quarta-feira, 27 de julho de 2016

Jornada Mundial da Juventude

Francisco chega nesta tarde a Cracóvia

Cracóvia (RV) - O Papa estará em poucas horas na Polônia. Como de costume na véspera de uma viagem apostólica ao exterior, Francisco ontem à noite foi até a Basílica de Santa Maria Maior para rezar diante da imagem de Nossa Senhora e pedir a bênção do Senhor e da sua Mãe para esta viagem. Na Polônia o esperam centenas de milhares de jovens de todo o mundo que ontem, no grande parque Blonie de Cracóvia, participaram da missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude, centralizada na Misericórdia. No início da celebração, dedicada de modo especial a São João Paulo II, o Cardeal Stanislaw Dziwisz pediu para rezar pelo sacerdote assassinado no ataque à igreja perto de Rouen, na França. O Programa de visita do Papa prevê para a tarde desta quarta-feira o discurso às autoridades polonesas em Castelo de Wawel e depois do encontro com os bispos na catedral de Cracóvia.
Wjtai, Bem-vindo!
Wjtai, Bem-vindo! É a gigantesca escrita multicolorida que abraça um prédio com vista para o rio Vístula, no coração de Cracóvia. Na cidade de São João Paulo II está tudo pronto para acolher Francisco que, pela primeira vez, visita a Polônia. As medidas de segurança são, compreensivelmente, rigorosas, mas isso não preocupa os jovens provenientes de todo o mundo para a Jornada Mundial da Juventude, e que, com o seu entusiasmo e alegria, contagiaram a cidade. Os mais importantes jornais poloneses enfatizam a visita do Papa e dos jovens. Escrevem: eles “conquistaram” Cracóvia. O jornal de maior circulação na cidade "Gazeta Krakowska" publica uma foto de página inteira de Francisco com a saudação de boas-vindas em polonês e espanhol.
Em Blonia, a Missa de abertura da JMJ com o cardeal Dziwisz
Saudação dos jovens ao Papa
Ontem à tarde, entretanto, a Jornada Mundial da Juventude começou oficialmente com a Missa no grande Parquqe de Blonie. Nem a forte chuva nem a preocupação pelos últimos eventos trágicos em Rouen impediram mais de 400 mil jovens de participar na celebração, presidida pelo Cardeal Stanislaw Dziwisz. Um mosaico de rostos, povos, unidos pela fé, pela alegria de estar juntos em nome de Jesus. Um evento que sublinhou, também visualmente, como a fraternidade é possível, que a convivência não é um sonho, mesmo quando - como acontece nestes dias - a violência e o terror se sucedem em uma espiral angustiante chegando a ferir até mesmo o coração da Europa. Para estes jovens, esperança da Igreja, o Cardeal Dziwisz se dirigiu em várias línguas, dando as suas boas vindas: "Caros amigos, Bem-vindos a Cracóvia, em português..."
Dziwisz: vencer a violência com a chama da misericórdia
Então, pediu aos jovens para serem portadores da linguagem do amor, da solidariedade e da paz. A linguagem da Misericórdia, portanto, da qual foram apóstolos dois filhos de Cracóvia, Santa Faustina Kowalska e São Karol Wojtyla, cujas relíquias foram levadas em procissão ao altar junto com os dois símbolos da JMJ: a Cruz e o ícone de Mossa Senhora “Salus Popoli Romani”. Em sua homilia, o histórico secretário de João Paulo II, - que foi o artífice da JMJ -, destacou que neste encontro estão também presentes jovens de regiões “do mundo onde há violência e o cego terrorismo”, e onde os cristãos “são cruelmente perseguidos”.
Amanhã à tarde as boas-vindas dos jovens ao Papa
Por isso, recordando Santa Faustina Kowalska, o Cardeal Dziwisz encorajou os jovens a fazerem com que a “chama do amor”, a chama da misericórdia envolva o mundo para vencer o egoísmo, a violência e a injustiça. Por isso, exortou os jovens reunidos em Cracóvia a ouvirem a “voz do Papa Francisco”, que amanhã à tarde, será recebido por eles neste mesmo Parque Blonie, em Cracóvia, e que desejou que fosse realizada junto com a JMJ, também o Jubileu dos jovens no ano Santo da Misericórdia. (SP)
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Francisco já está na Polônia
Cracóvia (RV) – O Papa Francisco já está em terras polonesas para a 31ª Jornada Mundial da Juventude. É a 15ª  Viagem Apostólica internacional de seu pontificado.
O voo da Alitália que levou o Papa à Polônia partiu às 14h13min do Aeroporto Fiumino, em Roma. Após ter percorrido 1.100 km, em menos de duas horas, o voo aterrissou pouco antes das 16 horas no Aeroporto São João Paulo II, em Balice, distante 11 km de Cracóvia.
Papa acompanhado
do Presidente polonês Andrzej Duda e esposa Agata Kornhauser-Duda
O Pontífice foi recebido pelo Presidente polonês, Andrzej Duda, acompanhado pela esposa, e o Cardeal Stanislaw Dziwisz, Arcebispo de Cracóvia e duas crianças.
Não houve discursos no Aeroporto, mas uma acolhida oficial e informal, numa cerimônia em que foram entoados os hinos dos dois Estados e apresentadas as respectivas delegações.
Estavam presentes na cerimônia, entre outros, algumas Autoridades do Estado; Dom Stanislaw Gadecki, Arcebispo de Poznán e Presidente da Conferência Episcopal polonesa; o Cardeal Stanislaw Rilko, Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos; Cardeal Kazimierz Nycz, Arcebispo de Varsóvia; Dom Josef Clemens, Secretário do Pontifício Conselho para os Leigos; os Monsenhores Artur Gregorz Mizinski e Damian Andrzej Muskus, Coordenadores respectivamente da Viagem à Polônia e da JMJ, com alguns Bispos poloneses e um grupo de fiéis.
Assista:
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Papa na Polônia:
Acolher quem foge da guerra e da fome
Cidade do Vaticano (RV) - O Santo Padre partiu, nesta quarta-feira (27/7) para a Polônia, onde presidirá à Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia.
Durante a viagem, como faz habitualmente, enviou telegramas aos Chefes de Estado dos países sobrevoados: Itália, Croácia, Eslovênia, Áustria e Eslováquia.
Após a cerimônia de boas vindas no aeroporto, o Bispo de Roma se dirigiu de papamóvel ao Castelo de Wawel, onde manteve um encontro com as autoridades civis e religiosas e o Corpo Diplomático, num total de 800 pessoas.
Em seu discurso, o Papa cumprimentou e agradeceu a todos pela acolhida generosa e as amáveis palavras de boas vindas. E afirmou:
Devemos construir boas memórias
“É a primeira vez que visito a Europa Centro-Oriental e fico feliz por começar da Polônia, que, entre os seus filhos, nos deu o inesquecível São João Paulo II, idealizador e promotor das Jornadas Mundiais da Juventude. Ele gostava de falar da Europa que ‘respira com seus dois pulmões’.”
O sonho de um novo humanismo europeu – disse o Pontífice - é animado pelo respiro criativo e harmônico destes dois pulmões e pela civilização comum, que afunda suas raízes mais sólidas no cristianismo.
Uma das características do povo polonês é a “memória” – recordou Francisco – que sempre ficou encantado pela história de João Paulo II. Quando ele falava dos povos, partia sempre da sua história, buscando ressaltar seus tesouros humanos e espirituais.
Nesta perspectiva, o Bispo de Roma recordou os mil e cinquenta (1050) anos do Batismo da Polônia, celebrados recentemente: foi um momento forte de unidade nacional, que confirmou a concórdia na diversidade das opiniões.
Não pode haver diálogo sem partir da própria identidade – frisou o Pontífice, que aprofundou o aspecto da “memória”:
“Na vida de cada dia dos indivíduos e da sociedade, há dois tipos de memória: a ‘boa e a má’, a ‘positiva e a negativa’. A ‘memória boa’ é mostrada pela Bíblia no Magnificat, o Cântico de Maria, que louva o Senhor e a sua obra de salvação. Mas, a ‘memória negativa’ é a que fixa, com obsessão, o olhar da mente e do coração no mal cometido pelos outros”.
Referindo-se à recente história do povo polonês, o Papa agradeceu a Deus porque soube fazer prevalecer a ‘memória boa’, com a celebração, por exemplo, dos cinquenta anos do perdão mútuo, dado e recebido pelos episcopados da Polônia e da Alemanha, depois da II Guerra Mundial.
A iniciativa envolveu, inicialmente, apenas as Comunidades Eclesiais, mas, depois, desencadeou um processo social, político, cultural e religioso irreversível, que mudou as relações entre ambos os povos.
Aqui, Francisco recordou ainda a Declaração Conjunta entre a Igreja Católica da Polônia e a Igreja Ortodoxa de Moscou, que deu início a um processo de aproximação e fraternidade entre as duas Igrejas, mas também entre os dois povos:
“Assim a nobre nação polonesa mostra como se pode desenvolver a ‘memória boa’ e rejeitar a ‘má’. Por isso, são necessárias uma esperança e uma confiança firmes em quem guia o destino dos povos, abre as portas fechadas, transforma as dificuldades em oportunidades e cria novos cenários até mesmo impossíveis”.
Neste sentido, - acrescentou o Santo Padre - a consciência do caminho percorrido e a alegria das metas alcançadas dão força e serenidade para enfrentar os desafios atuais: econômicos, ambientais e migratórios.
Este último exige um suplemento de sabedoria e misericórdia, para superar os temores e produzir um bem maior: acolhida dos que fogem das guerras e da fome; solidariedade com os que estão privados dos seus direitos fundamentais; direito de professar, com liberdade e segurança, a própria fé.
Por isso, - advertiu o Bispo de Roma - devem ser estimuladas as colaborações e as sinergias em nível internacional, para se encontrar soluções para os conflitos e as guerras, que forçam tantas pessoas a deixar as suas casas e a sua pátria:
“Trata-se, pois, de fazer o possível para aliviar os sofrimentos dos migrantes e trabalhar, com inteligência e sem cessar, pela justiça e a paz, dando testemunho dos valores humanos e cristãos. À luz da sua história milenária, convido a nação polonesa a olhar com esperança o futuro, em clima de respeito e de diálogo construtivo, favorecendo o crescimento civil, econômico e demográfico”.
O Papa concluiu seu discurso pedindo ao governo polonês políticas sociais apropriadas para a família, sobretudo as mais frágeis e pobres, e para a vida, que deve ser acolhida e protegida. “Que Nossa Senhora de Częstochowa abençoe e proteja a Polônia!” 
Depois do encontro com as autoridades civis e religiosas e o Corpo Diplomático, no pátio do Castelo de Wawel, o Santo Padre manteve um encontro particular com o Presidente da Polônia, Andrzej Duda.
Ao mesmo tempo, o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, encontrou a Primeira Ministra polonesa, Beata Maria Szydlio, na presença do Substituto de Estado e do Núncio Apostólico e de duas autoridades governamentais.
Por fim, o Pontífice se transferiu à vizinha Catedral de Cracóvia, para um encontro com os Bispos da Polônia. Assim, o Papa conclui seu primeiro dia de atividades em terras polonesas. (MT)
Assista:


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Papa Francisco:
"O mundo está em guerra, porque perdeu a paz"
Cidade do Vaticano (RV) – Durante a viagem para a Polônia, o Papa Francisco encontrou os  jornalistas de 15 países presentes no voo da Alitália.
Antes de saudar pessoalmente cada um, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Lombardi, pediu ao Santo Padre algumas palavras sobre como vive estes últimos acontecimentos no mundo e como vê o encontro com os jovens neste contexto atual. Eis o que respondeu:
Trabalhemos pela paz!
“Uma palavra que – sobre isto dizia Padre Lombardi -  se repete tanto é “insegurança”. Mas a verdadeira palavra é “guerra”. Há tempos dizemos que “o mundo está em guerra em partes”. Esta é a guerra. Houve aquela de 1914 com os seus métodos; depois a de 39 a 45; uma outra grande guerra no mundo, e agora existe esta. Não é tão orgânica, talvez; organizada, sim, mas orgânica, digo; mas é guerra. Este santo sacerdote que morreu precisamente no momento em que fazia a oração por toda a Igreja, é “um”; mas quantos cristãos, quantos inocentes, quantas crianças… Pensemos na Nigéria, por exemplo: “Mas, lá é a África!”. Esta é a guerra! Não tenhamos medo de dizer esta verdade: o mundo está em guerra, porque perdeu a paz”.
O Papa também agradeceu o trabalho nesta Jornada da Juventude:
“A juventude sempre nos fala de “esperança”. Esperemos que os jovens nos digam algo que nos dê um pouco mais de esperança, neste momento. Pelo fato de ontem, também eu gostaria de agradecer a todos aqueles que expressaram seu pesar, de modo especial o Presidente da França que quis telefonar para mim, como um irmão. Agradeço a ele”.
Ao final, o Santo Padre fez questão de esclarecer que esta não é guerra de religiões:
“Uma só palavra gostaria de dizer para esclarecer. Quando eu falo de “guerra”, falo de guerra seriamente, não de “guerra de religiões”: não. Existe guerra de interesses, existe guerra pelo dinheiro, existe guerra pelos recursos da natureza, existe guerra pelo domínio dos povos: esta é a guerra. Alguém pode pensar: "Está falando de guerra de religiões”: não! Todas as religiões, queremos a paz. A guerra, a querem os outros. Entendido?”. (JE)
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                                                                                           Fonte: radiovatica.va

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