reflete sobre a fé na vida eterna
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco participou na manhã de sexta-feira (31/03) da
4ª pregação de Quaresma, proposta pelo Frei capuchinho Raniero
Cantalamessa para os colaboradores da Cúria. Na Capela Redemptoris Mater,
a meditação teve o tema “O Espírito Santo nos introduz no mistério da
Ressurreição de Cristo”.
O pregador
iniciou a reflexão com uma abordagem histórica da ressurreição. Pelo fato
de ninguém ter visto o momento em que Jesus ressuscita, mas só tê-lo visto
ressuscitado, os historiadores se baseiam em dois fatos: a súbita e
inexplicável fé dos discípulos; e a explicação de tal fé que os interessados
nos deixaram. Negando o caráter histórico e objetivo da ressurreição, o
nascimento da fé e da Igreja se tornaria um mistério ainda mais inexplicável do
que a própria ressurreição. Segundo Frei Cantalamessa, “não basta constatar
historicamente os fatos, é necessário ‘ver’ o Ressuscitado, e isso a história
não pode dar, mas só a fé”.
Frei Cantalamessa, o Papa e os colaboradores da Cúria |
Mas o que é a
ressurreição, considerada do ponto de vista da fé?, questionou ainda o frade. A
morte de Cristo não torna verdadeira a sua causa; somente testemunha que eles
acreditavam na verdade dela. “Que Cristo tenha morrido todo mundo acredita,
inclusive os pagãos, mas que tenha ressuscitado, só os cristãos acreditam e não
é cristão quem não acredita”, prosseguiu.
A fé cristã na
ressurreição dos mortos responde também ao desejo mais instintivo do coração
humano.
A verdade é que
tudo o que diz respeito à nossa condição no pós-vida permanece um mistério
impenetrável; a eternidade não é uma entidade que existe a parte e que pode ser
definida em si mesma, como se fosse um tempo esticado infinitamente. É o modo
de ser de Deus. A eternidade é Deus! Entrar na vida eterna significa
simplesmente ser admitidos, por graça, a compartilhar o modo de ser de Deus.
O pregador
oficial da Casa Pontifícia concluiu com uma citação de Santo Agostinho:
“Quando se quer atravessar um braço de mar, a coisa mais importante não é
sentar-se na costa e aguçar a visão para ver o que está do outro lado, mas é
subir no barco que leva àquela margem. E também para nós a coisa mais
importante não é especular sobre como será a nossa vida eterna, mas fazer as
coisas que sabemos que nos levam a ela”.
Tradução de
Thácio Siqueira
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Papa Francisco em audiência nesta sexta-feira:
500 anos da Reforma são ocasião para purificar a memória
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência esta sexta-feira (31/03),
no Vaticano, aos participantes do Congresso “Lutero 500 anos depois”, promovido pelo
Pontifício Comitê de Ciências Históricas.
“Não muito tempo
atrás, um Congresso do gênero seria impensável”, disse o Papa, manifestando sua
gratidão aos organizadores e também o seu estupor.
Papa por ocasião de sua visita à Suécia, para os 500 anos da Reforma |
“Falar de
Lutero, católicos e protestantes juntos, por iniciativa de um organismo da
Santa Sé: realmente tocamos com as mãos os frutos da ação do Espírito Santo,
que ultrapassa toda barreira e transforma os conflitos em ocasiões de
crescimento na comunhão.”
A comemoração
dos 500 anos da Reforma, disse ainda Francisco, deu a oportunidade de olhar o
passado juntos, livre de preconceitos e polêmicas ideológicas, discernindo o
que de positivo e legítimo aconteceu e se distanciando de erros, exageros e
falências.
“Hoje, depois de
50 anos de diálogo ecumênico entre católicos e protestantes, é possível
realizar uma ‘purificação da memória’, que não consiste em realizar uma
impraticável correção do que aconteceu 500 anos atrás, mas em ‘narrar esta
história de modo diferente’, sem vestígios daquele rancor pelas feridas
sofridas, que deforma a visão que temos uns dos outros.”
Como cristãos,
concluiu o Papa, hoje somos todos chamados a nos libertar dos preconceitos pela
fé que os outros professam, a oferecer mutuamente o perdão pelas culpas
cometidas e a invocar de Deus o dom da reconciliação e da unidade.
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Papa faz visita surpresa à instituição que acolhe cegos em Roma
Cidade do
Vaticano (RV) – Na tarde desta sexta-feira (31), o Papa Francisco deu
seguimento às sextas-feiras da Misericórdia, realizadas uma vez por mês durante
o Jubileu, e visitou os hóspedes do Centro Regional
Sant'Alessio - Margherita di Savoia de Roma.
Francisco encontrou e pôde
conversar com pessoas com deficiência visual
|
A histórica
instituição, fundada em 1868 por alguns cidadãos, mas de iniciativa de Pio IX,
é também a primeira escola italiana para cegos, já que as crianças recebiam
preparação musical e literária com método Braille. Hoje realiza as mais
diversas atividades de inclusão social para cegos.
Durante a
visita, que surpreendeu tanto colaboradores como hóspedes do local, Francisco
encontrou e pôde conversar com pessoas com deficiência visual, cegos desde o
nascimento ou com perda de visão causada por graves doenças. Entre eles, 50
crianças que frequentam a instituição para receber uma formação especial, que
ajuda na realização de pequenas ações diárias, e 37 idosos e adultos,
residentes fixos da casa de saúde.
O Papa também
pode encontrar o presidente do Centro Regional, Amedeo Piva, e o diretor geral,
Antonio Organtini, que perdeu a visão no decorrer da vida, além da equipe
médica e voluntários que auxiliam no trabalho aos hóspedes. Ao final da visita,
Francisco deixou um presente para a instituição e assinou um pergaminho para a
capela do local, como uma lembrança do encontro.
Durante o Ano
Jubilar, o Pontífice percorreu obras de misericórdia que atendiam pessoas em
situação de exclusão física e social, como uma casa para idosos, um centro de
refugiados e hospitais de atendimento infantil. Com a visita surpresa desta
sexta-feira, Francisco imprimiu mais uma vez a sua marca concreta de atenção e
carinho aos mais vulneráveis nas periferias existenciais. (AC)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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