A Lei do Senhor não foi feita para escravizar, mas para libertar
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco começou a semana celebrando na segunda-feira
(24/10) a Missa na capela da Casa Santa Marta.
Em sua homilia,
o Pontífice comentou o Evangelho do dia, em que Jesus cura uma mulher no
sábado, provocando a indignação do chefe da Sinagoga porque – diz ele – foi
violada a Lei do Senhor.
Capela Santa Marta |
“Não é fácil
caminhar na Lei do Senhor”, comentou o Papa, é “uma graça que devemos pedir”.
Jesus o acusa de ser hipócrita, uma palavra que “repete tantas vezes aos
rígidos, àqueles que têm uma atitude de rigidez em cumprir a lei”, que não têm
a liberdade dos filhos, “são escravos da Lei”. Porém, “a Lei – observou – não foi
feita para nos escravizar, mas para nos libertar, para nos fazer filhos”. “Por
trás da rigidez, tem sempre outra coisa, sempre! E por isso Jesus diz:
hipócritas!”:
“Por trás da
rigidez há algo escondido na vida de uma pessoa. A rigidez não é um dom de
Deus. A mansidão, sim; a bondade, sim; a benevolência, sim; o perdão, sim. Mas
a rigidez não! Por trás da rigidez há sempre algo escondido, em tantos casos
uma vida dupla; mas há também algo de doentio. Quanto sofrem os rígidos: quando
são sinceros e se percebem isso, sofrem! Porque não conseguem ter a liberdade
dos filhos de Deus; não sabem como se caminha na Lei do Senhor e não são
beatos. E sofrem tanto! Parecem bons, porque seguem a Lei; mas por trás tem
alguma coisa que não os torna bons: ou são maus, hipócritas ou são doentes.
Sofrem!”.
O Papa Francisco
recordou a parábola do filho pródigo, em que o filho mais velho, que sempre se
comportou bem, se indigna com o pai porque acolhe com alegria o filho menor
dissoluto, mas que regressou arrependido. Esta atitude – explicou o
Papa –, mostra o que há por trás de certa bondade: “a soberba de se julgar
justo”:
“Por trás deste
comportar-se bem há soberba. Um filho sabia que tinha um pai e no momento mais
obscuro da sua vida foi até ele; o outro via o pai somente como patrão, mas
nunca o havia visto como pai. Era um rígido: caminhava na Lei com rigidez. O
outro deixou a Lei de lado, foi embora sem a Lei, contra a Lei, mas a um certo
ponto pensou no pai e voltou. E obteve o perdão. Não é fácil caminhar na Lei do
Senhor sem cair na rigidez”.
O Papa concluiu
a homilia com esta oração:
“Peçamos ao
Senhor, rezemos pelos nossos irmãos e as nossas irmãs que pensam que caminhar
na Lei do Senhor significa se tornar rígidos. Que o Senhor lhes faça sentir que
Ele é Pai e que Ele gosta de misericórdia, de ternura, de bondade, de mansidão
e de humildade. E ensine todos a caminhar na Lei do Senhor com essas atitudes”.
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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