A Cruz não é um ornamento, mas um símbolo de fé
Cidade do
Vaticano (RV) – “A cruz cristã não é uma mobília da casa ou um ornamento para
vestir”. O Papa Francisco quis deixar bem claro na alocução que precedeu neste
domingo na Praça São Pedro a oração mariana do Angelus que a Cruz, “é um
chamado ao amor com o qual Jesus se sacrificou para salvar a humanidade do mal
e do pecado”.
“Neste tempo
quaresmal, contemplemos com devoção a imagem do crucifixo: esse é o símbolo da
fé cristã, é o emblema de Jesus, morto e ressuscitado por nós. Façamos de modo
que a cruz marque as etapas do nosso caminho quaresmal para compreender sempre
mais a gravidade do pecado e o valor do sacrifício com o qual o Redentor nos
salvou”.
Jesus a caminho
de Jerusalém, onde deverá sofrer a condenação à morte por crucificação, quer
preparar os seus discípulos para este escândalo muito forte para a fé deles e,
ao mesmo tempo, preanunciar a sua ressurreição, manifestando-se como o Messias,
o Filho de Deus. Na verdade, Jesus estava se demonstrando um Messias diferente
do esperado:
“Não um rei
poderoso e glorioso, mas um servo humilde, e desarmado; não um senhor de grande
riqueza, sinal de bênção, mas um homem pobre que não tem onde reclinar a
cabeça; não um patriarca com numerosa descendência, mas solteiro sem casa e sem
ninho. É realmente uma revelação de Deus de cabeça para baixo, e o sinal mais
desconcertante desta contradição é a cruz. Mas, precisamente por meio da cruz,
Jesus chegará à gloriosa ressurreição”.
Esta é a
mensagem de esperança que a cruz de Jesus contém. A cruz cristã não é uma
mobília da casa ou um ornamento a ser usado, mas um chamado ao amor com que
Jesus se sacrificou para salvar a humanidade do mal e do pecado.
A ressurreição
que vai chegar “através da cruz", observou o Papa, “será em última
análise, não como a transfiguração que durou um momento, um instante"; e
"a Cruz é a porta da ressurreição”.
Recordando a
narração da Transfiguração, o Papa explicou que “Jesus levou consigo três dos
apóstolos, Pedro, Tiago e João, Ele subiu com eles numa alta montanha, e lá
aconteceu este singular fenômeno”: o rosto de Jesus “brilhou como o sol e as
suas vestes tornaram-se brancas como a luz”. Assim, o Senhor fez resplandecer
em sua própria pessoa a glória divina que se podia acolher com fé em sua
pregação e em seus gestos milagrosos.
“A
‘luminosidade’ que caracteriza este evento extraordinário simboliza a finalidade:
iluminar as mentes e os corações dos discípulos, para que possam compreender
claramente quem é o seu Mestre. É um flash de luz que se abre de repente sobre
o mistério de Jesus e ilumina toda a sua pessoa e toda a sua história”.
Jesus
transfigurado no Monte Tabor quis mostrar aos seus discípulos a sua glória não
para evitar a eles de passarem através da cruz, mas para indicar para onde leva
a cruz. Quem morre com Cristo, com Cristo ressuscitará. Quem luta junto com
Ele, com Ele triunfará.
O Papa Francisco
concluiu invocando Nossa Senhora, Ela que “soube contemplar a glória de Jesus
escondida na sua humanidade”. “Que Ela nos ajude a estar com Ele na oração
silenciosa, a nos deixarmos iluminar pela sua presença, para levar no coração,
através das noites escuras, um reflexo da sua glória”. (SP)
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Papa reza pela Guatemala:
Violência contra os jovens, grito escondido a ser ouvido
Cidade do
Vaticano (RV) - Logo após rezar o Angelus neste domingo com os fiéis reunidos
na Praça São Pedro, o Papa Francisco expressou a sua dor pelas vítimas do
incêndio de uma casa de acolhida para menores na Guatemala.
“Exprimo a minha
proximidade ao povo da Guatemala, que vive em luto pelo grave e triste incêndio
que teve início dentro da “Casa Refúgio Virgen de la Assunción”, causando
vítimas e feridos entre as jovens que ali habitavam. O Senhor acolha as suas
almas, cure os feridos, console suas famílias que sofrem e toda a nação”.
O grave incêndio
na Casa de acolhida para menores na localidade de São José Pinula, 25 Km da
capital guatemalteca, ocorreu no último dia 8 de março e causou a morte de 38
jovens, todas entre 14 e 17 anos. Outras quarenta jovens foram internadas no
hospital local.
O Santo Padre
rezou ainda pelos jovens vítimas das violências e das guerras:
“Rezo também e
peço a todos vocês que rezem comigo por todas as jovens e os jovens vítimas de
violências, de maus-tratos, de exploração e de guerras. Esta é uma chaga, este
é um grito escondido que deve ser ouvido por todos nós e que não podemos
continuar a fazer de conta de não vê-lo e de não escutá-lo”. (SP)
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Papa às crianças:
Cidade do
Vaticano (RV) - O Papa Francisco visitou na tarde deste domingo, 12, a Paróquia
romana de Santa Madalena de Canossa, situada no bairro Ottavia. O
Pontífice foi acolhido pelo Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal
Agostino Vallini, pelo bispo auxiliar do setor oeste da cidade, Dom Paolo
Selvadagi, pelo Pároco Giorgio Spinello, e pelo Superior Geral da Congregação
dos Filhos da Caridade (Canossianos), Pe. Giorgio Valente, aos quais a Paróquia
de Santa Madalena de Canossa foi confiada desde a sua criação, em 1988.
Nunca blasfêmias, pior do que palavrões
Uma grande
multidão de fiéis acolheu o Papa Francisco na sua chegada à Paróquia de Ottavia
onde realizou hoje a sua 14ª visita a uma paróquia da Diocese de Roma.
Na sua chegada,
com 10 minutos de antecipação, o Papa encontrou-se com as crianças e
adolescente do catecismo e com o grupo de Escoteiros da Europa que fizeram
algumas perguntas ao Santo Padre e entregaram ao Pontífice algumas cartas nas
quais expressam a alegria pela visita, asseguram sua oração e pedem orações
pela paz no mundo. O Papa respondeu algumas perguntas das crianças.
“Os palavrões
não são bonitos, mas as blasfêmias são mais feias ainda, nunca uma blasfêmia”.
Foi o que recomendou o Papa Francisco durante o diálogo com as crianças.
“Quando vocês virem às vezes os pais discutirem, e isso é normal, vocês sabem o
que devem fazer depois? Fazer as pazes e vocês mesmos digam aos pais, se vocês
discutirem, façam as pazes antes que termine o dia”.
Uma menina,
Sara, perguntou ao Papa do que ele tem medo, acrescentando que ela tem medo das
bruxas. “Mas as bruxas não existem e não são assustadoras”, respondeu
Francisco. “Fazem talvez 3 ou 4 coisas (rituais de magia, etc), mas isso são
bobagens. As bruxas não têm nenhum poder. São uma mentira”. “Assusta-me –
continuou ele – quando uma pessoa é má. A maldade das pessoas me dá medo.
Quando uma pessoa escolhe ser má, pode fazer muito mal. E me assusta, quando,
na paróquia ou no Vaticano há a fofoca”. Vocês - continuou o Papa – ouviram na
televisão o que os terroristas fazem? Jogam uma bomba e fogem. A fofoca é
assim. Jogar uma bomba e fugir".
"Destrói
tudo. E, especialmente, o seu coração. Se é capaz de lançar a bomba, o seu
coração torna-se corrupto: nunca as fofocas. Morder a língua antes de dizê-las.
Vai doer, mas não vai fazer mal aos outros. Assusta-me a capacidade de
destruição que tem o falar mal do outro. Isso é ser bruxa, ser um terrorista”,
disse.
Francisco
encontrou-se ainda com os jovens, as religiosas Filhas da Caridade
(Canossianas) junto com a Superiora Geral, Annamaria Babbini, os doentes,
idosos, casais cujos filhos foram batizados em 2016 (65 ao todo), agentes
pastorais, catequistas e voluntários da Caritas.
O Santo Padre
confessou quatro pessoas da paróquia: um adolescente, um jovem e dois adultos
(um homem e uma mulher), e depois presidiu a missa. A celebração eucarística
foi animada por cinquenta membros dos três coros da paróquia. Depois o
retorno ao Vaticano.
Paróquia Santa
Madalena de Canossa
A Paróquia Santa
Madalena de Canossa é uma comunidade viva, formada por muitas famílias jovens.
A paróquia foi entregue por São João Paulo II aos Canossianos por ocasião da
canonização da fundadora Santa Madalena de Canossa, em 2 de outubro de 1988. A
primeira missa celebrada na paróquia foi em 24 de março de 1996 e o Papa
Wojtyla a visitou em 21 de abril do mesmo ano.
O Pároco Giorgio
Spinello ficou muito surpreso quando foi contatado, antes do Natal, pelo
Cardeal Vallini que lhe deu a bela notícia. “Imaginei tudo, menos a visita do
Papa. Não consegui proferir uma palavra por alguns minutos. Senti uma alegria
indescritível”, disse o padre.
Pe. Spinello é
responsável pela paróquia há dez anos. Segundo ele, “as novas construções
incentivaram muitas famílias jovens a se transferir para essa periferia, e os
pais envolvidos no caminho espiritual dos filhos participam da vida da
comunidade”.
Os grupos que
trabalham na Paróquia de Santa Madalena de Canossa são muitos, dentre os quais
“Missões” que leva adiante o projeto “Casa Amiga” no Brasil, onde os religiosos
canossianos estão presentes há vários anos.
A Caritas é um
ponto de apoio da paróquia e conta com a colaboração de voluntários das
paróquias de Santa Madalena de Canossa, Santo Hilário de Poitiers e São Máximo
na assistência a 50 pessoas, sobretudo jovens desempregados, aos quais são
distribuídos alimentos toda primeira e terceira quinta-feira do mês.
Existe também o
empório, iniciado com a colaboração da Prefeitura e 13 paróquias que cuidam de
seu abastecimento. As famílias que precisam de uma ajuda temporária que varia
de três meses a um ano têm acesso a esse armazém. (MJ-SP)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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