Novo apelo do Papa em favor da paz e reconciliação no Iraque
Cidade do
Vaticano (RV) - Nestas horas dramáticas, faço-me próximo de toda a população do
Iraque, em particular, da população da cidade de Mosul: foram palavras do Santo
Padre no Angelus deste domingo, em mais um premente apelo em favor da
paz e da reconciliação no País do Golfo, onde se tem registrado nestes dias um
ulterior recrudescimento dos combates, cuja violência não poupa nem mesmo as
crianças.
“Nosso ânimo
encontra-se abalado com os cruentos atos de violência que há muito tempo têm
sido cometidos contra os cidadãos inocentes, tanto muçulmanos quanto cristãos,
bem como pertencentes a outras etnias e religiões. Sinto-me entristecido com as
notícias do assassinato a sangue frio de numerosos filhos daquela terra, entre
os quais também muitas crianças. Essa crueldade nos faz chorar, deixando-nos
sem palavras.”
Francisco une
sua palavra de solidariedade à asseguração de sua recordação na oração, a fim
de que o Iraque, mesmo duramente atingido, se mantenha “firme na esperança de
poder caminhar rumo a um futuro de segurança, de reconciliação e de paz”. O
Santo Padre pediu aos presentes na Praça São Pedro – que acompanhavam a oração
mariana – que se unissem a ele na oração, fazendo um momento de silêncio
seguido de uma Ave-Maria.
Paulo Apóstolo,
anunciador do Evangelho a todos os povos
Francisco acena à multidão |
Na alocução que
precedeu a oração do Angelus, o Papa ateve-se à segunda leitura da
Liturgia dominical, que nos apresenta a exortação de São Paulo apóstolo a
Timóteo, seu colaborador.
Nela, o Apóstolo
repensa sua existência totalmente consagrada à missão, e vendo aproximar-se o
fim de seu caminho terreno, descreve-o em referência a três estações: o
presente, o passado e o futuro.
Após explicitar
cada uma delas, Francisco ressalta que “a missão de Paulo resultou eficaz,
justa e fiel somente graças à proximidade e à força do Senhor, que fez dele um
anunciador do Evangelho a todos os povos.
Igreja
missionária, testemunha da misericórdia
Nesta narração
autobiográfica de São Paulo espelha-se a Igreja, especialmente neste domingo,
ressaltou o Pontífice, “Dia Mundial das Missões”, cujo tema é ”Igreja missionária,
testemunha de misericórdia”.
“A experiência
do apóstolo dos gentios nos recorda que devemos empenhar-nos nas atividades
pastorais e missionárias, de um lado, como se o resultado dependesse de nossos
esforços, com o espírito de sacrifício do atleta que não se detém nem mesmo
diante das derrotas; de outro, porém, sabendo que o verdadeiro sucesso de nossa
missão é dom da Graça: é o Espírito Santo que torna eficaz a missão da Igreja
no mundo.”
Tempo de missão
e de coragem
Tendo lembrado
que este domingo é “Dia Mundial das Missões”, disse que hoje é tempo de missão
e é tempo de coragem
“Coragem para
reforçar os passos vacilantes, para retomar o gosto do gastar-se pelo
Evangelho, para readquirir confiança na força que a missão leva consigo. É
tempo de coragem, mesmo se ter coragem não significa ter garantia de sucesso.
É-nos pedido a coragem para lutar, não necessariamente para vencer; para
anunciar, não necessariamente para converter.”
Coragem para
abrir-nos a todos
Francisco
continuou advertindo que “nos é pedido coragem para ser alternativos ao mundo,
sem porém jamais tornar-nos polêmicos ou agressivos. É-nos pedido coragem para
abrir-nos a todos, sem jamais diminuir o caráter absoluto e a unicidade de
Cristo, único salvador de todos. É-nos pedido coragem para resistir à
incredulidade, sem tornar-nos arrogantes”.
“É-nos também
pedido a coragem do publicano do Evangelho deste domingo, que com humildade não
ousava sequer elevar os olhos ao céu, mas batia no peito dizendo: ‘Ó Deus,
tende piedade de mim, pecador’.”
É tempo de
coragem!, repetiu o Papa. “Hoje é preciso coragem!”
Dirigindo-se aos
vários grupos de fiéis e peregrinos presentes, saudou os poloneses, que
recordam em Roma e em sua Pátria os 1050 anos da presença do cristianismo na
Polônia. Saudou também os coristas, que nestes dias celebraram o seu Jubileu. E
cumprimentou a comunidade peruana de Roma, presente na Praça São Pedro com a
Imagem sagrada do Senhor dos Milagres. Antes de despedir-se, pediu que não se
esqueçam de rezar por ele. (RL)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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