tempo de misericórdia e perdão
Com o rito
solene da abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, o Papa Francisco
inaugurou o Jubileu de 2025, o "Jubileu da esperança". Na sequência,
o Santo Padre presidiu à celebração da Santa Missa na noite de Natal do Senhor,
no interior da Basílica.
Papa Francisco é o primeiro a atravessar a Porta Santa da Basílica de São Pedro |
“Ancorados em
Cristo, cruzamos o limiar deste templo santo e entramos no tempo da
misericórdia e do perdão, para que a cada homem e a cada mulher seja aberto o
caminho da esperança que não desilude.”
Com esta oração,
o Papa Francisco abriu a Porta Santa da Basílica de São Pedro, inaugurando o
28º Jubileu da história da Igreja Católica.
A abertura da
Porta Santa foi precedida por um momento de preparação, com a proclamação das
profecias bíblicas do nascimento do Salvador.
Ao abrir-se da
porta, o Santo Padre em silêncio deteve-se em oração, enquanto soavam os sinos
da Basílica. O Pontífice foi o primeiro a atravessá-la, seguido por ministros,
54 representes do povo de Deus provenientes dos cinco continentes e alguns
concelebrantes, que se dirigiram ao Altar da Confissão para dar prosseguimento
à celebração eucarística enquanto se entoava o hino do Jubileu, intitulado
“Peregrinos de esperança”.
Depois da
leitura da calenda, a imagem do Menino Jesus foi desvendada, e após as flores
oferecidas por algumas crianças, incensada.
Em sua homilia,
o Papa leu o anúncio contido no Evangelho de Lucas: “Hoje, na cidade de David,
nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor”.
“É esta a nossa esperança. Deus é o Emanuel, é Deus conosco. (...) A esperança não está morta, a esperança está viva e envolve a nossa vida para sempre!”
Deus perdoa
sempre e tudo, recordou o Pontífice. Com a abertura da Porta Santa, afirmou, a
porta da esperança foi escancarada para o mundo e Deus diz a cada um: “Há
esperança também para você!”. E há esperança para todas as situações de
desolação: "E há tantas desolações neste tempo. Pensemos nas guerras, nas
crianças metralhadas, nas bombas nas escolas ou nos hospitais".
O Evangelho
relata que os pastores, tendo recebido o anúncio do anjo, «foram
apressadamente» (Lc 2, 16). Para Francisco, esta é a indicação para reencontrar
a esperança: apressadamente.
“Apressadamente,
vamos ver o Senhor que nasceu para nós, para podermos então traduzir a
esperança nas situações da nossa vida. Porque a esperança cristã não é um
"final feliz de um filme" que deve ser aguardado passivamente: é a
promessa do Senhor a ser acolhida aqui e agora, nesta terra que sofre e geme.”
Não nos
detenhamos na mediocridade e na preguiça, exortou o Pontífice. Devemos nos
indignar com as coisas que não estão bem e ter a coragem de as mudar; devemos
ser “sonhadores que nunca se cansam”.
A esperança não
tolera a indolência dos sedentários e a preguiça dos que se acomodaram no seu
próprio conforto; não admite a falsa prudência dos que não se arriscam por medo
e o calculismo dos que só pensam em si próprios; é incompatível com a vida
tranquila dos que não levantam a voz contra o mal e contra as injustiças
cometidas diretamente sobre os mais pobres.
Pelo contrário,
a esperança cristã exige de nós a audácia de antecipar hoje essa promessa,
através da nossa responsabilidade e compaixão. "E aqui, talvez, nos fará
bem nos perguntas sobre a própria compaixão: eu tenho compaixão? Sei 'sentir
com'? Pensemos nisso."
“Irmãos e irmãs, este é o Jubileu, este é o tempo da esperança!”
É tempo de
transformação para a nossa mãe Terra, desfigurada pela lógica do lucro; para os
países mais pobres, sobrecarregados de dívidas injustas; para todos aqueles que
são prisioneiros de antigas e novas escravidões; para os lugares profanados
pela guerra e pela violência.
“Nesta noite,
irmã, irmão, é para você que se abre a ‘porta santa’ do coração de Deus. Jesus,
Deus-conosco, nasce para você, para nós, para cada homem e mulher. E com Ele a
alegria floresce, com Ele a vida muda, com Ele a esperança não desilude.”
Bianca Fraccalvieri - Vatican News
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