Alegria da espera
A espera da
celebração do nascimento de Deus em nossa história humana, feito um de nós,
inunda nosso ser de alegria, sabendo que nossa convivência no planeta tem
jeito,
apesar de todo o sofrimento da caminhada.
apesar de todo o sofrimento da caminhada.
Em meio a tantos
problemas, desafios e sofrimentos, quando nos chega a certeza de que algo tão
importante na nossa vida vai acontecer para resolver de vez nossos impasses,
nossa tristeza se converte em alegria. Aliás, buscamos na vida o que nos traga
realização e bem estar, produzindo até euforia continuada.
A mulher, mesmo
com os sofrimentos causados pela gestação e com o dar à luz um filho, se alegra
abundantemente com o surgimento do mesmo. A alegria é extensiva a seus
familiares e até aos amigos. Achar um tesouro ou grande quantidade de
dinheiro perdido leva também a pessoa a ter grande sensação de bem estar e
satisfação.
O contentamento
produzido pela fé sobrenatural em Deus, que nasce no coração de quem O deixa
entrar, como na gruta de Belém, é incomensurável. Não se trata apenas da
alegria e prazer experimentados pelos sentidos. Mais: é a grande certeza da
vitória e realização de um desejo de superação dos limites humanos, para se ter
o preenchimento da fragilidade dos mesmos com a inundação do infinito e divino
na nossa natureza humana.
A espera da
celebração do nascimento de Deus em nossa história humana, feito um de nós,
inunda nosso ser de alegria, sabendo que nossa convivência no planeta tem
jeito, apesar de todo o sofrimento da caminhada. O profeta Isaías proclama alto
e bom som: “Dizei às pessoas deprimidas: ‘Criai ânimo... é vosso Deus... é ele
que vem para vos salvar” (Isaías 35,4). De fato, se alguém está se afogando num
rio e chega alguém de barca para levar-lhe socorro, a esperança de salvar-se é
de grande alívio.
Com a vinda do
Emanuel, não só temos a sensação de termos alguém que não é apenas um líder
humano a nos trazer esperança de superação de muitos problemas da caminhada.
Ele é a certeza de que superamos os limites de nossa condição frágil de
mortais. Com Ele poderemos ir até a eternidade sem sermos aniquilados pela
morte física. Ele vem implantar um reino de humanos com o senhorio do divino.
Por isso, nossa alegria é incomensurável. No entanto, é preciso de nos revestir
de seu amor para também o espalharmos a todos os seres humanos, com a prática
da solidariedade, da justiça e da misericórdia. Isso exige de nós abertura e
conversão do coração para aceitarmos suas coordenadas e encetarmos um caminho
novo de fraternidade, bondade e aceitação do outro como irmão.
A espera
confiante do Natal de Jesus nos envolve com o compromisso de também ajudarmos
os outros a se abrirem para aceitar o Senhor que vem, promovendo a
evangelização, que não é se não a Boa-Nova do Reino de Deus: “Também vós, ficai
firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima”
(Tiago 5,8).
Dom José Alberto Moura - Arcebispo de Montes Claros (MG)
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Fonte: cnbbleste2.org.br Ilustração: cancaonova.com
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