Solenidade da Ascensão
“Ascensão não é
despedida, mas uma presença através de sinais.”
A comemoração da
Ascensão do Senhor não tem caráter cronológico, mas teológico-catequético.
Lucas, nos Atos
dos Apóstolos, quis afirmar que Jesus, o crucificado, ressuscitou e foi
acolhido por Deus. Os dois anjos com vestes brancas são os mesmos que
apareceram no dia de Páscoa, relatado em seu Evangelho.
O mesmo Lucas,
autor do Evangelho que leva seu nome, escreveu nesse seu outro livro uma cena
muito mais simples – Jesus se elevou aos céus perante seus discípulos.
O céu, entendido
a partir do Evangelho de Jesus, não é o além das estrelas e das nuvens. Isso
seria um céu materializado, continuação do nosso mundo. Céu é a comunhão plena
com o Pai, a sintonização absoluta com sua santíssima vontade e a vivência
radical da caridade, do amor, a plenitude do amor fraterno, em total ágape e
comunicação com a Trindade.
Jesus subiu ao
céu no mesmo instante de sua morte, mas os discípulos só foram compreendendo
isso aos poucos, a partir do terceiro dia.
O Senhor volta
para o Pai e, ao mesmo tempo, está conosco, ao nosso lado. Isso é possível
porque Deus é onipotente, está em toda parte, em todo lugar. Principalmente
porque ele nos ama e quem ama deseja ficar ao lado do ser amado.
Jesus está
presente no mundo, no meio dos homens quando o testemunhamos, quando somos
fiéis aos seus ensinamentos e praticamos a justiça, o amor e o perdão.
Sua obra de
redenção continua no mundo, através da ação da Igreja, através de nossa ação de
batizados. Somos os continuadores de sua missão redentora. Ele investe todos
nós nessa missão ao dizer: “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra.
Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos
ordenei!”
Ascensão não é
despedida, afastamento de Jesus, mas outro modo de Ele estar presente ao nosso
lado através de sinais. Por isso ele acrescenta: “Eis que eu estarei convosco
todos os dias, até o fim do mundo”
E os sinais
serão nossa prática de caridade fraterna, nossa ida aos marginalizados, aos
sofredores, nossa vida alicerçada nos valores do Reino e não nos contravalores
de uma sociedade materialista e consumista.
Padre Cesar Augusto
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Fonte: vaticannews.va
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