O Espírito Santo nos torna cristãos reais e não virtuais
Cidade do
Vaticano (RV) - “O Espírito Santo nos torna cristãos reais e não virtuais”,
disse o Papa na missa celebrada na manhã desta segunda-feira, (09/05).
Francisco dirigiu ainda um pensamento especial às religiosas vicentinas que
trabalham na Casa Santa Marta, no dia da festa litúrgica da fundadora da
Companhia, Santa Luísa de Marillac.
Homilia do Santo Padre - Ao lado a imagem de Santa Luísa de Marillac |
O Pontífice
exortou os fiéis a se deixarem guiar pelo Espírito Santo, que nos ensina o
caminho da verdade. 'Nem sequer ouvimos dizer que existe o Espírito Santo',
disse o Papa comentando o diálogo entre Paulo e os alguns discípulos, em Éfeso,
para se deter na presença do Espírito Santo na vida dos cristãos. “Também hoje
acontece como aconteceu aos discípulos que, mesmo crendo em Jesus, não sabiam
quem era o Espírito Santo”, frisou Francisco.
“Muitas pessoas
dizem que aprenderam no catecismo que o Espírito Santo está na Trindade e não
sabem mais nada além disso”, e se perguntam o que faz:
Não mais órfãos
“O Espírito
Santo é aquele que move a Igreja. É aquele que trabalha na Igreja, em nossos
corações. Ele faz de cada cristão uma pessoa diferente da outra, e de todos
juntos faz a unidade. O Espírito Santo é aquele que leva adiante, escancara as
portas e convida a testemunhar Jesus. Ouvimos no início da missa: ‘Receberão o
Espírito Santo e serão minhas testemunhas no mundo’. O Espírito Santo é aquele
que nos impulsiona a louvar a Deus, nos induz a rezar: ‘Ele reza, em nós’. O
Espírito Santo é aquele que está em nós e nos ensina a olhar para o Pai e
dizer-lhe: Pai. Ele nos liberta da condição de órfão para a qual o espírito do
mundo quer nos conduzir.”
“O Espírito
Santo é o protagonista da Igreja viva. É aquele que trabalha na Igreja”, frisou
ainda Francisco. Porém, “quando não vivemos isso, quando não estamos à altura
dessa missão do Espírito Santo, a fé corre o risco de se reduzir a uma moral ou
uma ética”. Não devemos nos deter em cumprir os Mandamentos e “nada mais”:
“Isso pode ser feito, isso não; até aqui sim, até lá não! Dali se chega à
casuística e a uma moral fria”.
Não tornar o
Espírito Santo “prisioneiro de luxo”
A vida cristã,
reiterou Francisco, “não é uma ética: é um encontro com Jesus Cristo”. E é o
próprio Espírito Santo que “me leva a este encontro com Jesus Cristo”:
“Mas nós, em
nossas vidas, temos em nossos corações o Espírito Santo como um ‘prisioneiro de
luxo’: não deixamos que ele nos impulsione, não deixamos que nos movimente. Ele
faz tudo, sabe tudo, sabe nos lembrar o que Jesus disse, sabe nos explicar as
coisas de Jesus. Somente uma coisa o Espírito Santo não sabe fazer: 'cristãos
de salão'. Isto ele não sabe fazer! Ele não sabe fazer 'cristãos virtuais'. Ele
faz cristãos reais, Ele assume a vida real como ela é, com a profecia de ler os
sinais dos tempos e assim nos levar avante. É o maior prisioneiro do nosso
coração. Nós dizemos: ‘É a terceira Pessoa da Trindade e acabamos ali...".
Refletir sobre o
que o Espírito Santo faz em nossas vidas
Esta semana,
acrescentou o Papa, “nos fará bem refletir sobre o que o Espírito Santo faz em
nossa vida” e perguntar-se se “ele nos ensinou o caminho da liberdade”. O
Espírito Santo, que habita em mim, continuou Francisco, “pede-me para sair:
tenho medo? Como é a minha coragem, que o Espírito Santo me dá para sair de mim
mesmo, para dar testemunho de Jesus?” E ainda: “Como está a minha paciência nas
provações? Porque o Espírito Santo também dá a paciência”:
“Nesta semana de
preparação para a Festa de Pentecostes pensemos: “Realmente eu acredito ou é
uma palavra, para mim, o Espírito Santo?’. E procuremos falar com ele e dizer:
“Eu sei que estás no meu coração, que estás no coração da Igreja, que levas
adiante a Igreja, que fazes a unidade entre nós, mas diferentes entre nós, na
diversidade de todos nós”... diga-lhe todas essas coisas e peça a graça de
aprender... mas praticamente na minha vida, o que Ele faz. É a graça da
docilidade para com Ele: ser dócil ao Espírito Santo. Esta semana vamos fazer
isso: pensemos no Espírito Santo, e falemos com ele”. (MJ/SP)
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Fonte: radiovaticana.va
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