inicia pesquisa inédita a partir de junho
Uma pesquisa
inédita será feita a partir de junho pela arquidiocese de Pouso alegre
para traçar um perfil sociorreligioso da população regional por cerca de quatro
meses. A intenção é conhecer o público católico, o perfil de quem tem
outra religião e até mesmo de quem não tem religião, e traçar as necessidades
pessoais e religiosas dessa área. Com os dados será feito um projeto pastoral
que atenda a realidade sul-mineira. A pesquisa é feita pelo Instituto
Giga, sob a coordenação de Silvia Fernandes, professora da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro e especialista em Sociologia da Religião e Sociologia
da juventude.
O
levantamento, que abrange os 50 municípios da arquidiocese, vai ter duas
etapas: a coleta de dados em 2500 residências, independentemente da religião
dos moradores, e a pesquisa online com a comuniade católica, que será divulgada
pelos padres nas paróquia e comunidades. Silvia esclarece quais dados o estudo
vai abranger.
"Que
população habita essa arquidiocese, que perfil é esse socio-econômico, que
perfil em termos de faixa etária e quais as opções que eles têm em termos de
religião, de empregabilidade, qual o perfil da juventude. Então é uma pesquisa
bem ampla que estará conjugando desde a metodologia quantitativa, das pesquisas
de opiniã0, quanto à metodologia qualitativa, de entrevistas em profundidade,
grupos de foco e questionamentos online que serão respondidos pela comunidade.
Podemos dizer que temos dois públicos, o extra-eclesial, não necessariamente
que estão participando das comunidades católicas, e o intra-eclesial",
explicou.
Recenseadores
vão percorrer 2500 residências em perímetros pré-selecionados nas pesquisas de
amostragem por critérios estatísticos.
"É uma
pesquisa que vai receber pesquisadores em casa, identificados pelo instituto
que vai realizar a pesquisa, que é o instituto Giga. É importante que tenha uma
sensibilização das pessoas para que elas respondam à pesquisa quando elas
receberem o recenseador, que não é o recenseador do IBGE. Então, a gente
pede a sensibilização das pessoas para que possam responder honestamente todas
as questões, porque quando você tem um questionário na frente, você fica sempre
pensando se o que você vai responder está certo ou está errado. E numa
pesquisa não existe resposta certa ou errada, existe o que você pensa, a sua
prática e é isso que a pesquisa quer levantar. Não tem um julgamento de valor
sobre a sua resposta", ressaltou Silvia.
A consulta de
informações será feita com a população, com o clero, paróquias, comunidades e
pastorais, além de movimentos religiosos. A fase online é a etapa que
envolve esse público.
"As
pessoas vão ser convocadas a responderem questionários onlines, que depois
serão tabulados com os dados. Isso é uma fase da pesquisa inter-eclesial.
A segunda fase é uma pesquisa mais qualitativa. Digamos que a gente chegue
a um dado que 30% da população de um determinado município foi católico e que
mudou de religião. Você vai ficar com um dado frio se você não investigar o
porquê. Então, você tem que entender porquê as pessoas mudam de religião,
para onde elas vão. Outra questão importante é que tipo de ação social as
pessoas realizam, se elas têm sensibilização para a política, para ação
beneficente. É uma pesquisa que ela tem o interesse da Igreja, mas ela serve
para conhecer melhor a realidade onde a gente está atuando, porque a Igreja
tenta trabalhar sempre mais perto da população, e você não pode trabalhar perto
da população se você não conhece essa população com suas demandas, questões,
angústias e mesmo dificuldades materiais", finalizou.
Esse
levantamento vai conhecer também o perfil socio-cultural de quem é católico ou
não para ajudar a arquidiocese de Pouso Alegre a ter um projeto pastoral
personalizado para a região. O coordenador para da comissão
"À Serviço da Vida Plena", padre Paulo Adolfo Simões, explica
que tudo surgiu à pedido das comissões que trabalham diretamente com as
necessidades da comunidade arquidiocesana.
"O nosso
intuito, o nosso desejo, é conhecer melhor a nossa realidade não somente a
partir do nosso 'olhômetro' ou 'achômetro, mas com critérios mais técnico.
Depois da assembleia de pastoral passada, foram constituídas as comissões para
fazer efetivar as prioridades. Cada comissão elaborou um plano de trabalho.
Todas elas pediram uma pesquisa de realidade para saber se o que a gente pensa
corresponde à verdade e quais os passos a gente pode dar. Com a aprovação do
clero resolvemos fazer uma pesquisa contratando uma empresa de fora, para
ser algo científico, e estamos iniciando essa pesquisa", explicou.
O resultado
dessa pesquisa sociorreligiosa deve ser concluído em até quatro meses e
utilizado a partir de 2018 e 2019.
"Pensamos
em ter os dados para ter uma reflexão sobre toda a ação pastoral da arquidiocese.
Lembrando que a partir do ano que vem nós entramos num novo processo de
assembleia pastoral. Então, essa pesquisa, na verdade, vai alimentar todo o
processo que virá, definindo bastante, nos ajudando no nosso planejamento
pastoral. A pesquisa vai direcionar e mostrar para nós por onde devemos
caminhar", finalizou.
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Fonte: arquidiocese-pa.org.br Texto: Pe. Andrey Nicioli Mapa: Nayara
Andéri (RAR)
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