segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Papa Francisco nesta segunda-feira:

Sacerdotes sejam simples e misericordiosos

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco reforçou, nesta segunda-feira (25/01), a necessidade de sacerdotes buscarem um diálogo constante com a Palavra de Deus e fez uma advertência àqueles que se contentam com uma vida “normal”. Em seu discurso à comunidade do Pontifício Seminário Lombardo de Roma, o Santo Padre também lembrou da importância do contato e da aproximação como bispo na atividade sacerdotal diocesana.
Para Francisco, o sacerdote que escolhe o caminho da normalidade se tornará um “sacerdote medíocre, ou pior”. “Então, este sacerdote começa a se contentar com um pouco da atenção recebida, julga o ministério com base em suas realizações e se contenta em buscar aquilo que lhe agrada, tornando-se morno e sem nenhum interesse real pelos outros”, destacou.
Contato com o bispo
Unidos aos bispos, os sacerdotes devem crescer no amor a Deus e aos fiéis
Em relação à comunhão com o bispo diocesano, o Papa lembrou que a característica do sacerdote diocesano é “precisamente a 'diocesaneidade', e a 'diocesaneidade' tem a sua pedra angular na relação frequente com o bispo, no diálogo e no discernimento com ele”.
“Um sacerdote que não tem um relacionamento assíduo com o seu bispo – relatou o pontífice – lentamente se isola do corpo diocesano e a sua fecundidade diminui, principalmente porque não exercita o diálogo com o Pai da Diocese.”
Olhar para com os pobres
O Papa recordou o modelo de vida de São Carlos Borromeu que, de acordo com ele, como Servo de Deus se preocupava principalmente com os pobres. "Mas – é sempre bom lembrar – só pode proclamar as palavras de vida apenas quem faz da própria vida um diálogo constante com a Palavra de Deus, ou melhor, com Deus que nos fala.”
O Pontífice pontuou ainda que “não convém uma formação segregada” e que “a oração, a cultura e o trabalho pastoral são pedras fundamentais de um único edifício”. Ao concluir, o Papa refletiu sobre a importância da união porque “os sacerdotes de hoje e de amanhã são homens espirituais e pastores misericordiosos, interiormente unificados pelo amor do Senhor e capacitados a difundir a alegria do Evangelho na simplicidade da vida”.
“A evangelização, hoje, - disse o Papa Francisco - necessita voltar ao caminho da simplicidade. Simplicidade de vida, a fim de evitar todas as formas de duplicidade e mundanismo, o que é suficiente para a comunhão verdadeira com o Senhor e com os outros; simplicidade da linguagem: nem pregadores de doutrinas complexas, mas anunciadores de Cristo, morto e ressuscitado por nós.” (PS)
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Papa Francisco: 
A misericórdia de Deus renovará nossas relações
“Não pode existir autêntica busca da unidade dos cristãos sem um confiar-se plenamente na misericórdia do Pai.” Foi o que disse o Papa Francisco na tarde desta segunda-feira (25/01), nas segundas Vésperas, celebradas na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na festa da Conversão de São Paulo.
Como se dá habitualmente nesta ocasião, sendo uma celebração ecumênica, as Segundas Vésperas tiveram a participação de representantes de diferentes confissões cristãs, entre os quais, representante do Patriarcado ecumênico de Constantinopla, representante em Roma do Primaz da Comunhão Anglicana, e os representantes das várias Igrejas e Comunidades eclesiais de Roma. Todos, com Francisco, passaram pela Porta Santa do Jubileu extraordinário da Misericórdia.
Com humildade, Papa pede perdão por comportamentos não evangélicos
Após referir-se ao Ano jubilar da Misericórdia, e dirigindo-se aos representantes de outras Igrejas cristãs, o Papa disse: “Peçamos perdão pelo pecado das nossas divisões, que são uma ferida aberta no Corpo de Cristo”, exortou Francisco acrescentando:
“Como Bispo de Roma e Pastor da Igreja Católica, quero invocar  misericórdia e perdão pelos comportamentos não-evangélicos da parte de católicos em relação a cristãos de outras Igrejas. Ao mesmo tempo, convido todos os irmãos e irmãs católicos a perdoar se, hoje ou no passado, sofreram ofensas de outros cristãos.”
Com realismo e esperança, o Santo Padre acrescentou: “Não podemos eliminar o que houve, mas não queremos permitir que o peso das culpas passadas continue manchando as nossas relações. A misericórdia de Deus renovará as nossas relações”.
O Pontífice havia iniciado a homilia partindo do significado e alcance da conversão de São Paulo. Conversão essa que, em primeiro lugar – observou – “é uma experiência transformadora da graça de Cristo, e, ao mesmo tempo, o chamado a uma nova missão”.
Referindo-se ao chamado que o Senhor fez ao Apóstolo dos Gentios, disse que “a vocação a ser apóstolo se funda não nos méritos humanos de Paulo”, mas “na bondade infinita de Deus, que o escolheu e confiou-lhe o ministério”.
“A superabundante misericórdia de Deus é a razão única sobre a qual se funda o ministério de Paulo, e é, ao mesmo tempo, aquilo que o Apóstolo deve anunciar a todos”, frisou.
Na liturgia que encerrou a Semana de Oração pela Unidade dos Cristão – semana esta celebrada no hemisfério norte –, o Papa ressaltou que o Pai ama a todos e quer salvar a todos, e para isso chama alguns, “conquistando-os” com a sua graça, a fim de que através destes o seu amor possa chegar a todos.
“A missão de todo o povo de Deus é de anunciar as obras maravilhosas do Senhor, em primeiro lugar, o Mistério pascal de Cristo, por meio do qual passamos das trevas do pecado e da morte para o esplendor da sua vida, nova e eterna.”
Dirigindo-se aos fiéis de todas as confissões cristãs, ali representados, Francisco disse que realmente podemos dizer que todos nós fiéis em Cristo somos “chamados a anunciar as obras maravilhosas de Deus”.
“Para além das diferenças que ainda nos separam – disse –, reconhecemos com alegria que na origem da vida cristã há sempre um chamado cujo autor é Deus mesmo. Podemos progredir no caminho da plena comunhão visível entre os cristãos não somente quando nos aproximamos uns dos outros, mas, sobretudo, na medida em que nos convertemos  ao Senhor, que por sua graça nos escolhe e nos chama a ser seus discípulos. E converter-se significa deixar que o Senhor viva e opere em nós.”
“Quando juntos os cristãos de diferentes Igrejas ouvem a Palavra de Deus e buscam colocá-la em prática, dão passos importantes rumo à unidade. E não é somente o chamado que nos une; somos unidos também pela mesma missão: anunciar a todos as obras maravilhosas de Deus.”
Enquanto estamos caminhando rumo à plena comunhão entre nós, já podemos desenvolver múltiplas formas de colaboração, de caminhar juntos e colaborar para favorecer a difusão do Evangelho. “E caminhando e trabalhando juntos, nos damos conta de que já estamos unidos no nome do Senhor. A unidade se faz caminhando”, afirmou o Papa Francisco.
Recordando que a unidade é dom da misericórdia de Deus Pai, o Papa concluiu convidando todos nós, cristãos, a  unirmo-nos hoje à oração que Jesus dirigiu ao Pai: “Sejamos uma só coisa (...) para que o mundo creia” (Jo17.21). (RL)
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Francisco:
Antes de tudo, peçamos perdão pelo pecado de nossas divisões
Eis a íntegra da homilia do Papa:
“De fato eu sou o menor dos apóstolos e não mereço ser chamado apóstolo, pois persegui a Igreja de Deus. Mas aquilo que eu sou, eu devo à graça de Deus; e sua graça dada a mim não foi estéril” (1 Cor 9, 1). O apóstolo Paulo assim resume o significado da sua conversão. Ela, ocorrida após o fulgurante encontro com Jesus Ressuscitado, na estrada de Jerusalém a Damasco, não é antes de tudo uma mudança moral, mas sim uma experiência transformadora da graça da Cristo, e ao mesmo tempo o chamado a uma nova missão, a de anunciar a todos, aquele Jesus que antes persegui, perseguindo seus discípulos. Neste momento, de fato, Paulo compreende que entre o Cristo vivo na eternidade e os seus seguidores, existe uma união real e transcendente: Jesus vive e está presente neles e eles vivem nele. A vocação a ser apóstolo se funda não nos méritos humanos de Paulo, que se considera “menor” e “indigno”, mas na bondade infinita de Deus, que o escolheu e confiou a ele o ministério.
Uma compreensão semelhante do que ocorreu no caminho de Damasco é testemunhada por Paulo também na Primeira Carta a Timóteo: “Agradeço àquele que me deu força, a Jesus Cristo nosso Senhor, que me considerou digno de confiança, tomando-me para o seu serviço, apesar de eu ter sido um blasfemo, perseguidor e insolente. Mas eu obtive misericórdia porque eu agia sem saber, longe da fé. Sim, ele me concedeu com maior abundância a sua graça, junto com a fé e o amor que estão em Jesus Cristo” (1,12-14). A superabundante misericórdia de Deus é a razão única sobre a qual se funda o ministério de Paulo e é ao mesmo tempo o que Paulo deve anunciar a todos.
Rezemos pela fraternidade unidade entre os cristãos
A experiência de São Paulo é semelhante à das comunidades às quais o apóstolo Pedro dirige a sua Primeira carta. São Pedro se dirige aos membros de comunidades pequenas e frágeis, expostas à ameaça das perseguições, e aplica a elas os títulos gloriosos atribuídos ao povo santo de Deus: “raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus”. Para aqueles primeiros cristãos, como hoje para todos nós batizados, é motivo de conforto e de constante estupor saber que fomos escolhidos para fazer parte do plano de salvação de Deus, realizado em Jesus Cristo e na Igreja. “Por que, Senhor, justamente eu?; por que precisamente nós? “. Atingimos aqui o mistério da misericórdia e da escolha de Deus: o Pai ama todos e quer salvar a todos, e por isto chama alguns, “conquistando-os” com a sua graça, para que através deles o seu amor possa chegar a todos. A missão de todo o povo de Deus é a de anunciar as obras maravilhosas do Senhor, a primeira entre todas o Mistério Pascal de Cristo, por meio do qual passamos das trevas do pecado e da morte ao esplendor da sua vida, nova e eterna.
À luz da Palavra de Deus que ouvimos, e que nos guiou durante esta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, podemos realmente dizer que todos nós que acreditamos em Cristo somos “chamados a proclamar as obras maravilhosas de Deus” (cfr 1 Pt 2,9). Acima das diferenças que ainda nos separam, reconhecemos com alegria que na origem da vida cristã existe sempre um chamado cujo autor é o próprio Deus. Podemos progredir no caminho da plena comunhão visível entre os cristãos, não somente quando nos aproximamos uns dos outros, mas sobretudo na medida em que nos convertemos ao Senhor, que por sua graça nos escolhe e nos chama a sermos seus discípulos. E converter-se significa deixar que o Senhor viva e aja em nós. Por este motivo, quando juntos os cristãos de diversas Igrejas escutam a Palavra de Deus e procuram colocá-la em prática, dão realmente passos importantes em direção à unidade. E não é somente o chamado que nos une; nos une também a mesma missão: anunciar a todos as obras maravilhosas de Deus. Como São Paulo, e como os fieis a quem escreve São Pedro, também nós não podemos que não anunciar o amor misericordioso que nos conquistou e transformou. Enquanto estamos a caminho, em direção à plena comunhão entre nós, podemos já desenvolver múltiplas formas de colaboração para favorecer a difusão do Evangelho. E caminhando e trabalhando juntos, percebemos que já estamos unidos no nome do Senhor.
Neste Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia, tenhamos bem presente que não pode existir uma autêntica busca da unidade dos cristão, sem uma plena entrega à misericórdia de Deus. Peçamos, antes de tudo, perdão pelo pecado das nossas divisões, que são uma ferida aberta no Corpo de Cristo. Como Bispo de Roma e Pastor da Igreja Católica, quero invocar misericórdia e perdão pelos comportamentos não evangélicos tidos por parte dos católicos em relação aos cristãos de outras Igrejas. Ao mesmo tempo, convido todos os irmãos e as irmãs católicos a perdoar se, hoje ou no passado, sofreram ofensas de outros cristãos. Não podemos apagar aquilo que aconteceu, mas não queremos permitir que o peso das culpas passadas continuem a macular nas nossas relações. A misericórdia de Deus renovará as nossas relações.
Neste clima de intensa oração, saúdo fraternalmente Sua Eminência o Metropolita Gennadios, representante do Patriarcado Ecumênico, Sua Graça David Moxon, representante pessoal em Roma do Arcebispo de Cantuária, e todos os representantes das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais de Roma, aqui reunidos nesta tarde. Com eles passamos através da Porta Santa desta Basílica, para recordar que a única porta que nos conduz à salvação é Jesus Cristo nosso Senhor, o rosto misericordioso do Pai. Dirijo uma cordial saudação também aos jovens ortodoxos e ortodoxos orientais que estudam aqui em Roma com o apoio do Comitê  de Colaboração Cultural com as Igrejas Ortodoxos, que atua junto ao Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, assim como aos estudantes do Ecumenical Institute of Bossey, em visita aqui em Roma para aprofundar o seus conhecimento sobre a Igreja Católica.
Queridos irmãos e irmãs, unamo-nos à oração que Jesus Cristo dirigiu ao Pai: “Que sejam um (...) para que o mundo creia” (João 17,21). A unidade é dom da misericórdia de Deus Pai. Aqui, diante do túmulo de São Paulo, apóstolo e mártir, guardado nesta esplêndida Basílica, sentimos que o nosso humilde pedido é apoiado pela intercessão da multidão dos mártires cristãos de ontem e de hoje. Eles responderam com generosidade ao chamado do Senhor, deram um fiel testemunho, com a sua vida, das obras maravilhosas que Deus realizou em nós, e já experimentam a plena comunhão na presença de Deus Pai. Apoiados pelo seu exemplo e confortados pela sua intercessão, dirijamos a Deus a nossa humilde oração". 
                                                            (Tradução livre do Programa Brasileiro)
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                                                                    Fonte: radiovaticana.va      news.va

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