Uma só língua
Só com a
linguagem do amor é que vamos nos entender para nos ajudarmos mutuamente e,
assim, construiremos uma sociedade mais justa.
A bíblia narra a
história da torre de Babel. Nela vem apresentada a vontade de o ser humano se
unir para chegar ao céu e dominar tudo como tivesse o poder divino. Mas, com
esse intento, o ser humano erra e se desentende, não conseguindo realizar seu
projeto de dominação (Cf. Gênesis 11,1-9). Apoderar-se do divino sem seu poder
leva a humanidade a viver em verdadeira confusão. Só um homem é Deus, o Filho
dele. Provou-o sua ressurreição. Andando como e com Ele aprendemos a falar,
mesmo com línguas ou realidades diferentes, a linguagem que nos leva à união e
a divinização do humano na caminhada neste planeta. Só com a linguagem do amor
é que vamos nos entender para nos ajudarmos mutuamente e, assim, construiremos
uma sociedade mais justa.
A ação do
Espírito Santo inundou os discípulos de Jesus no dia de Pentecostes, para eles
superarem o medo e se encherem de entusiasmo para propor a todos o caminho que
leva ao entendimento, à promoção da justiça e da solidariedade. Esse mesmo
Espírito atua em pessoas do bem, que ajudam a humanidade a ter o coração
compassivo e disponível, com a humildade de saberem que são instrumentos de
Deus para a promoção do bem comum. O esforço para a superação das rivalidades,
dos ódios e dos mecanismos de morte faz com que muitos se coloquem em ações de
real serviço aos mais frágeis e carentes de promoção e superação de seus males.
O apóstolo Paulo
mostra a realidade humana que vive como em dores de parte, devido aos males
causados pelo pecado e toda a maldade na convivência social (CF. Romanos
8,22-14). De fato, as armas feitas para as guerras e mortes, o flagelo da forme
de um quarto da humanidade, assassinatos e mortes no trânsito aos milhares,
exclusões sociais aviltantes, corrupção bastante ampliada e outros males só
podem ser combatidos e superados com a consciência do verdadeiro amor trazido
pelo Filho de Deus e inoculado nos corações pelo Espírito Santo. Quem tem
sinceridade de coração e coopera com a ação desse Espírito fala a linguagem do
Cristo e colabora com o entendimento e promove a solidariedade humana,
superando a Torre de Babel.
Usufruimos da
água da fonte de Cristo (Cf. João 7,37-39) quando nos deixamos impulsionar por
seu amor, na atitude de quem se embebe do líquido santo da compaixão, da
vontade de ser canal de condução da verdade, do caminho e do amor dele
para ajudar quem precisa de compreensão, de justiça e de paz.
Muitos complicam
a convivência devido a seu fechamento em si mesmo e falta de altruísmo e
sensibilidade em relação às carências do semelhante. A linguagem do amor nos
torna mais felizes por sabermos viver com mais riqueza de doação. É mais fácil
convivermos no entendimento do que na rispidez e fechamento em relação aos
outros. Basta experimentarmos ser mais solidários para percebermos que somos
mais felizes em dar do que em só querer receber!
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Fonte: cnbbleste2.org.br Fonte: dioceseunivitoria.org.br
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O que é o Pentecostes?
Na ação de Pentecostes imploramos: Vinde, Espírito Santo, e renovai a face da terra! Renovar é dar novas forças, restaurar, melhorar em todos os aspectos.
O Espírito Santo faz isso e mais, age na Igreja, no mundo e em nós. Ele “sopra”, infunde, renova, derrama o amor de Deus em nossos corações (Rm 5,5). Sem a sua inspiração nem saberíamos rezar, diz São Paulo: “O Espírito socorre nossa fraqueza, pois não sabemos o que é conveniente pedir, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26).
Jesus prometeu e enviou seu Espírito como defensor e mestre de toda verdade. Desde então ele gera a Igreja. Os Atos dos Apóstolos narram que a efusão de seus dons tirou o medo e deu coragem aos discípulos da primeira hora. Foi o início da renovação! Pentecostes significa na Nova Aliança o nascimento da Igreja, obra do Espírito do Senhor. O mistério pascal chegou à sua plenitude. O amor da Trindade criou o espaço de comunhão e testemunho da vida com Cristo aqui e no céu. Nunca foi nem será fácil ter a fé autêntica em Jesus Cristo, viver o Evangelho, formar a Igreja!
A teofania de Pentecostes fortaleceu e guiou na fé os Apóstolos na plena consciência de serem discípulos missionários de Jesus.Lá no ambiente hostil do paganismo, a efusão do Espírito unificou ideias, atitudes, caridade e sustentou o discipulado e a missão. Manifestou que Trindade e Igreja são inseparáveis. Hoje, toda comunidade cristã vive do Pentecostes. O Espírito age conosco do mesmo modo que na Trindade, ensina a teologia. Ele nos alenta na comunhão e reciprocidade do amor a Deus e aos irmãos e nos convoca a sermos sacramento e sinal da comunidade divina no mundo. A comunhão com Cristo por seu Espírito é a natureza da comunidade. Sem isso não existe Igreja nenhuma!
Nem ministérios leigos, pastorais, catequese, carismas etc. A coerência dos gestos de culto com a vida fraterna se deve à renovação do Espírito. Bem como a audácia do testemunho, a partilha das alegrias e sofrimentos, a unidade da Igreja, o primado do Papa, a hierarquia, o laicato cada vez mais autoconsciente e o sangue de novos mártires derramado na fidelidade à justiça do Reino.
Nunca foi nem será fácil ter a fé autêntica em Jesus Cristo, viver o Evangelho, formar a Igreja! São complicadas as situações: na família, no trabalho, nas diversões e relações de um mundo agitado, competitivo e malicioso. Temos que vencer os impulsos de egoísmo, orgulho, sensualidade e as inclinações sedutoras que falseiam as opções corretas. Saber discernir o bem e o mal é exigência constante para quem abraça a vida cristã e não vive só para produzir e consumir!
O Pentecostes atual da Igreja não aliena o cristão do mundo nem o fecha no templo. Somos cristãos “em saída”, respirando e proclamando as maravilhas de Deus. Maria, esposa do Espírito Santo, que rezou e confortou os apóstolos à espera dele, hoje intercede por nós e nos apoia na perseverança.
Pe. Antonio Clayton Sant’anna, C.Ss.R.
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Fonte: a12.com Foto: Shutterstock
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