A Boa Nova da família
A Igreja tem um modelo próprio de família. Proclama-a como boa nova para a humanidade. E o faz por duas razões:
Primeiro, porque
se trata de uma obra de Deus. De fato, o ser humano não foi criado por Deus
como indivíduo, mas como casal. Criou-o homem e mulher, declarando não ser bom
o homem viver só.
Segundo, porque
a família é fonte de graças e de vida. Está baseada num sacramento, sinal
eficaz e permanente das graças divinas, não só para garantir sua unidade e
indissolubilidade, mas também para proporcionar felicidade a seus membros e
amparar a vida que nela se gera.
Família: caminho para a plena realização humana e para a santidade |
A boa nova da
família se concretiza no relacionamento familiar. O ser humano não é indivíduo,
mas família. Retrata e concretiza quatro relações fundamentais, simbolizando o
mistério da SS. Trindade: conjugal, paterna, filial e fraterna, concretizadas nas pessoas queridas dos esposos, dos pais, dos filhos e dos irmãos. É neste
aconchego que a vida humana se desenvolve e realiza. Pessoa quer dizer relação.
Quanto mais alguém se relaciona, mais pessoa é e, inversamente, quanto mais se
fecha sobre si mesmo, mais indivíduo e menos pessoa se torna.
A Igreja
proclama a boa nova da família. O Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica
Familiaris Consotio, garante que o futuro da humanidade passa pela família.
Evidentemente trata-se do modelo da família que a Igreja propõe, baseada na
Revelação divina. Por isso o Papa Bento XVI declara este modelo de família
patrimônio da humanidade. Significa que deve se investir nela para preservá-la
e promovê-la.
A promoção da
família envolve quatro atitudes básicas: Primeiro é preciso amá-la. É o que
temos de mais precioso em nossa vida. Merece nosso tempo e dedicação. Segundo,
o dever anunciar esta boa nova à humanidade como modo sublime de convivência e
de realização humana. Terceiro, a preparação para ela, para que produza os devidos
frutos de convivência e de fecundidade. Quarto, o amparo às famílias em crise,
para que recuperem seu ideal original e voltem ao primeiro amor, realizem seu
primeiro sonho em toda a sua profundidade e se relacionem de modo cada vez mais
profundo e amoroso, no plano do amor conjugal, da paternidade responsável e da
fraternidade acolhedora.
Creio na família
Creio, Senhor,
na família: tal como saiu de vosso projeto criador, fundada sobre a rocha do
amor eterno e fecundo. Vós a escolhestes como vossa morada entre nós, vós
a quisestes como berço da vida.
Creio, Senhor na
família: também quando em nossas casas entra a sombra da Cruz, quando o amor
perde seu fascínio originário, quando tudo se torna árduo e penoso.
Creio, Senhor,
na família: como sinal luminoso de esperança em meio à crise de nosso tempo; como
fonte de amor e de vida. Como contrapeso das muitas agressões do egoísmo e da
morte.
Creio, Senhor,
na família: como meu caminho para a realização humana plena, como minha vocação
à santidade, como minha missão para transformar o mundo à imagem de vosso
Reino, Amém. (E. Masseroni)
Dom Dadeus
Grings - Arcebispo Emérito de Porto Alegre
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Fonte: a12.com
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