A Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se solidariza com os caminhoneiros,
trabalhadores e trabalhadoras, em manifestação em todo território nacional, em
nota divulgada nesta quarta-feira, 30 de maio. Preocupada com as duras
consequências que sempre recaem sobre os mais pobres, no texto a
entidade conclama toda a sociedade para o diálogo e para a não violência.
“Reconhecemos a importância da profissão e da atividade dos caminhoneiros”,
pontua.
Confira, abaixo,
a nota na íntegra:
NOTA DA CNBB
SOBRE O MOMENTO NACIONAL
“Jesus entrou e pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco”(Jo 20,19)
A Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, solidária com os caminhoneiros,
trabalhadores e trabalhadoras, em manifestações em todo território nacional, e
preocupada com as duras consequências que sempre recaem sobre os mais pobres,
conclama toda a sociedade para o diálogo e para a não violência. Reconhecemos a
importância da profissão e da atividade dos caminhoneiros.
A crise é grave
e pede soluções justas. Contudo, “qualquer solução que atenda à lógica do
mercado e aos interesses partidários antes que às necessidades do povo,
especialmente dos mais pobres, nega a ética e se desvia do caminho da justiça”
(CNBB, 10/03/2016). Nenhuma solução que se utilize da violência ou prejudique a
democracia pode ser admitida como saída para a crise.
Não é justo
submeter o Estado ao mercado. Quando é o mercado que governa, o Estado torna-se
fraco e acaba submetido a uma perversa lógica financista. “O dinheiro é para
servir e não para governar” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 58).
É necessário
cultivar o diálogo que exige humilde escuta recíproca e decidido respeito ao
Estado democrático de direito, para o atendimento, na justa medida, das
reivindicações.
As eleições se
aproximam. É preciso assegurar que sejam realizadas de acordo com os princípios
democráticos e éticos, para restabelecer nossa confiança e nossa esperança.
Propostas que desrespeitam a liberdade e o estado de direito não conduzem ao
bem comum, mas à violência.
Celebramos a
Solenidade do Corpus Christi, fonte de unidade e de paz. Quem participa da
Eucaristia não pode deixar de ser artífice da unidade e da paz. O Pão da
unidade nos cure da ambição de prevalecer sobre os outros, da ganância de
entesourar para nós mesmos, de fomentar discórdias e disseminar críticas; que
desperte a alegria de nos amarmos sem rivalidades, nem invejas, nem murmurações
maldizentes (cf. Papa Francisco, Festa do Corpus Christi, 2017). O Pão da Vida
nos motive a cultivar o perdão, a desenvolver a capacidade de diálogo e nos
anime a imitar Jesus Cristo, que veio para servir, não para ser servido.
Conclamamos, por
fim, todos à oração e ao compromisso na busca de um Brasil solidário, pacífico,
justo e fraterno. A paz é um dom de Deus, mas é também fruto de nosso trabalho.
Nossa Senhora
Aparecida interceda por todos!
Cardeal Sergio
da Rocha - Arcebispo de Brasília (DF) Presidente da CNBB
Dom Murilo S. R.
Krieger, SCJ - Arcebispo de São Salvador (BA) - Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo
Ulrich Steiner, OFM - Bispo Auxiliar de Brasília (DF) - Secretário-Geral da CNBB
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Fonte: cnbb.net.br
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