Papa Francisco:
Cidade do
Vaticano (RV) – Milhares de fiéis se reuniram sob o forte sol romano na Praça
S. Pedro para rezar com o Papa Francisco a oração mariana do Angelus.
É preciso livrar-se
da fama de poder para anunciar Cristo com coragem
da fama de poder para anunciar Cristo com coragem
Em sua alocução,
o Pontífice comentou o Evangelho deste domingo, extraído do décimo capítulo de
Lucas, que narra a necessidade de pedir a Deus operários para a sua colheita.
Os “operários”
de que fala Jesus são os missionários do Reino de Deus, explicou o Papa. E sua
tarefa é anunciar uma mensagem de salvação dirigida a todos, dizendo: “O Reino
de Deus está próximo. De fato, acrescentou, Jesus “aproximou” Deus de nós; em
Jesus, Deus reina em meio a nós, o seu amor misericordioso vence o pecado e a
miséria humana.
A missão dos
operários: construir e não destruir
Esta é a Boa
Nova que os “operários” devem levar a todos: uma mensagem de esperança e
consolação, de paz e de caridade. O Reino de Deus, prosseguiu o Papa, se
constrói dia após dia, e oferece já sobre esta terra os seus frutos de
conversão, de purificação, de amor e de consolação entre os homens. “É belo!
Construir dia após dia este Reino de Deus. Não destruir, construir”, improvisou
Francisco.
Representantes do Rebanho de Cristo |
O Pontífice
falou ainda com qual espírito o discípulo de Jesus deve desempenhar esta
missão. Antes de tudo, consciente da realidade difícil e, às vezes, hostil que
o aguarda. Com efeito, Jesus diz: “Eu os envio como cordeiros entre lobos”.
“Jesus foi muito claro”, disse o Papa. “A hostilidade está na base das
perseguições contra os cristãos.” Por isso, acrescentou, o operário do
Evangelho se esforçará em ser livre de condicionamentos humanos de todo gênero,
confiando somente na potência da Cruz de Cristo. “Isso significa abandonar
qualquer motivo de vanglória pessoal, carreirismo ou fama de poder e fazer-se
humildemente instrumentos da salvação.”
Alegria e
coragem
“A missão do
cristão no mundo é maravilhosa e destinada a todos, é uma missão de serviço,
ninguém está excluído; essa requer muita generosidade e, sobretudo, o olhar e o
coração dirigidos ao alto, para invocar a ajuda do Senhor.”
Para o
Pontífice, há tanta necessidade de cristãos que testemunhem com alegria o
Evangelho na vida de todos os dias. Pois assim regressaram os discípulos:
repletos de alegria. E o Papa fez seu agradecimento aos inúmeros homens e
mulheres que cotidianamente anunciam o Evangelho: sacerdotes, "párocos
bons que todos nós conhecemos", missionários e missionárias. Francisco
então se dirigiu à multidão e perguntou: “Quantos de vocês, jovens que estão
nesta Praça, sentem o chamado do Senhor a segui-Lo? Não tenham medo! Sejam
corajosos e levem aos outros esta chama do zelo apostólico que nos foi dada por
esses discípulos exemplares”.
O Papa concluiu
pedindo ao Senhor, por intercessão de Nossa Senhora, que jamais falte à Igreja
corações generosos, que trabalhem para levar a todos o amor e a ternura do Pai
celeste.
Assista:
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Francisco:
Quero uma Igreja aberta e compreensiva
O Papa Francisco concedeu mais uma entrevista ao jornal
argentino La Nación, que foi publicada na edição deste domingo (03/07).
O Pontífice
recebeu pela segunda vez em seu escritório na Casa Santa Marta o jornalista
Joaquín Morales Solá, que conhece Bergoglio há 20 anos.
Na entrevista
foram tratados temas que dizem quase exclusivamente à vida política, social e
eclesial argentina. Mas não só. O encontro ocorreu em 28 de junho, dia em que
se celebraram os 65 anos de sacerdócio do Papa emérito Bento XVI.
Bento XVI:
revolucionário
“Um
revolucionário”, o definiu Francisco. “A sua generosidade foi incomparável. A
sua renúncia, que tornou evidentes todos os problemas da Igreja, não teve
motivações pessoais. Foi um ato de governo. O seu último ato de governo".
Sobre as condições de saúde do Papa emérito, o Pontífice destacou: "Tem
problemas para se locomover, mas a sua cabeça e a sua memória estão intactas,
perfeitas".
Nenhum problema
com Macri. Não gosto de conflitos
Pastor e ovelhinha |
Quanto ao
relacionamento considerado “frio” com o Presidente argentino Mauricio Macri, o
Papa respondeu: “Não tenho qualquer problema com o presidente Macri. Não gosto
de conflitos. Macri me parece uma pessoa de boa família, uma pessoa nobre”.
Recordou, depois, de ter tido alguma divergência com ele no passado, mas se
tratou de “uma única vez, em Buenos Aires”, durante os seis anos em que Macri
foi prefeito da cidade e Bergoglio, o Arcebispo. “Uma só vem em tanto tempo é
uma média muito baixa”, destacou o Papa. Outros problemas, acrescentou, “foram
discutidos e resolvidos em privado e este acordo de privacidade foi respeitado
por ambos”. “Não tenho qualquer reprovação pessoal a fazer ao Presidente
Macri”, reiterou.
Audiência com
Hebe de Bonafini, líder das Mães da Plaza de Mayo
O Papa respondeu
ainda a uma pergunta sobre a audiência concedida a Hebe de Bonafini, líder do
ramo mais intransigente das Mães da Plaza de Mayo, que no passado criticou
Bergoglio acusando-o, falsamente, de ter colaborado com o regime militar. A
senhora depois adminitiu seu erro publicamente. A audiência concedida “foi um
gesto de perdão” – explicou Francisco. “Ela me pediu perdão e eu não o neguei”,
porque o perdão “não se nega a ninguém”. “É uma mulher que teve dois filhos
assassinados. E eu meu inclino, me ajoelho diante de tamanho sofrimento. Não
importa o que ela disse a meu respeito. E sei que disse coisas terríveis no
passado”.
Sala de Imprensa
vaticana, única porta-voz do Papa
Sobre as vozes
que circulam na Argentina de que, no país, haveria um porta-voz diferente da
Sala de Imprensa, Francisco explicou: “Não existem outros porta-vozes oficiais,
nem na Argentina nem em outros países. Repito: a Sala de Imprensa do Vaticano é
a única porta-voz do Papa”.
Scholas
Occurrentes
Outra questão
disse respeito às Scholas Occurrentes, a Fundação reconhecida pela Santa Sé que
nasceu em Buenos Aires há mais de 15 anos, impulsionada pelo então Arcebispo
Bergoglio, e que atua em prol da formação dos jovens. Recentemente, o Pontífice
convidou os responsáveis pelo organismo a não aceitarem uma doação em dinheiro
por parte do governo. Mas não se tratou de uma decisão “contra o governo de
Macri”, destaca o Papa: “Esta interpretação é absolutamente errada. Não aludia
de modo algum ao governo. Disse somente aos responsáveis das Scholas, com
afeto, aquilo que poderia ajudá-los a evitar eventuais erros na gestão da
Fundação”. “Continuo acreditando – explicou o Papa – que não temos o direito de
pedir dinheiro ao governo argentino, que tem tantos problemas sociais por
resolver”.
Quero uma Igreja
aberta e compreensiva
Por fim,
respondendo a uma pergunta sobre os “ultraconservadores da Igreja”, o Papa
Francisco afirmou: “Eles fazem seu trabalho e eu, o meu. Eu desejo uma Igreja
aberta, compreensiva, que acompanhe as famílias feridas. Eles dizem não a tudo.
Eu continuo firme pela minha estrada, sem olhar para os lados. Não corto
cabeças. Nunca gostei de fazer isso. Reitero: rejeito o conflito”.
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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