Simplicidade e sinceridade
Cracóvia (RV) –
O primeiro dia do Papa Francisco na Polônia foi marcado também pelo encontro
com os bispos poloneses na Catedral de Cracóvia.
Colegialidade e Fraternidade |
Secularização
As perguntas dos
bispos disseram respeito a vários argumentos, sendo o primeiro deles sobre a
secularização na Polônia. Para Francisco, o “remédio” para esta situação é
estar em meio ao povo. Proximidade é também o ingrediente fundamental do
relacionamento dos bispos com os sacerdotes. Quanto aos jovens, o Papa
ressaltou a importância dos avós para a transmissão da fé. Francisco falou
também da misericórdia e de aplicá-la para combater a idolatria do dinheiro.
Paróquias
Outra pergunta
questionava a validade das paróquias. Para o Papa, a paróquia é sempre
insubstituível. Inclusive os movimentos religiosos têm o seu valor a partir das
paróquias, pois elas permanecem a casa do povo de Deus.
Refugiados
A última pergunta
se referia aos refugiados. Francisco disse que não há uma fórmula a ser
aplicada de modo universal: depende do país, de suas possibilidades e de sua
cultura. O importante é estar aberto e ser acolhedor – um princípio cristão. (bf)
Assista:
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"Ao
contrário do homem,
Deus não se ocupa de questões de poder"
O Papa Francisco presidiu na manhã desta quinta-feira (28/07) a primeira missa
em terras polonesas, no Santuário mariano de Jasna Gora, em Czestochowa.
Chegando de papamóvel, saudou uma dezena de pessoas doentes e cadeirantes que o
aguardavam na entrada.
Coração cristão
da Polônia
Um dos lugares
de culto e peregrinação mais importantes do país, o Santuário abriga a imagem
da Virgem Negra, venerada por milhões de peregrinos todos os anos.
Segundo a
tradição católica, ela foi “pintada por São Lucas e apresenta o verdadeiro
rosto de Maria”, embora especialistas assegurem que o ícone é bizantino e
datado entre os séculos VI e IX.
A Virgem Negra
Antes de
presidir a missa, o Pontífice rezou brevemente na capela diante desta imagem,
que apresenta algumas rachaduras provocadas por atos vandálicos no século XV.
Obedecendo uma tradição iniciada por Paulo VI, Francisco deixou à Virgem uma
rosa de ouro.
Deus é pequeno, próximo e concreto |
A Eucaristia foi
celebrada em latim e polonês. A homilia do Pontífice foi lida em italiano e se
concentrou em três conceitos: pequenez, proximidade e concretude de Deus e de
Maria.
Deus é pequeno
“Deus prefere
encerrar-se no que é pequeno, ao contrário do homem que tende a querer possuir
algo sempre maior. Deixar-se atrair pelo poder, a grandeza e a visibilidade é
tragicamente humano; já o Senhor prefere os pequeninos, porque se opõem ao
‘estilo de vida orgulhoso’ que vem do mundo”. “E é por isso que Jesus chama
pessoas simples e disponíveis para serem seus porta-vozes”, disse, mencionando
João Paulo II e Santa Faustina, “anunciadores mansos e fortes da misericórdia”.
Deus é próximo
Deus é próximo,
“não quer ser temido como um soberano poderoso e distante, mas gosta de
caminhar conosco”. A respeito da missão principal da Igreja, o Pontífice disse
que “somos chamados a ouvir e se envolver, partilhando as alegrias e as
canseiras das pessoas”.
Deus é concreto
“O Verbo se faz
carne – destacou - e o Eterno se comunica transcorrendo o tempo com pessoas e
em situações concretas”. Nesta ótica, o Papa recordou a importância da fé na
família, de pai para filho e, sobretudo, pelas mães e as avós, a quem muito
devemos agradecer”.
Maria é pequena
“Maria é a
escada que Deus percorreu para descer até nós; é Ela o sinal mais claro da
plenitude do tempo”. Para o Papa, Maria “tem aquela pequenez amada por Deus,
que ‘pôs os olhos na humildade da sua serva’ e ‘exaltou os humildes’”.
Maria é próxima
Maria é próxima
ao homem “porque nos ajuda a descobrir o que falta à plenitude da vida e nos
ensinando a evitar arbítrios e murmurações em nossas comunidades. Como Mãe de
família, nos quer guardar juntos”. Partindo deste exemplo, o Papa exortou os
fiéis “a superarem as injustiças e as feridas do passado e criar comunhão com
todos, sem nunca ceder à tentação de se isolar e se impor”.
Maria é concreta
Terminando sua
reflexão, Francisco frisou que Maria é concreta porque “tem a peito os
problemas e intervém, sabe identificar os momentos difíceis e dar-lhes remédio
com discrição, eficácia e determinação. Não é patroa nem protagonista, mas Mãe
e serva”.
Na conclusão, o
Papa convidou todos a espelhar-se na “sensibilidade e imaginação de Maria ao
servir quem passa necessidade, a dedicar a vida pelos outros sem preferências
nem distinções, agindo na pequenez e acompanhando-nos de perto, com coração
simples e aberto”.
Assista:
Visita e oração
no Convento das Irmãs da Apresentação
Antes de se
dirigir a Czestochowa, na manhã desta quinta-feira (28/07), o Papa Francisco
deixou a sede do arcebispado de Cracóvia e foi ao Convento das Irmãs da
Apresentação, na Diocese de Balice, a cerca de 17km. As religiosas se dedicam à
instrução e à educação cristã da juventude na Polônia, Itália e Ucrânia.
O encontro com
30 religiosas e um grupo de alunos das escolas dirigidas pelo Instituto teve
caráter privado. Rezaram todos juntos alguns minutos e o Pontífice deixou uma
mensagem no livro de honra.
“Agradecido pelo
vosso precioso serviço, abençoo-vos e encorajo na vossa missão educativa: cultivar
com amor as sementes de bondade, beleza e verdade que Deus semeia nas
novas gerações”. (CM)
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Papa Francisco de bonde a caminho da JMJ
Cracóvia (RV) –
O Papa Francisco utilizou o meio de transporte público mais característico de
Cracóvia e o mais ecológico, o bonde, para chegar à grande esplanada de Blonia,
onde se encontrou mais de 600 mil jovens que participam da Jornada Mundial da
Juventude.
Francisco no bonde que o conduziu à esplanada de Blonia |
São somente
cerca de 4 kilômetros, os que separam o arcebispado onde o Pontífice se
hospeda, e parque Jordan, em Blonia, porém Francisco se tornou assim no
primeiro Pontífice a utilizar um bonde para se locomover.
Francisco subiu
no modelo de bonde mais moderno de Cracóvia, conhecido como
"Krakowiak", pintado com as cores da bandeira do Vaticano, amarelo e
branco, e com o brasão papal.
Antes de subir
no bonde, o Prefeito de Cracóvia, Jacek Krupa, lhe entregou as chaves da cidade
e junto com outras autoridades fez o pequeno passeio.
No vagão do Papa
se encontravam 15 jovens portadores de deficiências que o acompanharam durante
o trajeto e a quem saudou um por um.
Durante alguns
minutos esteve sento com uma menina e depois ficou sozinho, saudando da janela
do bonde os fiéis que se aglomeraram ao longo do caminho.
O bonde é um dos
meios de transporte público mais importante e mais utilizado em Cracóvia e
nestes dias em que foi proibido o uso de automóveis privados no centro da
cidade é o mais usado pelos jovens. (SP)
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Papa Francisco:
Jesus
Cristo é um dom, não se compra e não se vende
Błonia (RV) – O
ponto alto das atividades do Santo Padre, na tarde desta quinta-feira (28/7),
em terras polonesas, foi a cerimônia de boas-vindas no Parque Jordan, na
esplanada de Błonia, em Cracóvia.
Após ter
recebido as chaves da Cidade de Cracóvia, por parte do Prefeito, na praça
diante da sede do Arcebispado, o Papa se dirigiu de papamóvel a Błonia.
Antes da chegada
de Francisco ao Parque Jordan, os jovens da JMJ se preparam com momentos de
oração e reflexão sobre o tema: “Chamados à santidades”.
Jesus nos convocou para este encontro |
A seguir, os
representantes dos países participantes da JMJ desfilaram com suas bandeiras e
as figuras das “testemunhas da misericórdia”, que representam os diversos
continentes do mundo: São Vicente de Paola (Europa), bem-aventurada Madre
Teresa de Calcutá (Ásia), Santa Maria McKillop (Austrália e Oceania), São
Damião de Veuster de Molokai (América do Norte), e a bem-aventurada Irmã Dulce
(América do Sul).
Por fim, com a
chegada do Papa, o arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, fez seu
discurso de boas-vindas a Francisco e aos milhares de jovens que participam
desta 31ª Jornada Mundial da Juventude.
Depois de uma
encenação dos jovens e da leitura do episódio evangélico de Marta e Maria, o
Pontífice tomou a palavra e disse:
“Finalmente nos
encontramo-nos! Obrigado pela calorosa recepção! Agradeço ao Cardeal Dziwisz,
aos bispos, aos sacerdotes, aos religiosos, aos seminaristas e a todos aqueles
que os acompanham. Obrigado aos que tornaram possível a nossa presença aqui.
Agradeço de modo especial a São João Paulo II que sonhou e deu impulso a estes
encontros da juventude. Do céu, ele nos acompanha, sobretudo os tantos jovens
pertencentes a povos, culturas, línguas diferentes”.
Os jovens, disse
Francisco, são animados por um único motivo: celebrar Jesus, vivo no meio de
nós, que renova o nosso desejo de segui-lo, de viver com paixão o seu
seguimento. E perguntou: “Qual ocasião melhor para renovar a nossa amizade com
Jesus e entre nós, reforçar nossa amizade com ele e partilhá-la com os outros?
Qual maneira melhor para viver a alegria do Evangelho e com ele contagiar o
mundo, em meio a tantas situações dolorosas e difíceis?” E respondeu:
“Jesus nos
convocou para esta 31ª JMJ e nos diz: ‘Felizes os misericordiosos, porque
alcançarão misericórdia». Felizes os que sabem perdoar, ter um coração
compassivo, dar o melhor de si mesmos aos outros. Nestes dias, a Polônia está
em festa e representa o rosto sempre jovem da Misericórdia. Unidos
espiritualmente aos jovens que não puderam estar presentes, celebramos a nossa
Jornada e a Festa Jubilar”.
Hoje,
acrescentou o Papa, a Igreja quer aprender, com vocês, renovar a sua confiança
na Misericórdia do Pai, que tem o rosto sempre jovem e não cessa de nos
convidar para segui-lo. Por outro lado, Francisco frisou que “o rosto da
misericórdia é jovem.
Um coração
misericordioso, afirmou, não se deixa levar pela comodidade; sabe ir ao
encontro dos outros e abraçar a todos; sabe ser refúgio, acolhedor e capaz de
compaixão; sabe partilhar o pão com o faminto; sabe receber o refugiado e o
migrante. Misericórdia significa oportunidade, futuro, compromisso, confiança,
abertura, hospitalidade, compaixão, sonhos.
Partindo da sua
experiência pessoal, Francisco expressou sua tristeza por ver certos jovens que
parecem “aposentados”, que se arrendem, são desanimados e apáticos, que buscam
falsas ilusões.
A força para
vencer todos os obstáculos da vida, recordou o Pontífice, vem de uma pessoa:
Jesus Cristo. Ele nos leva a dar o melhor de nós mesmos, nos interpela, nos
convida e ajuda a reerguer-nos e nos impele a levantar o olhar para o céu.
Aqui, o Papa se
referiu à passagem evangélica de Marta, Maria e Lázaro, que acolhem Jesus em
sua casa. Às vezes, disse, as nossas lidas nos fazem agir como Marta: ativos,
distraídos, sempre atarefados; outras vezes somos como Maria: refletimos,
ouvimos. E acrescentou:
“Nestes dias da
JMJ, Jesus quer entrar em nossa casa; dar-se conta das nossas preocupações, da
nossa pressa, como fez com Marta... e espera que o escutemos como Maria: que
tenhamos coragem de confiar nele. Que estes sejam dias dedicados a Jesus, à sua
Palavra e àqueles que refletem o seu rosto”.
A felicidade,
afirmou o Pontífice, germina e desabrocha na misericórdia. A misericórdia,
repetiu, tem rosto jovem, como o de Maria de Nazaré, a “Mãe da Misericórdia”. E
concluiu convidando os jovens a rezarem com ele:
“Peçamos ao
Senhor que nos lance na aventura da misericórdia, na aventura de construir
pontes e derrubar muros e barreiras de arame farpado; na aventura de socorrer
os pobres, os excluídos, os abandonados, os desesperados, os idosos. Eis-nos
aqui, Senhor! Enviai-nos para partilhar vosso Amor Misericordioso. Queremos
acolher-vos nesta JMJ e confirmar que a vida é plena quando é vivida com misericórdia”.
Com este
discurso, o Santo Padre concluiu seu segundo dia de permanência em terras
polonesas.
Recordamos que,
após o jantar, o Papa vai aparecer à janela da sede do arcebispado de Cracóvia
para saudar os fiéis e os jovens presentes na praça. Está prevista a presença
de um grupo de casais e de recém-casados. (MT)
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Fonte: radiovatica.va
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