domingo, 4 de dezembro de 2016

Reflexão para seu domingo

Juntos: Lobo e Cordeiro

O título acima nos faz olhar para o profeta anunciador de dias melhores para o povo (Cf. Isaías 11-1-10). A espera do Salvador estimula a expectativa de harmonia e entendimento entre as pessoas e nações. De fato, o nascimento do Deus-conosco, aceito por todos, causa mudança de vida e convivência entre todos. Aceitar o Filho de Deus na própria vida gera conversão para a alteridade. Uns não vão querer tudo o que é bom para si, deixando os outros na inanição e no sofrimento.
É tempo de conversão
Quando o ser humano deixar de ser lobo para os outros, verá que vale mais a pena viver no entendimento, no esforço para tornar o convívio mais humano, desarmado, compassivo e justo. A vida não é dom divino para massacrar o semelhante. Deus nos deu o planeta para cuidarmos dele e de tudo o que está dentro e sobre ele. Ele quer o bem de todos os seres criados, privilegiando o humano, a quem divinizou como imagem e semelhança sua. A maior felicidade humana está na prática do amor, com a fonte no divino. Por isso, ninguém tem o direito de lesar o semelhante. Ao contrário, o Filho de Deus se tornou filho humano e nos ensinou, na experiência de nossa vida, a darmos de nós, até o sacrifício total, em bem dos outros. Imitando-o, olhamos para o semelhante com misericórdia e amor. Dentro de suas coordenadas, lutamos para a superação dos conflitos, das guerras, das injustiças que privilegiam uns em detrimento de grandes parcelas, lutamos para a superação das causas de mortes e violências.
A espera da celebração do Natal de Jesus, abrimo-nos à ação do amor divino para nos inebriarmos de sua graça para vivermos, como lembra Paulo, em “harmonia e concórdia uns com os outros... tendo como que um só coração e uma só voz” (Romanos 15,5.6). Vale a pena realizarmos a novena do Natal em família para estabelecermos melhor os laços de verdadeiro amor entre seus membros e reforçarmos em todos a vontade de cooperação para uma sociedade de mais compreensão,  harmonia, entendimento e mútua colaboração, especialmente na ação de inclusão social e fraterna dos empobrecidos.
Para preparar o povo para a vinda do Messias, João batizou as pessoas no rio Jordão e as instruía para a conversão de vida, até com a confissão dos próprios erros e pecados (Cf. Mateus 3,1-12). De fato, a raiz de muitos males está no coração humano, que se torna desumano quando é voltado para o próprio egoísmo. Precisamos fomentar e viver a cultura da conversão para realizarmos a cultura da convivência fraterna, justa e solidária. Só assim é possível um mundo novo, o proposto pelo Filho de Deus, para o lobo e o cordeiro viverem juntos, em harmonia e em mútua colaboração! Assim o Natal acontece!
                           Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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                                                            Fonte: cnbbleste2.org.br   Ilustração: catequisar.com.br

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