Ciúme e inveja são pecados que matam com as palavras
Cidade do
Vaticano (RV) - O Papa celebrou a Missa matutina na capela da Casa Santa Marta
no dia em que a Igreja recorda a memória de Santa Inês (21/01). Na homilia,
Francisco falou do ciúme e da inveja: que o Senhor – esta foi a oração do
Pontífice – nos preserve desses pecados que existem inclusive nas nossas
comunidades cristãs e usam a língua para matar os outros.
Que coisa feia é
a inveja
Preservemos nossas comunidades da inveja e das fofocas |
A Primeira
Leitura (1 Sam 18, 6-9: 19,1-7) narra o ciúme de Saul, Rei de Israel, em
relação a Davi. Depois da vitória contra os filisteus, as mulheres cantam com
alegria dizendo: “Saul matou mil, mas Davi 10 mil”. Assim, a partir
daquele dia – destacou o Papa Francisco – Saul olha com desconfiança para Davi,
pensando que possa trai-lo, e decide matá-lo. Depois, segue o conselho do filho
e revê sua decisão. Mas depois, retoma seus pensamentos negativos. O ciúme –
relevou o Papa – é “uma doença" que volta e leva à inveja:
“Que coisa feia
é a inveja! É uma atitude, um pecado feio. E no coração, o ciúme ou a inveja
crescem como a erva daninha: cresce, mas não deixa a erva boa crescer.
Tudo o que pensa que pode ofuscá-lo, lhe faz mal. Não está em paz! É um coração
atordoado, é um coração feio! Mas também o coração invejoso – ouvimos aqui –
leva a matar, à morte. E a Escritura o diz claramente: por inveja do diabo, a
morte entrou no mundo”.
A inveja mata
também nas nossas comunidades
A inveja
“mata” – afirmou o Papa – “e não tolera que o outro tenha algo que eu não
possuo. E sempre sofre, porque o coração do invejoso ou do ciumento sofre. É um
coração sofredor!”. É um sofrimento que deseja “a morte dos outros. Mas quantas
vezes, exclamou o Pontífice, nas nossas comunidades – não devemos ir muito
longe para ver isso – por ciúme se mata com a língua. Alguém tem inveja
daquele, daquele outro e começam os fuxicos: e os fuxicos matam!”:
“E eu, pensando
e refletindo sobre estre trecho da Escritura, convido a mim e a todos a
entender se em meu coração existe algo de ciumento, de invejoso, que sempre
leva à morte e não me faz feliz; porque esta doença leva sempre a ver o que o
outro tem de bom como se fosse contra você. Isto é um pecado muito feio! É o
início de muitas criminalidades. Peçamos ao Senhor que nos dê a graça de não
abrir o coração aos ciúmes, de não abrir nosso coração às invejas, porque estas
coisas causam a morte”.
Jesus entregue
por inveja
“Pilatos –
concluiu o Papa – era inteligente e Marcos, no Evangelho, diz que Pilatos
percebeu que os chefes dos escribas haviam lhe entregado Jesus por inveja:
“A inveja –
segundo a interpretação de Pilatos, que era muito inteligente, mas covarde – é
que levou Jesus à morte. O instrumento, o último instrumento. Entregaram-no por
inveja. Peçamos também a graça de não entregarmos nunca, por inveja, à morte,
um irmão, uma irmã da paróquia, da comunidade, e nem um vizinho do bairro. Cada
um tem seus pecados, cada um tem suas virtudes... são próprias de cada um.
Olhar o bem e não matar, com fofocas, por inveja ou ciúmes”. (BF/CM)
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Cordeiros cujas lãs darão origem aos Pálios
são apresentados ao Papa
Em virtude da celebração litúrgica de Santa Inês, foram
apresentados ao Papa Francisco na manhã desta quinta-feira (21/01), na Capela
Urbano VIII, os dois cordeiros abençoados cujas lãs darão origem aos Pálios dos
novos Arcebispos Metropolitanos.
Conforme a
tradição, o Pálio é uma insígnia litúrgica de honra e de jurisdição que é
usado pelo Papa e pelos Arcebispos Metropolitanos nas suas Igrejas e
naquelas das suas províncias. A estola é constituída por uma estreita faixa
confeccionada em lã branca e decorada com seis cruzes de seda preta.
Papa durante a apresentação |
Desde o ano
passado, o Papa Francisco alterou o rito de entrega dos Pálios aos novos
Arcebispos, que antes precisavam se deslocar até Roma para receber o paramento.
Assim como no ano anterior, a imposição do Pálio aos novos arcebispos será
realizada nas respectivas dioceses de origem pela mão dos Núncios Apostólicos
locais.
Com a
modificação, na solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, no dia 29 de
junho, o Papa celebrará uma missa com a bênção dos Pálios, que posteriormente
serão impostos aos novos Arcebispos.
À época, o
Vaticano explicou que o objetivo da alteração foi “colocar em maior evidência a
relação dos bispos metropolitas – os novos nomeados – com a sua Igreja local e
assim dar também a possibilidade a mais fieis de estarem presentes neste rito
tão significativo para eles, e também particularmente aos bispos das dioceses
sufragâneas, que deste modo, poderão participar do momento da imposição”.
Pelo menos
três novos Arcebispos brasileiros devem receber a imposição dos Pálios: Dom
Rodolfo Luís Weber (Arquidiocese de Passo Fundo); Dom Zanoni Demettino Castro
(Arquidiocese de Feira de Santana); e Dom Roque Paloschi (Arquidiocese de Porto
Velho).
De acordo com
o rito, o Pálio é imposto aos novos Arcebispos nomeados nos últimos 12 meses
contados a partir da data de Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.
(PS)
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Francisco fala sobre arte de acolher o peregrino
em Jubileu especial
Ao final da manhã desta quinta-feira (21/01), o Papa Francisco
recebeu em audiência na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de três mil
participantes no Jubileu dos Agentes de Peregrinações e Reitores de Santuários.
Em seu discurso, o Papa sublinhou a importância da peregrinação, uma das
expressões mais eloquentes – disse – da fé do povo de Deus e que manifesta a
piedade de gerações de pessoas que, com simplicidade, acreditaram e confiaram
na intercessão da Virgem Maria e dos Santos. E acrescentou:
Profunda espiritualidade
do peregrino
“Esta
religiosidade popular é uma forma genuína de evangelização, que precisa ser
cada vez mais promovida e valorizada, sem minimizar a sua importância.”
Francisco citou uma curiosidade: o Beato Paulo VI, na “Evangellii nuntiandi”,
fala de “religiosidade popular”, mas diz que é melhor dizer “piedade popular”.
E depois, o episcopado latino-americano no documento de Aparecida dá um passo a
mais e fala de “espiritualidade popular”. "Os três conceitos são válidos,
mas juntos", reiterou. "Nos santuários, de fato, a nossa gente vive a
sua profunda espiritualidade, aquela piedade que durante séculos moldou a fé
com devoções simples, mas muito significativas.”
Seria,
portanto, um erro – reiterou em seguida Francisco – pensar que aqueles que vão
em peregrinação vivem uma espiritualidade não pessoal, mas "de
massa", pois o peregrino leva consigo a própria história, a própria fé,
luzes e sombras da própria vida, porque o santuário é realmente um espaço
privilegiado para encontrar o Senhor e tocar com as mãos a sua misericórdia,
disse Francisco reiterando a centralidade da palavra acolhimento:
Acolhimento
“Com o
acolhimento, por assim dizer, ‘jogamos tudo’: um acolhimento afetuoso, festivo,
cordial e paciente! Os Evangelhos apresentam-nos Jesus sempre acolhedor para
com aqueles que se aproximam dele, especialmente os doentes, os pecadores, os
marginalizados”.
Francisco durante o encontro |
E o Papa
lembrou que Jesus falou, sim, do acolhimento mas sobretudo o praticou, e quando
nos dizem que os pecadores - como Mateus e Zaqueu – acolhiam Jesus nas suas
casas e à sua mesa, é porque antes de tudo eles tinham se sentido acolhidos por
Jesus, e isso tinha mudado as suas vidas. Por isso o acolhimento é realmente
decisivo para a evangelização e por vezes basta apenas uma palavra, um sorriso,
para que uma pessoa se sinta acolhida e amada, sublinhou Francisco:
“É importante
que o peregrino que cruza o limiar do santuário se sinta tratado como um
familiar e não como um hóspede; deve sentir-se em casa, esperado, amado e
olhado com olhos de misericórdia; seja ele quem for, jovem ou velho, rico ou
pobre, doente e atribulado ou turista curioso, possa encontrar o acolhimento
devido, porque em cada um existe um coração que busca a Deus, por vezes sem se
dar conta plenamente”.
E o Papa
convidou os presentes a fazerem com que cada peregrino tenha a alegria de
finalmente se sentir compreendido e amado para que, assim, voltando a casa,
sinta saudade daquilo que experimentou e tenha o desejo de voltar e, sobretudo,
de querer continuar o caminho de fé na sua vida ordinária.
Santuário é a
casa do perdão
Por último, o
Pontífice reiterou que o santuário é a casa do perdão, onde cada um se encontra
com a ternura do Pai, que tem misericórdia para com todos, sem excluir ninguém.
E convidou os sacerdotes que exercem ministério nos santuários a terem um
coração impregnado de misericórdia e a adotarem atitudes próprias de um pai.
“Confessar num santuário è uma experiência de tocar com as mãos a misericórdia
de Deus.
O Papa
encorajou todos a viverem com fé e alegria este Jubileu, e a vivê-lo como uma
única grande peregrinação. De modo especial, os Agentes de Peregrinações vivam
o seu serviço como uma obra de misericórdia corporal e espiritual. E concluiu
confiando-os à intercessão da Virgem Maria.(BF)
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Fonte: radiovaticana.va
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