sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Leituras da

Solenidade do Natal do Senhor Jesus


1ª Leitura: Is 52,7-10
Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: “Reina teu Deus!”
Ouve-se a voz de teus vigias, eles levantam a voz, estão exultantes de alegria, sabem que verão com os próprios olhos o Senhor voltar a Sião.
Alegrai-vos e exultai ao mesmo tempo, ó ruínas de Jerusalém, o Senhor consolou seu povo e resgatou Jerusalém.
O Senhor desnudou seu santo braço aos olhos de todas as nações; todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus.
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Salmo: 97
Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
- Cantai ao Senhor Deus um canto novo,/ porque ele fez prodígios!/ Sua mão e o seu braço forte e santo/ alcançaram-lhe a vitória.
- O Senhor fez conhecer a salvação,/ e às nações, sua justiça;/ recordou o seu amor sempre fiel/ pela casa de Israel.
- Os confins do universo contemplaram/ a salvação do nosso Deus./ Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,/ alegrai-vos e exultai!
- Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa/ e da cítara suave!/ Aclamai, com os clarins e as trombetas,/ ao Senhor, o nosso Rei!
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2ª Leitura: Hb 1,1-6
Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo.
Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser. Ele sustenta o universo com o poder de sua palavra. Tendo feito a purificação dos pecados, ele sentou-se à direita da majestade divina, nas alturas. Ele foi colocado tanto acima dos anjos quanto o nome que ele herdou supera o nome deles.
De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei?” Ou ainda: “Eu serei para ele um Pai e ele será para mim um Filho?”
Mas, quando faz entrar o Primogênito no mundo, Deus diz: “Todos os anjos devem adorá-lo!”
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Evangelho:  Jo1,1-18
No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito.
Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
A Palavra estava no mundo - e o mundo foi feito por meio dela - mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram.
Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.
Reflexão:
Jesus, recado de Deus

A liturgia da terceira missa de Natal, a missa do dia, nos apresenta como evangelho o Prólogo do Evangelho segundo João. Nas celebrações de meia-noite e da aurora, a liturgia acentua a humildade do Messias: o presépio, os pastores…. Na liturgia do dia, o acento está na sua eterna glória, o brilho da manifestação de Deus. Esse é o paradoxal mistério de Cristo: a Palavra se tornou carne, humanidade frágil, e exatamente nisso “nós contemplamos sua glória” (Jo 1,14).
"E a Palavra se fez carne e habitou entre nós"
“Como é belo ver pelas montanhas os passos do mensageiro que anuncia a paz, noticia a felicidade e traz uma mensagem de salvação: Teu Deus reina” – assim soa a 1ª leitura. Quando Deus reina – através do empenho dos humanos, seus “aliados”-, quando ele tem a última palavra, existe saída. Isso valia para os exilados de Judá, para os quais o profeta entoou seu cântico, e vale também para nós. Por isso, o salmo responsorial exorta: “Cantai ao Senhor um canto novo”.
Mas a manifestação de Deus superou de longe aquilo que o profeta divisou. A mensagem, a palavra da parte de Deus, tornou-se carne, existência humana. Jesus é em pessoa o que Deus nos quer comunicar, desde sempre. A Palavra que é Jesus estava em prontidão junto de Deus desde sempre; aquilo que Deus sempre quis dizer, sua Palavra o veio mostrar tornando-se vida humana no meio de nós (Jô 1, 1.14)
Jesus é a comunicação de Deus, é o que Deus significa para nós; e o que não condiz com Jesus contradiz Deus. O que Jesus fala e faz, Deus é quem o fala e o faz. Quando esse filho do carpinteiro convida os pecadores, é Deus que os chama. Quando censura os hipócritas, é Deus que os julga. Quando funda a comunidade fraterna, é Deus que está presente nela. E quando morre por amor fiel até o fim, é Deus que manifesta seu amor fiel e sua plenitude de vida. Tudo o que Jesus nos manifesta é palavra de Deus falada a nós, palavra de amor eterno.
Há quem pergunte o que Jesus faz enquanto homem e enquanto Deus. Tudo o que faz, ele o faz como homem e como Deus, pois faz tudo por amor até o fim, e Deus é amor. Se se devesse escolher o momento em que Jesus se mostrou mais Deus para nós, seria o momento em que ele foi mais humano, frágil e mortal: sua morte na cruz. Pois aí mostrou com maior nitidez o rosto do Deus-amor. A “Palavra de Deus”, crucificada , nos fala: “Deus é amor” (1 Jo 4, 8-16). A festa da Encarnação não é só Natal, mas também Sexta-feira Santa. O presépio é da mesma madeira da Cruz.
À medida que nós formos novos Cristos, também nossa “carne”, nossa vida e história, será uma palavra de Deus para nossos irmãos e irmãs, e mostrará ao mundo o verdadeira rosto de Deus: um rosto de amor.
                                  Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                              Reflexão e Ilustração: franciscanos.org.br  Banner: cnbb.org.br

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