Quero me
encontrar
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Quando pensamos
nas nossas vidas, percebemos que às vezes somos diferentes dos nossos avôs,
pais, tios e etc. A internet para muitos deles é uma coisa do outro mundo, eles
não escutam as mesmas músicas, não usam fones de ouvido. Como assim? Por isso
dizemos que estamos numa mudança de época ou numa época de mudanças, às vezes
muito rápidas para eles acompanharem. Mas sabe o quê, para nós também não
é uma tarefa fácil. Nós vivemos estas mudanças de outra maneira, por exemplo:
quando não sabemos o que devemos fazer com a nossa vida ou o que estudar, com
quem devo relacionar-me. E a idade vai passando e algumas coisas não se
resolvem, nossos amigos começam as suas vidas e nós parecemos que ficamos
para trás. Tudo isso gera inseguranças e frustrações que são difíceis de
aceitar e conviver.
Escutando um
pouco a nossa Mãe Igreja, na Gaudium et Spes número 22 temos uma frase muito
importante que pode nos iluminar: “Na realidade o mistério do homem só se
torna claro verdadeiramente no mistério do Verbo encarnado.” Ou seja,
quando Cristo diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6)”, Ele
fala literalmente do que precisamos para realmente sabermos quem somos. Então a
primeira coisa que devemos fazer para nos encontrarmos é deixar que Cristo faça
a Sua obra em nós. Para sermos verdadeiros cristãos, com uma vida de oração e
de caridade com os demais.
Segundo, devemos
deixar que o Espírito Santo nos guie; isso não quer dizer vamos fazer qualquer
coisa ou experimentar de tudo. Não, pelo contrário, isso requer virtudes,
começando pela caridade, pela prudência, pelo serviço. Nisso vamos nos
conhecendo, vamos acolhendo os conselhos dos demais; vamos aprendendo que
existe uma série de coisas que devemos mudar. E isto exige muita coragem, muita
confiança em Deus, perseverança. Viu como o caminho de Cristo é um caminho
aonde vou me encontrando, encontrando quem realmente sou, aquilo que é bom
e aquilo que é ruim? E no meio disso as perguntas começam a encontrar suas
respostas.
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Começo a
descobrir que gosto mais disso do que daquilo; começo a perceber minhas
capacidades e também minhas dificuldades; escuto muitos elogios e muitas
críticas; faço amizades e percebo que outras não são tão boas para mim; aparecem
situações que me desafiam e que não sei como resolver, e tenho que superá-las. Neste
sentido o Papa emérito Bento XVI tem uma palavra de alento: “Assim, eu gostaria
com grande força e convicção, partindo da experiência de uma longa vida
pessoal, de vos dizer hoje, queridos jovens: não tenhais medo de Cristo!
Ele não tira nada, ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim,
abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira”. Esta é
dinâmica da vida Cristã, que vai nos oferecendo os elementos de que precisamos
para responder às perguntas mais intensas da nossa vida.
Nesse caminho
também é importante o conselho de um bom confessor, amizades de pessoas mais
experientes na fé, que nos ajudem a perceber se estamos fazendo o que devemos
fazer, ou seja: o dom da Igreja é uma ajuda que Deus nos concede nessa
peregrinação rumo à casa do Pai. Aprendermos a acolher com sabedoria estas
moções que Deus nos concede, estes conselhos, estas informações que vamos
coletando sobre quem somos e sobre o que Deus espera de nós. Chegaremos assim,
às respostas de que precisamos, mas lembre-se, não necessariamente
encontraremos todas as respostas. Só aquelas que Deus quiser responder, somente
aquelas que forem necessárias, e quando forem necessárias. Por isso devemos
crescer na nossa fé e amar como Jesus amou, perseverando no caminho da
santidade, como filhos de Maria.
Fábio Santos
Araújo, membro do Sodalício de Vida Cristã
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Fonte: a12.com
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