sexta-feira, 27 de maio de 2016

Papa aos Orionitas:

Nos excluídos, vocês tocam e servem a carne de Cristo

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu no final da manhã desta sexta-feira, (27/05), os participantes do Capítulo Geral da Pequena Obra da Divina Providência, conhecidos como Orionitas; o obra foi fundada por São Luis Orione.
Presente no encontro o novo Conselho Geral da Congregação, eleito nos dias passados. Como novo Superior Geral foi escolhido o brasileiro Pe. Tarcísio Gregório Vieira. A Congregação, além do Brasil, está presente em 32 países.
Dom Orione pedia a vocês – disse o Papa no seu discurso aos presentes – para “procurar curar as feridas do povo, curar suas enfermidades, ir ao encontro dele no moral e no material: desta forma, a sua ação será não só eficaz, mas profundamente cristã e salvadora”.
Francisco com os orionitas
“Essas indicações são mais do que nunca verdadeiras! De fato, fazendo isso, vocês não só imitarão Jesus, o Bom Samaritano, mas vão oferecer às pessoas a alegria de encontrar Jesus e a salvação que ele traz para todos. Na verdade, “quem se deixa ser salvo por Ele está livre do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo sempre nasce e renasce a alegria”, afirmou o Pontífice.
Todos nós estamos no caminho do seguimento de Jesus. Toda a Igreja – disse Francisco - é chamada a caminhar com Jesus nas estradas do mundo, para encontrar a humanidade de hoje que precisa - como escreveu Dom Orione - do “pão do corpo e do divino bálsamo da fé”.
Para encarnar no hoje da história essas palavras do seu fundador e viver a essência do seu ensinamento, vocês colocaram no centro das reflexões do Capítulo Geral a sua identidade, resumida por Dom Orione no título de “servos de Cristo e dos pobres”.
"A estrada mestra é manter sempre unidas estas duas dimensões da sua vida pessoal e apostólica. Vocês foram chamados e consagrados por Deus para permanecerem com Jesus e servi-Lo nos pobres e nos excluídos da sociedade. Neles, vocês tocam e servem a carne de Cristo e crescem na união com Ele, vigiando sempre para que a fé não se torne ideologia e a caridade não se reduza à filantropia", advertiu Francisco.
O Papa destacou ainda que o anúncio do Evangelho, especialmente em nossos dias, requer tanto amor ao Senhor, junto com uma particular iniciativa.
“Eu soube – continuou o Santo Padre – que quando ainda era vivo, o Fundador, em alguns lugares vocês eram chamados de “os padres que correm”, porque sempre viam vocês em movimento, no meio do povo, com os passos rápidos de quem se preocupa. "Amor est via", (o amor é o caminho) recordava São Bernardo, o amor está sempre na estrada, no caminho.
O Pontífice fez então uma exortação: Com Dom Orione, também eu lhes exorto a não permanecerem fechados em seus ambientes, mas ir “para fora”.
Há tanta necessidade de sacerdotes e religiosos que não se detenham somente nas instituições de caridade – embora necessárias – mas que saibam ir além dos confins delas, para levar em todos os ambientes, mesmo o mais distante, o perfume da caridade de Cristo.
Nunca percam de vista nem a Igreja nem a sua comunidade religiosa, ao contrário, o coração deve estar lá no seu “cenáculo”, mas depois é preciso sair para levar a misericórdia de Deus a todos, sem distinção.
O Papa Francisco concluiu confiando a Congregação à materna proteção de Nossa Senhora, venerada pelos Orionitas como “Mãe da Divina Providência”. (SP) 
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Papa abraça Hebe de Bonafini,
fundadora das "Mães da Praça de Maio"

O Papa Francisco encontrou no final da tarde desta sexta-feira (27/05), na Casa Santa Marta, no Vaticano, Hebe de Bonafini, fundadora e presidente das “Mães da Praça de Maio”, uma associação formada pelas mães dos desaparecidos, os dissidentes desaparecidos durante a ditadura militar argentina (1976 – 1983).
Hebe de Bonafini
Hebe de Bonafini, 87 anos, não perdeu seu espírito combativo. Sua vida passou por duras provações e privações durante a ditadura militar na Argentina: perdeu dois filhos e a nora, desaparecidos como tantos outros opositores do regime.
O encontro com o Papa na Casa Santa Marta foi longo, muito afetuoso: nós nos comovemos e nos abraçamos, disse Bonafini, que no passado havia criticado o Papa Bergoglio, e por isso pediu-lhe desculpas.
Tempos atrás, numa carta, reconhecera ter-se equivocado, não conhecendo o empenho e compromisso de Bergoglio em favor dos pobres. A fundadora das “Mães da Praça de Maio” falou ao Pontífice sobre a dramática situação da Argentina, com o povo sem trabalho e lutando pela sobrevivência.
O Santo Padre sobretudo ouviu, com grande atenção, e afirmou que por enquanto não pode ir à Argentina, disse ela num encontro com os jornalistas. (RL)
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