Exemplo de João
É preciso levar
e ensinar para os outros o que aprendemos e vivenciamos como bem moral, sendo
verdadeira luz para os demais (Cf. Isaías 49, 6).
Na liturgia da
Igreja celebramos a festa, dentro de outras juninas, do nascimento de João
Batista, o precursor de Jesus. Enquanto fazemos as comemorações dos santos no
dia de sua ida para o céu, a de João celebramos no dia de seu nascimento, para
realçar sua missão importante, que adveio com seu nascimento para a vida
presente. Ele exerceu uma missão ímpar no plano da salvação trazida pelo
Messias. Preparou a comunidade judaica para receber o Salvador que viria reatar
a pontificação da humanidade de todos os tempos e lugares com o divino. Só Deus
poderia realizar tal união perdida por nós com o rompimento da aliança com Ele.
João, o batizador, liderava o mundo religioso de então. Mas ele não quis
assenhorar-se do prestígio para se fazer de Messias. Em sua humildade
apresentou a verdade do Filho de Deus, falando alto e bom tom sobre a pessoa
divina deste.
A vida e as
palavras proféticas de João deveriam ser assumidas também por nós, que fomos
batizados para também sermos profetas. Assim proferimos ou comunicamos a todos
que somente seguindo o Cristo, realizando na terra o que Ele fez e ensinou, é
que temos a chance de consertarmos a convivência humana, com os critérios ou
valores de seu Reino. Mesmo tendo que dar a cabeça, como João fez, não podemos
abrir mão de colocar em prática nossa missão de discípulos missionários de
Jesus. Proclamar, viver e comunicar a verdade, a correição moral, a defesa dos
deixados de lado no convívio social, promover a justiça, vida da família
conforme o projeto do Criador, a política honesta e de verdadeira promoção do
bem comum, o respeito à dignidade da criança, do idoso, da mulher, do sexo e
das minorias fazem-nos imitar João para termos uma sociedade mais humana e
solidária.
O profeta lembra
que não é suficiente fazer nossas obrigações pessoais e de natureza espiritual.
É preciso levar e ensinar para os outros o que aprendemos e vivenciamos como
bem moral, sendo verdadeira luz para os demais (Cf. Isaías 49, 6). O próprio
Jesus deu a incumbência a seus discípulos para irem e ensinarem a todas
as nações o que Ele próprio fez e ensinou. O Papa Francisco afirma que devemos
ser uma Igreja em saída, ou seja, assumindo a missão de não guardar só
para nós e em nossa comunidade, o que aprendemos de bom. É necessário levarmos
a todos e continuamente a proposta de Jesus, com a prática do bem, da justiça,
dos valores humanos e cristãos. Não se trata de fazermos proselitismo, pressão,
ou imposição moral e psicológica para obter conversões e sim de apresentarmos
os valores de modo a que as pessoas vejam como um atrativo interessante avida
cristã para também se disporem a seguir pelo mesmo caminho (Cf. Evangelii
Gaudium – Alegria do Evangelho n.o 14). Os primeiros cristãos eram
admirados pela sua prática da fraternidade e solidariedade (Cf. Atos dos
Apóstolos 4,32-37).
João era uma
pessoa de vida simples e austera. Se também não o formos, cairemos na tentação
de buscarmos na vida sem compromisso e busca de valores maiores, o hedonismo, o
materialismo e a falta de solidariedade com o bem dos mais necessitados. A vida
digna deve ser procurada, mas com a hipoteca ou o compromisso com grande parte
da sociedade que vive na exclusão social. Com sacrifício e doação nos sentimos
mais desapegados do conforto pelo conforto para vivermos no ideal de servir a
causa do bem comum, como fez João!
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo
Metropolitano de Montes Claros
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