que se viu?! Vale recordar a reação de muitas pessoas quando um operário se candidata a prefeito ou a presidente da República!
O evangelho nos conta ainda que, depois da ciumenta rejeição, Jesus não pôde fazer lá muitos milagres. “Santo de casa….”. Deus não lhe permitiu mais do que isso, pois os milagres são obras de Deus. A limitação dos milagres era um aviso de Deus para evidenciar a incredulidade. Só uns milagrinhos, umas curas de doentes… mas não deixava de ser um sinal deixado pelo profeta.
O que ocorreu a Jesus em Nazaré prefigura a rejeição que ele experimentará, poucos meses depois, em Jerusalém. Ali, não apenas recusarão sua palavra, mas o pregarão na cruz. Como ficaria uma visita de Jesus a nós, católicos apostólicos romanos, hoje? Encontraria ouvido? Muitos seguidores conheceram a mesma sorte que Jesus. Pessoas simples, profetas que surgiram levantaram a voz no nosso meio. Foram mortos por denunciarem as  desigualdades, as injustiças sociais, a violência no campo e na cidade. Foram mortos por “bons católicos”. Eram considerados pouco importantes, não tinham poder, mas sua palavra tem.  Sua voz não se cala, mesmo que estejam mortos. Porque a voz da justiça e da fraternidade é a voz de Deus.
Ao profeta não importam posição social ou eloqüência (Jr. 1,6). Na 2ª leitura encontramos o currículo de Paulo: não exibe muitos diplomas. Gloria-se em sua fraqueza, pois nela é Deus quem age. Ele só quer anunciar o evangelho do Cristo crucificado e pede que suportemos essa sua loucura. Poder e eloqüência não importam. Importa que o profeta é enviado por Deus. Talvez ele seja um simples operário, pouco refinado e muito chato, porque sempre insiste na mesma coisa. Talvez não faça milagres vistosos, talvez só levante o ânimo de umas poucas pessoas simples. Talvez seja crucificado, figurativamente, pelos que gostam de se mostrar muito religiosos. Mas o que ele fala é palavra de Deus.
                             Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                                                                     Reflexão e banner: franciscanos.org.br

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