Papa venera as relíquias de São Nicolau
O primeiro gesto do Papa Francisco em sua chegada à cidade de Bari foi venerar as relíquias de São Nicolau, que recorda o período em que a Igreja ainda estava unida.
Cidade do Vaticano - Ao chegar à
cidade italiana de Bari, no sul do país, a primeira etapa do Papa Francisco foi
na Basílica de São Nicolau, onde se encontram as relíquias veneradas seja por
católicos, seja por ortodoxos.
Com ele, estavam
os patriarcas e os líderes cristãos que o Pontífice convidou para viverem uma
jornada de oração pela paz no Oriente Médio. Também estavam presentes na
Basílica a comunidade dos dominicanos.
O Papa acendeu a
chama que há décadas é o sinal da única fé entre católicos e ortodoxos, acesa
pela primeira vez por Pio XI.
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Assista:
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Francisco no encontro ecumênico:
A indiferença
mataAssista:
Francisco no encontro ecumênico:
No encontro
ecumênico de oração pela paz pelo Oriente Médio, o Papa pediu que reine a paz
entre todos os povos que sofrem, especialmente para Jerusalém, Cidade Santa
amada por Deus e ferida pelos homens.
Cidade do Vaticano - O Santo Padre
partiu cedo, de helicóptero, na manhã deste sábado (07/07), para se dirigir à
cidade de Bari, sul da Itália, para um encontro Ecumênico.
Em Bari
encontram-se as relíquias de São Nicolau, muito venerado pelas Igrejas
orientais. Ali, o Papa quis reunir os líderes de Igrejas e Comunidades cristãs,
para uma jornada de oração e de reflexão sobre a dramática situação no Oriente
Médio, que aflige tantos irmãos e irmãs na fé.
Ao chegar à
cidade, transferiu-se diretamente à Basílica pontifícia de São Nicolau, onde,
acolheu e cumprimentou os Patriarcas. Juntos, desceram à cripta para venerar as
relíquias de São Nicolau e acender uma lamparina, símbolo da Igreja unida.
A seguir, o Papa
e os Patriarcas dirigiram-se para a uma grande Praça, perto do mar, onde se deu
o encontro de Oração ecumênica pela Paz.
Os irmãs no
Oriente Médio não estão sós
Em seu
pronunciamento introdutório ao encontro de Oração pela Paz no Oriente Médio, o
Santo Padre disse:
“Viemos como
peregrinos a Bari, janela aberta para o vizinho Oriente, trazendo no coração as
nossas Igrejas, os povos e as inúmeras pessoas que vivem em situações de grande
sofrimento. A eles, dizemos: ‘Estamos com vocês’.”
Depois,
Francisco agradeceu aos Irmãos Patriarcas por terem aceito, com generosidade e
prontidão, o convite para participar deste encontro de oração e reflexão, sob a
proteção da Mãe de Deus, aqui venerada como “Odegitria”, que nos sustenta no nosso
caminho comum. Ela nos indica o caminho. E, referindo-se a São Nicolau, disse:
Encruzilhada de
civilizações
“Aqui, são
custodiadas as relíquias de São Nicolau, bispo do Oriente, cuja veneração sulca
os mares e cruza as fronteiras entre as Igrejas. Que este Santo taumaturgo
possa curar as feridas de muitos. Aqui, sentimo-nos impelidos a viver esta
jornada, com a mente e o coração voltados para o Oriente Médio, encruzilhada de
civilizações e berço das grandes religiões monoteístas”.
Daquelas terras
do Oriente, onde nasceu o Salvador, - recordou Francisco - propagou-se a luz da
fé pelo mundo inteiro; lá brotaram as fontes de espiritualidade e do monacato;
lá são mantidos ritos antigos únicos e riquezas inestimáveis da arte sacra e da
teologia; lá reside a herança dos nossos grandes Padres. Esta tradição é um
tesouro que deve ser mantido, porque no Oriente Médio estão as raízes da nossa
fé.
Presença em
risco
E o Papa
acrescentou:
“Mas, naquela
esplêndida região, adensou-se, especialmente nos últimos anos, uma espessa
cortina de trevas: guerras, violências, destruições, ocupações,
fundamentalismos, migrações forçadas e abandono… Tudo isso sob o silêncio de
tantos e a cumplicidade de muitos. Ali, a presença de nossos irmãos e irmãs na
fé corre grande risco”.
Hoje, -
prosseguiu o Papa – acendemos, juntos, a chama da esperança, pois os cristãos
são luz do mundo. E exortou:
“Hoje, rezamos
unidos, para implorar do Senhor aquela paz que os poderosos da terra ainda não
conseguiram encontrar. Que ressoe o grito do salmista “reine a paz entre
vocês”, entre os irmãos que sofrem e todos os povos e crenças, de modo
especial, para Jerusalém, Cidade Santa amada por Deus e ferida pelos homens!”
A indiferença
mata
O Santo Padre
concluiu seu pronunciamento dizendo que não podemos nos permitir dizer “Sou eu,
porventura, o guarda do meu irmão?”. E expressou seus ardentes votos:
“A indiferença
mata! Mas, nós queremos ser voz que contrasta a morte da indiferença. Queremos
dar voz a quem não tem voz, a quem chora, sofre e emudece no Oriente Médio,
enquanto muitos o espezinham em busca de poder e riquezas. Imploremos a Deus a
paz para os pequeninos, os simples, os feridos! Que Deus atenda a nossa
oração”.
Após o encontro
de oração pela paz, Francisco e os Patriarcas voltaram para a Basílica de São
Nicolau, para um encontro a portas fechadas.
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Papa Francisco:
A paz é a
única alternativa para o Oriente Médio
Papa no encontro
pela paz: “Os detentores do poder devem pôr-se, final e decididamente, ao
serviço da paz e não dos próprios interesses”.
Cidade do Vaticano - O Santo Padre
realizou no sábado (07/07) na cidade de Bari, sul da Itália, um encontro
ecumênico de reflexão e oração pela paz no Oriente Médio.
Após o encontro
de oração, Francisco e os Patriarcas voltaram para a Basílica de São Nicolau,
onde são custodiadas as relíquias de São Nicolau, onde mantiveram um encontro
privado de diálogo.
Nosso pecado é a
incoerência
Ao término da
reunião, o Santo Padre pronunciou um discurso conclusivo, no Sagrado da
Basílica de São Nicolau, dizendo inicialmente:
“Sinto-me muito
grato pela partilha que tivemos a graça de viver. Ajudamo-nos a redescobrir a
nossa presença de cristãos no Oriente Médio. Esta presença será mais profética
se testemunharmos Jesus, Príncipe da paz. Como Igreja, somos tentados, pelas
lógicas de poder e lucro, resolutivas e de conveniência. Nosso pecado é a
incoerência entre a fé e a vida, que obscurece nosso testemunho cristão”.
Os gritos de
guerra se transformarão em cânticos de paz
A Boa Nova de
Jesus, crucificado e ressuscitado por amor, - disse Francisco – veio das terras
do Oriente Médio e conquistou o coração do homem, ao longo dos séculos. A fé
dos simples, enraizada no Oriente Médio, é fonte para saciar a nossa sede de
paz. Eis o sentido deste encontro de oração e reflexão, proposto pelo Papa, que
afirmou:
“Encorajados,
uns aos outros, dialogamos fraternalmente. Este é um sinal de que devemos
buscar, cada vez mais, o encontro e a unidade, sem medo das nossas diferenças.
O mesmo acontece com a paz, que deve ser cultivada. Não são as tréguas, com a
construção de muros e provas de força, que trarão a paz, mas a escuta e o
diálogo. Somente assim os gritos de guerra se transformarão em cânticos de
paz!”
Basta de usar o
Oriente Médio para lucros alheios
Para que isto
seja possível - advertiu Francisco –, “é essencial que os detentores do Poder
se ponham, final e decididamente, ao serviço autêntico da paz e não dos
próprios interesses”:
“Basta com os
lucros de poucos à custa de muitos! Basta com as ocupações de terras, que
dilaceram os povos! Basta prevalecer as verdades de parte sobre as esperanças
da gente! Basta usar o Oriente Médio para lucros alheios. A guerra é o flagelo
que acomete tragicamente esta amada região e as suas vítimas são sempre a gente
simples”.
Não se pode
falar de paz enquanto houver armas
Neste sentido,
recordando a martirizada Síria, o Santo Padre disse: “A guerra é filha do poder
e da pobreza. Vence-se renunciando às lógicas da supremacia e erradicando a
miséria. Muitos conflitos são fomentados também pelos fundamentalismos e os
fanatismos, que, em nome da religião, blasfemam contra o nome de Deus, que é
Paz". E o Papa acrescentou:
“A violência é
sempre alimentada pelas armas. Não se pode falar de paz, enquanto houver
corrida ao rearmamento. Esta é uma gravíssima responsabilidade, sobretudo das
Nações mais poderosas. Que a lição de Hiroshima e Nagasaki não transforme as
terras do Oriente, onde nasceu o Verbo da Paz, em obscuros silêncios. Basta com
as contraposições obstinadas! Basta com a sede de lucro, que se apodera das jazidas
de gás e de combustíveis, sem respeitar a ‘Casa comum’!
Que haja
convivência pacífica, - acrescentou Francisco –! Que seja tutelada a presença
dos povos minoritários! Que haja cidadania comum e que os cristãos sejam todos
cidadãos, com direitos iguais.
Solução
negociada
Por fim, o Papa
dirigiu seu pensamento a Jerusalém, cidade de todos os povos, cidade única e
sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos do mundo inteiro, cuja identidade e
vocação devem ser preservadas e cujo “status quo” seja respeitado, conforme a
deliberação da Comunidade Internacional e das Comunidades cristãs da Terra
Santa:
“Somente uma
solução negociada, entre Israelenses e Palestinos, firmemente desejada e
favorecida pela Comunidade das Nações, poderá contribuir para uma paz estável e
duradoura e garantir a coexistência de dois Estados para dois Povos”.
O clamor das
crianças
O pensamento do
Santo Padre dirigiu-se às numerosas crianças, que, no Oriente Médio, choram
pelas mortes violentas de suas famílias e se vêm obrigadas a fugir. Esta é a
morte da esperança! Que a humanidade ouça o clamor das crianças, - pediu
encarecidamente o Papa -. Somente enxugando as suas lágrimas o mundo encontrará
sua dignidade. Enfim, Francisco advertiu:
“Que o Oriente
Médio não seja mais uma ‘arca de guerra’ entre os Continentes, mas uma ‘arca de
paz’, que acolhe os povos e as confissões religiosas. Querido Oriente Médio,
que sejam dissipadas as suas trevas de guerra, do poder, da violência, dos
fanatismos, dos lucros iníquos, da exploração, da pobreza, da desigualdade e do
não reconhecimento dos direitos humanos. Que em toda a região reinem a Paz e a
Justiça e que a bênção de Deus desça sobre todos os seus habitantes”.
Ao término deste
encontro de oração e reflexão, com os Patriarcas, pela Paz no Oriente Médio, o
Papa Francisco transferiu-se para o Arcebispado de Bari para o almoço com os
Patriarcas e líderes de outras Confissões religiosas.
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Fonte: vaticannews.va
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