5º Domingo da Páscoa
Evangelho: Jo 15,1-8
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Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, ele corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que vos falei. Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer. Quem não permanecer em mim será lançado fora, como um ramo, e secará. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se permanecerdes em mim, e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.
"Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer." |
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Reflexão
Somente a videira pode dar vida aos ramos
A liturgia da
palavra deste domingo do tempo pascal nos convida a uma união profunda com o
Senhor, a fim de produzirmos frutos. Os capítulos 13 e 14 e os capítulos 15 e
16 possuem de tal forma temas recorrentes, que os capítulos 15 e 16 parecem ser
quase uma duplicata dos dois capítulos precedentes. Seja como for, para o
leitor habitual do evangelho essas repetições servem para aprofundar temas
importantes do quarto evangelho.
"Nisto meu Pai é glorificado: que deis muitos frutos e vos torneis meus discípulos." |
O nosso texto de
hoje é uma alegoria. A afirmação do v. 1 parece apresentar a possibilidade de
haver uma “videira falsa”. No entanto, o evangelho não informa explicitamente
ao leitor do que, propriamente, se trata e o que seria essa videira falsa.
Jesus é o tronco ao qual os ramos, símbolo dos discípulos, estão ligados.
Ligados à videira é que os ramos recebem a seiva que possibilita produzir bom
fruto. Somente a videira pode dar vida aos ramos; somente Jesus pode dar
verdadeira vida aos discípulos que nele produzem os frutos. Daí o apelo de
Jesus para que os discípulos “permaneçam” nele. Nesses poucos versículos, o
verbo “permanecer” aparece oito vezes. Com isso é apresentado o tema importante
do trecho que estamos considerando: trata-se de aceitar se deixar in-habitar
por Jesus e por sua palavra e viver a vida nele.
A fecundidade de
nossa vida depende de nossa união com o Senhor através da oração. É através
desse encontro pessoal que o Senhor nos “poda”, nos purifica para que possamos
produzir ainda mais frutos. Mas qual é o fruto esperado do discípulo que
permanece unido a Cristo? Embora o trecho de hoje não nos diga explicitamente,
podemos concluir a partir de outros textos que é o amor que deve ir além das
palavras para se concretizar em obras e em verdade (cf. 1Jo 3,18). Santo Inácio
de Loyola diz que “o amor se põe mais em gestos que em palavras”. O Filho está
profundamente unido ao Pai, por isso ele faz o que ele vê o Pai fazer (cf. Jo
5,19-20). Nossa participação na ação de Jesus é a realização do amor:
“permanecei no meu amor”, diz Jesus (Jo 15,9). Se o amor humano é portador de
fecundidade, o amor divino o é muito mais. Ele produz obras boas, que iluminam
e dão sentido a toda a existência humana.
Reflexão: paulinas.org.br Banner: news.va Ilustrações: franciscanos.org.br
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