“Na oração somos dois:
Deus e eu a lutar juntos para as coisas importantes”n
Aos milhares de fiéis e peregrinos presentes
na Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus o Papa Francisco falou do
Evangelho deste domingo que abre com a cena de Jesus a rezar, sozinho, num
lugar apartado e com os discípulos que, ao terminar, lhe pedem: "Senhor,
ensina-nos a rezar". "Quando orardes, dizei:" Pai ... ",
respondeu Jesus, e o Papa salientou que esta palavra “Pai” o "segredo"
da oração de Jesus, é a chave que Ele nos dá para entrarmos numa relação de
diálogo confidencial com Deus.
Ao apelativo "Pai" Jesus
associa dois pedidos – prosseguiu Francisco: "Santificado seja o vosso
nome, venha o vosso reino", para realçar que a oração de Jesus, e também a
oração cristã, é antes de tudo dar um lugar a Deus, deixando-o manifestar a sua
santidade em nós e fazendo progredir o seu reino na nossa vida.
Outros três pedidos complementam o
"Pai Nosso", pedidos que exprimem as nossas necessidades
fundamentais: pão, perdão e ajuda na tentação:
“O pão que Jesus nos faz pedir é o pão
necessário e não o supérfluo; é o pão dos peregrinos, um pão que não se acumula
nem se desperdiça, pão que que não torna pesada a nossa marcha; o perdão é,
antes de tudo, aquele que nós mesmos recebemos de Deus: somente a consciência
de sermos pecadores perdoados pela infinita misericórdia de Deus pode
fazer-nos capazes de fazer gestos concretos de reconciliação fraterna; o último
pedido, "não abandonar-nos na tentação", exprime a consciência da
nossa condição, sempre exposta às insídias do mal e da corrupção”.
Aprendamos a rezar com Jesus |
E Jesus prossegue tomando como modelo
de oração a atitude de um amigo em relação com outro amigo e a de um pai em
relação com o filho. Ambas as parábolas querem ensinar-nos a ter plena
confiança em Deus, que é Pai, disse o Papa ressaltando que Ele sabe melhor que
nós as nossas necessidades, mas quer as apresentemos a ele com coragem e com
insistência, pois esta é a nossa maneira de participar na Sua obra de salvação.
“A oração é o primeiro e o principal
‘instrumento de trabalho’ em nossas mãos! Insistir com Deus não é para
convencê-lo, mas para fortalecer a nossa fé e a nossa paciência, ou seja, a
nossa capacidade de lutar juntamente com Deus pelas coisas que
verdadeiramente são importantes e necessárias. Na oração somos dois: Deus e eu
a lutar juntos para as coisas importantes”.
Entre estas coisas importantes, disse
ainda Francisco, tem uma que é mais importante do que todas, mas que quase
nunca pedimos, e é o Espírito Santo, pois Jesus diz: "Se vós, que sois
maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai
celeste dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!". O Espírito Santo
serve para vivermos bem, para vivermos com sabedoria e amor, fazendo a vontade
de Deus, concluiu convidando a todos e a cada um a pedir ao Pai durante esta
semana: “Pai, dá-me o Espírito Santo, Pai, dá-me o Espírito Santo”. Que a
Virgem Maria cuja vida foi toda ela animada pelo Espírito de Deus, nos ajude a
rezar ao Pai unidos a Jesus, e a vivermos não de maneira mundana, mas segundo o
Evangelho, guiados pelo Espírito Santo
Após o Angelus e relativamente aos dramáticos
ataques dos últimos dias, Francisco laçou o veemente apelo:
“Nestes momentos a nossa alma é mais
uma vez abalada pelas tristes notícias relacionadas com actos deploráveis de
terrorismo e violência, que causaram dor e morte. Penso nos dramáticos
eventos de Mónaco na Alemanha e de Cabul, no Afeganistão, onde morreram
numerosas pessoas inocentes
Estou próximo dos familiares das
vítimas e dos feridos. Convido-vos a unir-vos à minha oração para que o Senhor
inspire a todos propósitos de bem e fraternidade. Quanto mais parecerem
intransponíveis as dificuldades e obscuras as perspectivas de segurança e paz,
tanto mais insistente deve ser a nossa oração”.
O Papa falou depois da JMJ que já inicia em
Cracóvia esta semana e da sua viagem à Polónia na próxima quarta-feira, pedindo
a todos uma especial oração:
“Por estes dias muitos jovens de todas as
partes do mundo estão a caminho de Cracóvia, onde terá lugar a trigésima
primeira Jornada Mundial da Juventude. Também eu partirei na quarta-feira
próxima, para encontrar esses rapazes e raparigas, e celebrar com eles e para
eles o Jubileu da Misericórdia, sob a intercessão de S. João Paulo II. Peço-vos
que nos acompanheis com a oração. Já desde agora saúdo e agradeço a todos
os que trabalham para acolher os jovens peregrinos, com numerosos bispos,
sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos. Dirijo um pensamento especial aos
muitos colegas deles que, impossibilitados de estar presente pessoalmente,
seguirão o evento através dos meios de comunicação. Estaremos todos unidos na
oração”
Por último o Papa saudou cordialmente a todos
os fiéis e peregrinos presentes na praça e proveniente da Itália e de várias partes
do mundo, em particular os de São Paulo e São João de Boavista, no Brasil.
A todos, Francisco desejou bom domingo
e pediu, por favor, para que não nos esqueçamos de rezar por ele.
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