Quando nos distanciamos de Deus o coração se endurece
Cidade do
Vaticano (RV) - “Ouvir a Palavra de Deus para evitar o risco de endurecer o
coração”, disse o Papa Francisco na missa celebrada, esta quinta-feira (24/03),
na Casa Santa Marta.
Quando o povo
não escuta a voz de Deus e vira as costas para Ele, acaba se distanciando Dele.
Baseando-se num trecho do Livro do Profeta Jeremias, o Papa desenvolveu a sua
meditação sobre a escuta da Palavra de Deus.
“Quando não
paramos para ouvir a voz do Senhor, nos distanciamos Dele, viramos as costas
para Ele. E quando não ouvimos a voz de Deus, ouvimos outras vozes.”
Se não
ouvimos a Palavra de Deus, ouvimos os ídolos do mundo
Momento da Consagração |
“No final”,
constatou amargamente o Pontífice, “fechamos os ouvidos e nos tornamos surdos à
Palavra de Deus”.
“Se hoje
todos nós pararmos um pouco e olharmos para o nosso coração, veremos quantas
vezes fechamos os ouvidos e quantas vezes nos tornamos surdos. Quando um povo,
uma comunidade, mas também uma comunidade cristã, uma paróquia, uma diocese,
fecha os ouvidos e se torna surda, não ouve a Palavra de Deus, procura outras
vozes, outros senhores e acaba seguindo os ídolos, os ídolos que o mundo, a
mundanidade, a sociedade lhes oferece. Se distancia do Deus vivo.”
Quando o
coração se endurece, tornamo-nos católicos ateus
“Quando nos
distanciamos do Senhor”, prosseguiu o Papa, “o nosso coração se endurece”.
Quando não ouvimos, o coração se torna mais duro, mais fechado em si mesmo.
Duro e incapaz de receber alguma coisa. Não só fechamento, mas dureza do
coração. Vive então naquele mundo, naquela atmosfera que não lhe faz bem, que o
distancia cada dia mais de Deus”.
“E estas duas
coisas – não escutar a Palavra de Deus e ter o coração endurecido, fechado em
si mesmo – fazem perder a fidelidade. Perde-se o sentido da fidelidade. O
Senhor diz na Primeira Leitura: ‘A fidelidade desapareceu’ e nós nos tornamos
católicos infiéis, católicos pagãos ou pior ainda, católicos ateus, porque não
temos uma referência de amor ao Deus vivo. Não escutar e virar as costas – que
nos endurece o coração – que nos conduz ao caminho da infidelidade”.
“Esta
infidelidade, como se traduz esta infidelidade?”, perguntou o Papa. “Traduz-se
com a confusão: não se sabe aonde está Deus, aonde não está, se confunde Deus
com o diabo”. Francisco fez referência ao Evangelho do dia e observou que “a
Jesus, que faz milagres, que faz tanto pela salvação e as pessoas estão
felizes, as pessoas dizem: ‘E o faz isto porque é um filho do diabo. Faz o
poder de Belzebu’”.
Escutamos
realmente a Palavra de Deus?
“Esta – disse
o Papa – é a blasfêmia. a blasfêmia é a palavra final deste percurso, que
começa com o não-escutar, que endurece o coração, que ‘causa confusão’, que faz
esquecer a fidelidade... e no fim, vem a blasfêmia”. Ai daquele povo que se
esquece da surpresa do primeiro encontro com Jesus:
“Hoje,
podemos todos nos perguntar: Eu paro para ouvir a Palavra de Deus, pego a
Bíblia, que fala a mim? Meu coração se endureceu? Eu me afastei do Senhor?
Perdi a fidelidade ao Senhor e vivo com os ídolos que a mundanidade me propõe
todos os dias? Perdi a alegria da maravilha do primeiro encontro com Jesus?
Hoje é um dia para ‘escutar’: ‘Escutem hoje a voz do Senhor’, rezamos antes.
‘Não endureçam seu coração’. Peçamos esta graça. A graça de escutar, para que
nosso coração não se endureça”. (MJ/CM)
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Os pastorzinhos de Fátima e os protomártires de Natal
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, 23 de
março, o Cardeal Angelo Amato, S.D.B., Prefeito da Congregação das Causas dos
Santos. Durante o encontro o Santo Padre aprovou os votos favoráveis da Sessão
Ordinária dos Cardeais e Bispos Membros da Congregação sobre a canonização dos
seguintes Beatos:
- André de
Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes diocesanos, e Mateus Moreira,
Leigo, como também de 27 Companheiros, Mártires, assassinados por ódio à Fé no
Brasil em 16 de julho de 1645 e 03 de outubro de 1645.
Durante a
Audiência, o Santo Padre autorizou a Congregação das Causas dos Santos a
promulgar os Decretos referentes:
- ao milagre
atribuído à intercessão do Beato Angelo de Acri (de nome: Luca Antonio
Falcone), sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido
em 19 de outubro de 1669 e falecido em 30 de outubro de 1739;
Jacinta, Lucia e Francisco, os três pastorzinhos de Fátima |
- ao milagre
atribuído à intercessão do Beato Francisco Marto, nascido em 11 de junho, de
1908 e falecido em 4 de abril de 1919, e da Beata Jacinta Marto, nascida em 11
de março, 1910 e falecida em 20 de fevereiro de 1920, as crianças de Fátima;
- ao martírio
dos Servos de Deus José Maria Fernández Sánchez e 32 Companheiros, Sacerdotes e
Irmãos Coadjutores da Congregação da Missão, bem como 6 Leigos, da Associação
da Medalha Milagrosa da Beata Virgem Maria, assassinados por ódio à fé em 1936
durante a guerra civil espanhola;
- ao martírio da
Serva de Deus Regina Maria Vattalil (de nome: Maria), religiosa professa da
Congregação das Irmãs Clarissas Franciscanas; assassinada por ódio à Fé, em 25
de fevereiro de 1995;
- às virtudes
heroicas do Servo de Deus e Daniel da Samarate (de nome: Felice Rossini),
sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em 15 de
junho de 1876 e falecido em 19 de maio de 1924;
- às virtudes
heroicas da Serva de Deus Macrina Raparelli (de nome: Elena), Fundadora da
Congregação das Irmãs Basilianas Filhas de Santa Macrina; nascida em 02 de
abril de 1893 e falecida em 26 de fevereiro de 1970;
- às virtudes
heroicas da Serva de Deus Daniela Zanetta, Leiga; nascida em 15 de dezembro de
1962 e falecida em 14 de abril de 1986.
O Santo Padre
também aprovou os votos favoráveis da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos
Membros da Congregação sobre a canonização dos seguintes Beatos:
- Cristoforo,
Antônio e Giovanni, adolescentes, Mártires, assassinados por ódio à fé no
México, em 1529. (SP)
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Igreja no Brasil em festa:
Protomártires de Natal serão canonizados
Cidade do
Vaticano (RV) - A Igreja no Brasil começou o dia 23 de março, recebendo uma
grande notícia: em audiência concedida ao prefeito da Congregação das Causas
dos Santos, Cardeal Angelo Amato, o Papa Francisco aprovou os votos favoráveis
da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos Membros da Congregação sobre a
canonização dos protomártires do Brasil.
Trata-se dos
seguintes Beatos: André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes
diocesanos, e Mateus Moreira e seus vinte e sete companheiros leigos, que em
1645, no Rio Grande do Norte, derramaram seu sangue por amor a Cristo.
Serão os primeiros mártires nascidos no Brasil a ser canonizados |
Os chamados
mártires de Cunhaú e Uruaçu foram beatificados no ano 2000. “Desde então o
processo se intensificou e agora com esta aprovação do Santo Padre temos como
certa a canonização”, disse, em entrevista concedida à colega Cristiane Murray,
o arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, que nos fala da alegria e júbilo
com os quais a Igreja no Brasil, particularmente, a Igreja destes filhos do Rio
Grande Norte, recebeu a alvissareira notícia:
“Devemos render
graças a Deus e proclamar o belíssimo refrão do hino dos mártires: Mártires da
fé, filhos do Rio Grande, homens e mulheres, jovens e meninos, pelo Bom Pastor
deram o seu sangue. Nossa Igreja, em festa, canta os seus hinos. Então, nós
estamos em festa com esta notícia, de muitas graças para a nossa Igreja.
Podemos nos alegrar, render graças a Deus e convocar toda a nossa Igreja de
Natal, do Brasil e do Rio Grande do Norte para esta grande ação de graças pela
canonização dos nossos mártires. Desde 2000, quando foram beatificados, o
processo se intensificou e agora, o Papa Francisco certamente, com muitas
alegria, aprovando os votos da Congregação, teremos como certa a canonização.
Isto para nós é motivo de alegria; que a intercessão dos nossos mártires pela
nossa Igreja no Brasil, pela nossa Arquidiocese e por todo o povo de Deus seja
um sinal de esperança, de testemunho, de convicção na vivencia da nossa fé.
Eles são um exemplo porque deram a vida, derramaram o sangue, na vivência de
sua fé”.
Em 16 de julho
de 1645, o Pe. André de Soveral e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por
200 soldados holandeses e índios potiguares. Os fiéis estavam participando da
missa dominical, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú –
no município de Canguaretama (RN). Em 03 de outubro de 1645, três meses depois,
houve o massacre de Uruaçú. Padre Ambrósio Francisco Ferro foi torturado e o
camoponês Mateus Moreira, morto.
Os invasores
calvinistas não admitiam a prática da religião católica. (RL/CM)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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