destaca os principais temas
discutidos na reunião do Conselho Permanente
discutidos na reunião do Conselho Permanente
A preparação da
57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o
último documento do “Pensando o Brasil”, as reflexões sobre a contribuição da
Conferência para o Ensino Religioso confessional nas escolas públicas e a
sexualidade humana foram os temas principais da reunião do Conselho
Permanente da CNBB, que ocorreu de 19 a 21 de julho, na sede provisória, em
Brasília (DF). O secretário-geral da Conferência, dom Leonardo Steiner,
fez um breve balanço do encontro.
Leia a
entrevista:
O Conselho
Permanente esteve reunido por três dias e qual é o balanço que o senhor faz
desse encontro dos bispos dos regionais, das comissões e da Presidência da
CNBB?
Dom Leonardo: O Conselho
Permanente da CNBB é o órgão mais importante da Conferência depois da Assembleia
Geral. É a instância responsável pela tradução das decisões da Assembleia
Geral. No cumprimento dessa missão, os bispos tiveram, mais uma vez, uma agenda
muito boa na qual trabalhamos em vários turnos e ainda assim não conseguimos
esgotar todos os assuntos. Diante do trabalho realizado, poderíamos destacar
quatro assuntos que tomaram maior parte do tempo: a preparação da Assembleia do
ano que vem, apreciação do último documento do “Pensando o Brasil”, as
reflexões sobre a contribuição da CNBB para o Ensino Religioso confessional nas
escolas públicas e a sexualidade humana.
É a atualização
das novas Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil
(DGAE) que está no centro dos trabalhos da 57ª Assembleia Geral dos bispos em
2019?
Dom Leonardo: É isso mesmo. As
Diretrizes são uma contribuição importante dos Bispos para a evangelização nas
igrejas particulares, nas comunidades católicas. Os bispos preferem que
continuemos o caminho iniciado em 2011 e renovado em 2015 conservando as
urgências pastorais. Desse modo, os regionais, as dioceses, paróquias e
comunidades podem consolidar suas iniciativas pastorais realizadas nos últimos
anos.
No entanto,
houve nas reflexões e discussões o desejo de que se aborde a questão da cultura
urbana, ou a presença da Igreja na realidade urbana. Há tantos desafios neste
campo. Já não podemos confiar em métodos que levavam em conta uma vida do povo
de décadas atrás quando o mundo urbano ainda era o ambiente apenas de quem
vivia em grandes cidades. Hoje, a urbanização além de ter se instalado nas
pequenas localidades também chegou ao campo. É um ambiente novo que pede
respostas novas da Igreja nos métodos de sua missão. Por isso, houve a
insistência de que as Diretrizes levem em conta também os últimos documentos da
Conferência que abordam especificamente 4 das 5 urgências.
As periferias
geográficas e existenciais são os ambientes onde a urbanização mostra
exigências maiores e são nelas que a Igreja é chamada a levar a luz de Jesus
Cristo. Além disso, todo o conjunto da evangelização precisa ser refletido a
partir da cultura urbana dos nossos tempos.
O movimento que
a Igreja no Brasil tem feito em torno de temas fundamentais para a vida da
Igreja e na sociedade por meio do projeto “Pensando o Brasil” tem um texto novo
e dessa vez o que se pretende refletir?
Dom Leonardo: A laicidade do
Estado. É um tema recorrente no Brasil. Ela aparece sempre quando se deseja
justificar um tipo de restrição à manifestação da Igrejas ou para combater a
tradição do povo. Muitas vezes se confunde o Estado laico com Estado ateu. Isso
no sentido de que o Estado sendo laico pode parecer que não exista liberdade de
expressão religiosa, e não pode haver expressões religiosas em público. Por
isso, discutimos a questão do Estado laico e publicaremos um texto abordando essa
realidade no Brasil. Será um subsídio muito significativo sobretudo quanto ao
compromisso social do cristão. Ajudará a refletir a nossa presença como Igreja,
como cristãos, como católicos na sociedade brasileira.
O senhor disse
que também trataram dos encaminhamentos a respeito do que a do Ensino Religioso
confessional nas escolas públicas.
Dom Leonardo: Sim. É um tema
que necessita de acompanhamento e preparação de pessoas que possam apresentar o
Ensino religioso como uma contribuição para a formação da pessoa e aprofundamento
da própria fé. A Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação da CNBB
coordena esse serviço. Ela apresentou aos membros do Conselho Permanente os
passos dados. O importante é que a Igreja ofereça, como sempre o fez, uma ajuda
desinteressada, sem proselitismo, mas comprometida na busca de uma educação
integral e de qualidade. Fortaleça o primado da liberdade e dos valores
essenciais do humano. A religião pode dar uma extraordinária contribuição nesse
sentido.
A Comissão
Episcopal Pastoral Vida e Família apresentou no Conselho Permanente um texto
sobre a sexualidade humana.
Dom Leonardo: O Conselho
Permanente tem refletido a questão da sexualidade humana, no que diz respeito
ao que costumamos denominar ideologia de gênero. Inspirado no Evangelho e no
magistério da Igreja, foi refletida essa realidade e foi confiada à Comissão
Vida e Família a publicação sobre a grandeza de sexualidade humana. Serão
indicações pastorais para ajudar as nossas famílias, comunidades, professores
no esclarecimento e discussão sobre a ideologia de gênero.
Nesse contexto
abordamos a audiência pública sobre o aborto e a participação da CNBB, bem como
de outras entidades religiosas na mesma. Lembramos a nota da CNBB sobre o tema
em questão. Seria até importante publicar mais uma vez no nosso Site, pois é
uma declaração importante de nosso episcopado e pouco conhecido. Apesar de
todas as pressões continuamos seguindo o Evangelho: defender a vida!
O senhor teria
mais algum assunto que foi abordado no Conselho?
Dom Leonardo: Também
conversamos sobre a necessidade de defender a soberania dos bens do Brasil. Foi
lembrado a Petrobras e a Eletrobrás. Não podemos perder a soberania sobre os
bens que estão ligadas a essas duas empresas brasileiras: água, petróleo, gás,
energia elétrica. Foi lembrado que a CNBB já abordou a questão em uma nota.
Nesse momento seria bom que ela fosse mais uma vez visibilizada.
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Fonte: cnbb.net.br
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