domingo, 17 de julho de 2016

Reflexão para seu domingo

Acolher

Saber acolher é virtude muito importante para a convivência na justiça e na fraternidade. Até no comércio ela se faz necessário para os fregueses se sentirem bem e terem mais vontade de comprar. Há um ditado chinês que diz: “Pegam-se muito mais moscas com um pingo de mel do que com um barril de vinagre”.
No convívio familiar a acolhida de nova criança é de grande alegria. Os pais que sabem acolher os filhos como dons divinos, colocam base adequada para o desenvolvimento psicológico harmonioso deles. Na comunidade, a boa acolhida produz bom relacionamento e aceitação de cada um. Mesmo quando há defeitos individuais, as pessoas sabem conviver com compreensão, diálogo formativo e superação de desarmonia. Para isso, é preciso haver a formação para entender e perdoar por parte de todos.
Acolhimento: atitude cristã que enobrece e faz bem ao coração
Abraão acolheu e hospedou três homens desconhecidos com muita fraternidade. Ele não sabia que os mesmos tinham sido enviados  por Deus, comunicando-lhe que Sara, sua esposa já idosa e estéril, teria um filho  dele. A recompensa da boa acolhida foi muito grande (Cf. Gênesis 18,1-10).  Quando a colhida é feita em razão da fé, a pessoa é estimulada por um ideal maior de amor a Deus e se torna mais solidária com os outros, a ponto de até sacrificar-se pelo bem alheio. Assume as tribulações com espírito de solidariedade. Gasta tempo em servir o semelhante, cooperando com a promoção dos mais necessitados. Na comunidade religiosa ela sabe doar-se para cooperar com a mesma e participar de suas atividades evangelizadoras (Cf. Colossenses 1,24-28).
A constante formação pessoal leva a pessoa a trabalhar com sua personalidade para ter o equilíbrio necessário ajustado à perceber de que modo pode mais contribuir com a compreensão de quem tem menos formação humana e espiritual. Desse modo, age com compaixão e colaboração com o crescimento dos outros em todas as situações. Sabe ouvir, entender os motivos das atitudes e palavras dos outros. Dá tempo à escuta no convívio familiar e social. Supera o “carimbar” ou pensar que a pessoa é do jeito que é marcada pelos defeitos. Sabe olhar também as virtudes do outro na família e no convívio social. Não espalha para outros os defeitos alheios. Usa comedidamente os meios de comunicação com respeito ao semelhante, por ser ética na convivência com ele.
O acolhimento leva a pessoa a saber conversar de modo amigável e ouvir ensinamentos de quem os possa dar, como no caso de Maria no  diálogo com Jesus. Ele admoestou a irmã dela: “Marta, Marta Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte”(Lucas 10,41-42). Mesmo na correria da vida precisamos dar tempo para acolhermos a Palavra de Deus, nela meditar e colocá-la em prática para nosso próprio bem. Se todos seguissem o que Deus fala através da natureza, de pessoas de bem e da Bíblia, teríamos mais justiça, compreensão, acolhida e paz em cada um e na sociedade!
A acolhida não é só dizer palavras indicativas de que se recebe bem a pessoa. Isso pode ser até mentira, se as palavras não vêm corroboradas com a prática de se fazer o bem e cooperar com sua inserção adequada no convívio com a comunidade, a instituição ou um projeto a se executar em comum. É atitude continuada de se darem vez e condição de os outros se sentirem bem e promovidos como pessoas humanas respeitadas e valorizadas como tais.
                             Dom José Alberto Moura Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG)
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                                         Fonte: cnbbleste2.org.br   Ilustração: saojoseoc.paroquia.net.br

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