Papa Francisco:
Cidade do
Vaticano (RV) - A catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira (07/12)
foi a primeira de uma nova série dedicada à ‘esperança cristã’, que
não desilude.
"Só a esperança cristã não desilude. Só ela dá o sorriso"
Na Sala Paulo VI
para o tradicional encontro semanal com os fiéis, o Pontífice anunciou o tema
dizendo que muitas vezes, hoje, diante de tanto mal, tantas dores e violências,
nos sentimos desencorajados e impotentes e portanto, a esperança se faz
necessária. “Deus, com o seu amor, caminha conosco, não nos deixa sós; o Senhor
Jesus venceu o mal e nos abriu o caminho da vida”, iniciou Francisco,
completando: "Eu espero porque Deus caminha comigo".
Convidando os fiéis a
refletirem sobre a esperança, o Papa leu as palavras de Isaías, o grande
Profeta do tempo do Advento, que se dirige ao povo com um anúncio de
consolação:
“Consolai, consolai o
meu povo!”, diz o vosso Deus. Falai ao coração de
Jerusalém, anunciai-lhe: seu cativeiro terminou, sua culpa está paga, da mão do
Senhor já recebeu por suas faltas o castigo dobrado. Grita uma voz: “No
deserto abri caminho para o Senhor! No ermo rasgai estrada para o nosso
Deus! Todo vale seja aterrado, toda montanha, rebaixada, para ficar plano o
caminho acidentado e reto, o tortuoso. A glória do Senhor vai, então, aparecer
e todos verão que foi o Senhor quem falou!”.
Fiéis circundam o Santo Padre |
O Pontífice
explicou que Deus consola evocando consoladores, a quem pede para
tranquilizar o povo e anunciar que acabaram as tribulações e as dores e que o
pecado foi perdoado: é isso que cura o coração aflito e assustado. Por isso, o
Profeta pede para preparar o caminho ao Senhor, abrindo-se aos seus dons de
salvação.
O que
significava isso? Para aquele povo, que estava exilado na Babilônia, a
consolação começava com a possibilidade de atravessar o deserto, uma
estrada cômoda, sem vales e montanhas, e retornar à sua pátria.
“Preparar aquela
estrada era preparar um caminho de salvação e libertaçãode todo obstáculo
e impedimento”.
O exílio havia
sido um momento dramático na história de Israel; o povo perdeu tudo: pátria,
liberdade, dignidade e confiança em Deus. Se sentia abandonado e sem esperança,
quando o apelo do Profeta reabriu seu coração à fé.
“O deserto é um
lugar em que é difícil viver, mas a partir de agora, será possível
caminhar, voltar para a pátria, retornar a Deus; e principalmente esperar
e sorrir. Uma das primeiras coisas que acontecem primeiro com quem se
separa de Deus é que perdem o sorriso. Às vezes são capazes de fazer grandes
risadas, mas falta o sorriso. só a esperança dá o sorriso",improvisou.
A vida é muitas
vezes um deserto, é difícil caminhar dentro, mas se confiarmos em Deus pode ser
bela e ampla, como uma avenida. Basta não perder jamais a esperança mas
continuar a crer, sempre, apesar de tudo”.
Prosseguindo na
catequese, Francisco lembrou que estas palavras de Isaías foram também usadas
por João Batista na pregação em que convidava à conversão:
“Voz de quem
clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para
ele”.
Aquela voz,
disse o Papa, gritava aonde ninguém podia ouvi-la, no vazio devido à crise
de fé. Os Israelitas viviam como exilados, sob a dominação romana, estrangeiros
em seu próprio país. Mas a verdadeira história não é feita pelos poderosos, mas
por Deus, com seus pequenos: Zacarias e Isabel, idosos e estéreis; Maria, jovem
virgem prometida a José, os pastores, desprezados: são os pequenos que se
tornaram grandes pela fé, os pequenos que sabiam continuar a esperar. A
esperança é uma virtude dos pequenos.
Enfim, o Papa
concluiu:
“São eles que transformam
o deserto do exílio, da solidão, do sofrimento, em um caminho plano no
qual caminhar em direção da glória do Senhor. Seja qual for o deserto de nossas
vidas, se deixarmos que nos ensinem a esperança, ele se transformará num jardim
florido”.
Corrupção e
direitos humanos, realidades relacionadas
Nos próximos
dias, as Nações Unidas promovem duas importantes Jornadas, que o Papa quis
lembrar depois da catequese da audiência geral, na Sala Paulo VI:
“O Dia contra a
corrupção – 9 de dezembro – e o Dia dos Direitos Humanos – 10 de
dezembro. São duas realidades estritamente relacionadas: a corrupção é o
aspecto negativo a ser combatido, começando pela consciência pessoal e
controlando os âmbitos da vida civil; os direitos humanos são o aspecto
positivo, a ser promovido com decisão, para que ninguém seja excluído do
reconhecimento efetivo dos direitos fundamentais da pessoa humana. Que o Senhor
nos ampare neste duplo compromisso”.
Após as
saudações aos grupos de peregrinos, o Papa terminou o encontro com a bênção
apostólica. (cm)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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