"A fé não se compra, é dom que muda nossa vida"
Cidade do
Vaticano (RV) - “Como é a minha fé em Jesus Cristo?”. É a pergunta
formulada pelo Papa na homilia da missa matutina na Casa Santa Marta, na manhã
de sexta-feira (15/01). O Pontífice se baseou no Evangelho para reafirmar que
para compreender realmente Jesus, não devemos ter o “coração fechado”, mas
segui-lo no caminho do perdão e da humilhação. “A fé – advertiu – não pode ser
comprada por ninguém; é um dom que muda nossa vida”.
Tenhamos o nosso coração aberto à graça de Deus |
Havia tanta
gente na frente da casa onde estava Jesus que tiveram que tirar o teto e passar
por ali a maca aonde se encontrava o doente. “Tinham fé – comentou o Papa – a
mesma fé daquela senhora que, em meio à multidão, quando Jesus foi à casa de
Jairo, conseguiu tocar um pedaço do manto de Jesus, para ser curada”. A mesma
fé do centurião para a cura do seu servo. “A fé forte, corajosa, que vai
adiante – disse Francesco – o coração aberto na fé”.
Se tivermos o
coração fechado, não conseguimos entender Jesus
No episódio do
paralítico, “Jesus faz um passo adiante”. Em Nazaré, no início de seu
ministério, “foi à Sinagoga e disse que havia sido enviado para libertar os
oprimidos, os encarcerados, para dar a vista aos cegos... inaugurar um ano de
graça”, ou seja, um “ano de perdão, de aproximação ao Senhor. Abrir um caminho
rumo a Deus”. Aqui, porém, dá um passo a mais: não só cura os doentes, mas
perdoa seus pecados:
“Estavam ali
aqueles que tinham o coração fechado, mas aceitavam – até um certo ponto – que
Jesus fosse um curandeiro. Mas perdoar os pecados é demais! Este homem vai
além! Não tem direito de dizer isto, porque somente Deus pode perdoar os
pecados, e Jesus sabia o que eles pensavam, e diz: ‘Eu sou Deus’? Não, não o
diz. ‘Por que pensam estas coisas? Porque sabem que o Filho do Homem tem o
poder – é o passo avante! – de perdoar os pecados. Levanta-te, toma e cura-te’.
Começa a falar aquela linguagem que, a um certo ponto, desencorajará as
pessoas, inclusive alguns discípulos que o seguiam... Esta linguagem é dura,
quando fala de comer o seu Corpo como caminho de salvação”.
A fé em Jesus
muda realmente a nossa vida?
O Papa Francisco
afirma que entendemos que Deus vem para “nos salvar das doenças”, mas antes de
tudo “para nos salvar dos nossos pecados, salvar-nos e levar-nos ao Pai. Foi
enviado para isto, para dar a vida para a nossa salvação. E este é o ponto mais
difícil de se entender”, não somente pelos escribas. Quando Jesus se mostra com
um poder maior do que o poder de um homem “para dar aquele perdão, para dar a
vida, para recriar a humanidade, também os seus discípulos duvidam. E vão
embora”. E Jesus, recordou, “deve pedir ao seu pequeno grupinho: ‘Também vocês
querem ir embora’”.
“A fé em Jesus
Cristo. Como é a minha fé em Jesus Cristo? Creio que Jesus Cristo seja Deus, o
Filho de Deus? E esta fé transforma a minha vida? Faz com que no meu coração se
abra este ano de graça, este ano de perdão, este ano de aproximação ao Senhor?
A fé é um dom. Ninguém ‘merece’ a fé. Ninguém a pode comprar. É um dom. A
‘minha’ fé em Jesus Cristo, me leva à humilhação? Não digo à humildade: à
humilhação, ao arrependimento, à oração que pede: ‘Perdoa-me, Senhor. Tu és
Deus. Podes perdoar os meus pecados”.
A prova da nossa
fé é a capacidade de louvar a Deus
O Senhor, é a invocação
do Papa, “nos faça crescer na fé”. As pessoas, observou, “procuravam Jesus para
ouvi-lo” porque ele falava “com autoridade, não como falavam os escribas”. Além
disso, acrescentou, o seguia, porque ele curava, “fazia milagres!”. Mas, no
final, “essas pessoas, depois de terem visto, foram embora e todos ficaram
maravilhados, e glorificavam a Deus”:
“O louvor. A
prova que eu creio que Jesus Cristo é Deus na minha vida, que me foi enviado
para 'me perdoar', é o louvor: se eu tenho a capacidade de louvar a Deus.
Louvar o Senhor. É gratuito isso. O louvor é gratuito. É um sentimento que dá o
Espírito Santo e nos leva a dizer: ‘Tu és o único Deus’. Que o Senhor nos faça
crescer nesta fé em Jesus Cristo Deus, que nos perdoa, que nos oferece o ano da
graça, e que esta fé nos leve a louvar”. (CM/BF/SP)
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Fonte: radiovaticana.va
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