é lançado em coletiva de imprensa, em
Brasília
O Documento
Preparatório do Sínodo para a Amazônia foi apresentado pela Rede Eclesial
Pan-Amazônica (REPAM), juntamente com a Comissão Episcopal para a Amazônia,
instituições parceiras e pastorais para divulgar o material que já está
disponível.
Dom Leonardo
Steiner, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
presidiu a celebração de abertura do evento na sexta-feira, 8 de junho, no
auditório da CNBB, em Brasília e em seguida falou da importância da realização
do Sínodo para a Amazônia. Para ele, é vital que seja realizada essa Assembleia
Sinodal, já que a realidade da Amazônia é de sofrimento. “Realidade sofrida
significa os povos estão sofridos, e não apenas os indígenas, mas os
ribeirinhos, os povos que vivem do extrativismo, grupos isolados que não têm
contato com os brancos”, lembrou Dom Leonardo. “É muito importante a Igreja
refletir essa realidade, e, por isso, o papa está chamando para Roma”, destacou
o secretário-geral da CNBB.
Ir.Maria Irene Lopes, assessora da Comissão Episcopal
para a Amazônia,
secretária executiva da REPAM - Brasil.
Crédito: Matheus Souza/CNBB
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“Amazônia: novos caminhos para a igreja e para
uma ecologia integral” é o tema do Sínodo que será realizado em outubro do ano
que vem, mas que, de acordo com Papa Francisco, em janeiro desse ano, na visita
ao Peru, em Porto Maldonado, já iniciou. Irmã Maria Irene Lopes, assessora da
Comissão Episcopal para a Amazônia, secretária executiva da REPAM-Brasil,
Delegada da Confederação Latino-Americana e Caribenha de Religiosos e
Religiosas (CLAR) na Comissão Preparatória do Sínodo e única mulher da equipe,
apresentou o Documento e os passos que serão realizados a partir de agora. “O
material tem três fases, o ver, o discernir e o agir, e nos propõe a fazer isso
a partir da Amazônia, das pessoas que estão lá”, frisou irmã Irene.
O objetivo do
material é preparar as comunidades para o Sínodo e ouvi-las, para que essa
grande assembleia repercuta, de fato, os clamores que saem das bases, o que é
um desejo expresso do Papa Francisco. De acordo com a religiosa o material
precisa chegar a todas as pessoas do território amazônico para contribuírem no
processo. “O Documento será utilizado nas assembleias territoriais,
realizaremos cerca de 40 ao longo dos próximos meses, e esse momento será de
escuta das bases: os indígenas, os quilombolas, os ribeirinhos, as pessoas das
cidades, os jovens… esse documento vai para as mãos das pessoas que estão na
Amazônia”, reforçou irmã Irene.
Após esse
período de escuta, os questionários serão retomados pela equipe de assessores,
sintetizados e transformados no Documento de Trabalho, que deverá ser
encaminhado aos participantes do Sínodo.
Documento
preparatório
O material foi
construído por uma equipe de assessores e foi aprovado pelo Vaticano, em abril
desse ano, quando houve a primeira reunião do Conselho Pré-Sinodal. O Documento
Preparatório é composto por um texto-base, que oferece uma análise da
conjuntura atual da Amazônia e aponta percursos e novos caminhos para a Igreja
a serviço da vida nesse bioma.
Som Leonardo e Ir. Maria Irene |
Dos 13 expertos
que auxiliaram na escrita do Documento Preparatório, 3 são brasileiros e
membros da REPAM-Brasil. O texto está dividido em três partes, segundo o método ver,discernir e agir.
Ao final do material estão algumas questões que permitem um diálogo e uma
progressiva aproximação da realidade para que as populações da Amazônia sejam
ouvidas.
A primeira parte
é o VER, um convite a olhar a identidade e os clamores da Pan-Amazônia. Território,
diversidade sociocultural, identidade dos povos indígenas, memória histórica
eclesial, justiça e direitos dos povos, espiritualidade e sabedoria, são os
pontos apresentados nessa parte do texto. Segundo o documento preparatório, “em
sua história missionária, a Amazônia tem sido lugar de testemunho concreto de
estar na cruz, inclusive, muitas vezes, lugar de martírio. A Igreja também
aprendeu que neste território, habitado por mais de 10 mil anos por uma grande
diversidade de povos, suas culturas se construíram em harmonia com o meio
ambiente”.
O DISCERNIR é a
segunda parte do documento que ilumina as reflexões para uma conversão pastoral
e ecológica. O anúncio do Evangelho de Jesus na Amazônia é apresentado a partir
das dimensões bíblico-teológica, social, ecológica, sacramental e
eclesial-missionária. “Hoje o grito da Amazônia ao Criador é semelhante ao
grito do povo de Deus no Egito (cf. Ex 3,7). É um grito de escravidão e
abandono, que clama pela liberdade e o cuidado de Deus. É um grito que anseia
pela presença de Deus, especialmente quando os povos amazônicos, por defender
suas terras, são criminalizados por parte das autoridades; ou quando são
testemunhas da destruição do bosque tropical, que constitui seu habitat
milenar; ou, ainda, quando as águas de seus rios se enchem de espécies mortas
no lugar de estarem plenas de vida”, afirma o texto de preparação.
Por fim, o
documento, na última parte, provoca a ação, a AGIR: novos caminhos para
uma Igreja com rosto amazônico. O texto reflete o que seria esse rosto, a
dimensão profética, os ministérios e os novos caminhos. “No processo de pensar
uma Igreja com rosto amazônico, sonhamos com os pés fincados na terra de nossos
ancestrais e com os olhos abertos pensamos como será essa Igreja a partir da
vivência da diversidade cultural dos povos. Os novos caminhos terão uma
incidência nos ministérios, na liturgia e na teologia (teologia indígena)”,
destaca o texto.
Após as
reflexões realizadas pelo documento, uma série de questões são apresentadas
para contribuir com a escuta das realidades da Pan-Amazônia. O questionário
está dividido, metodologicamente, de acordo com as partes do documento para
facilitar os trabalhos que serão realizados pelas comunidades e grupos que
responderão as perguntas.
O documento preparatório
termina com as palavras de Francisco em Porto Maldonado, no momento em que
abre, oficialmente, o Sínodo especial para a Amazônia: “Ajudai os vossos
Bispos, ajudai os vossos missionários e as vossas missionárias a fazerem-se um
só convosco e assim, dialogando com todos, podeis plasmar uma Igreja com rosto
amazônico e uma Igreja com rosto indígena. Com esse espírito, convoquei um
Sínodo para a Amazônia no ano de 2019”.
Sínodo para a
Amazônia
O Sínodo para
Amazônia foi uma resposta do Papa Francisco à realidade da Pan-Amazônia. De
acordo com Francisco, “ o objetivo principal desta convocação é identificar
novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus,
especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um
futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de
capital importância para nosso planeta. Que os novos
Santos intercedam por este evento eclesial para que, no respeito da
beleza da Criação, todos os povos da terra louvem a Deus, Senhor do universo, e
por Ele iluminados, percorram caminhos de justiça e de paz”.
Assessoria de
Comunicação da Repam
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Fonte: cnbb.net.br
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