Festa da Santíssima Trindade
Moisés falou ao
povo, dizendo:
“Interroga os
tempos antigos que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a
terra, e investiga, de um extremo ao outro dos céus, se houve jamais um
acontecimento tão grande ou se ouviu algo semelhante.
Existe, por
ventura, algum povo que tenha ouvido a voz de Deus falando-lhe do meio do fogo,
como tu ouviste, e tenha permanecido vivo?
Ou terá jamais
algum Deus vindo escolher para si um povo entre as nações, por meio de
provações, de sinais e prodígios, por meio de combates, com mão forte e braço
estendido, e por meio de grandes terrores, como tudo o que por ti o Senhor
vosso Deus fez no Egito, diante de teus próprios olhos?
Reconhece, pois,
hoje, e grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá
embaixo na terra, e que não há outro além dele.
Guarda suas leis
e seus mandamentos, que hoje te prescrevo, para que sejas feliz, tu e teus
filhos depois de ti, e vivas longos dias sobre a terra que o Senhor teu Deus te
vai dar para sempre”.
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Salmo: 32
– Feliz o
povo que o Senhor escolheu por sua herança.
– Feliz o
povo que o Senhor escolheu por sua herança.
– Reta é a
palavra do Senhor,/ e tudo o que ele faz merece fé./ Deus ama o
direito e a justiça,/transborda em toda a terra a sua graça.
– A palavra
do Senhor criou os céus,/ e o sopro de seus lábios, as estrelas./ Ele
falou e toda a terra foi criada,/ ele ordenou e as coisas todas existiram.
– Mas o
Senhor pousa o olhar sobre os que o temem,/ e que confiam esperando em seu
amor,/para da morte libertar as suas vidas/ e alimentá-los quando é tempo
de penúria.
– No Senhor
nós esperamos confiantes,/ porque ele é nosso auxílio e proteção!/ Sobre
nós venha, Senhor, a vossa graça,/ da mesma forma que em vós nós
esperamos!
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2ª Leitura: Rm 8,14-17
Todos
aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
De fato,
vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo, mas
recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: Abá, ó
Pai!
O próprio
Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus.
E, se somos
filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se
realmente sofremos com ele, é para sermos também glorificados com ele.
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Evangelho: Mt 28, 16-20
Os onze
discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado.
Quando viram
Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram.
Então Jesus
aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto,
ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho
e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis
que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”.
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Reflexão
Pela fé entramos no mistério de Deus
A revelação da
Santíssima Trindade nos permite tomar consciência de que Deus é uma comunhão de
três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O termo “trindade” não aparece
no Novo Testamento. O termo é fruto da abstração própria da teologia que busca
compreender o conteúdo próprio da fé cristã.
O que Deus é,
ele nos deu a conhecer ao longo de toda a história vivida como o lugar da
manifestação do seu plano de salvação. O conhecimento de Deus só é possível
através da revelação, só é possível se Deus se mostra. Para a tradição bíblica,
o que Deus é só pode ser dito narrativamente, isto é, na longa história de sua
revelação ao seu povo até chegar à plenitude dos tempos em que Deus enviou ao
mundo o seu Filho único, nascido de uma mulher (Gl 4,4).
Em toda a história
Deus se revelou como um Deus próximo, que caminha, orienta e conduz o seu povo.
Na plenitude dos tempos Deus armou a sua tenda no meio de nós (Jo 1,14). Essa
peregrinação de Deus na história da humanidade foi revelando pouco a pouco o
seu rosto. Mas, na plenitude dos tempos, pela encarnação do Verbo eterno de
Deus em Jesus de Nazaré, nós pudemos conhecer Deus sem sombra, sem véu (Mc
15,38), pois Jesus Cristo é a imagem do Deus invisível (Cl 1,15); estando
diante dele, estamos diante de Deus mesmo (Jo 14,9-10).
O que Deus é
desde toda a eternidade só pôde ser conhecido a partir da ressurreição de Jesus
Cristo e com a graça do Espírito Santo. O que era desde toda a eternidade nós
só chegamos a compreender depois: o último na ordem da compreensão é o primeiro
na ordem do ser. Deus é amor (1Jo 4,8). A criação, a encarnação do Verbo de
Deus, a redenção, tudo é fruto do amor de Deus pela humanidade. Um amor que não
condena nem exclui quem quer que seja, mas que a todos, indistintamente,
oferece a sua salvação.
Cada um dos
evangelhos, cada qual a seu modo, apresenta a dificuldade dos discípulos de
entrar no mistério de Deus revelado em Jesus Cristo. Essa dificuldade
continua a ser nossa contemporânea. O que Deus é não se pode conhecer
simplesmente por um esforço racional. A experiência própria da fé é que permite
entrar nos umbrais do mistério de Deus. O Espírito Santo não realiza uma nova
revelação, mas retoma as palavras de Jesus para que possamos compreendê-las,
colocando-as no mais íntimo do coração humano para sermos testemunhas do amor
de Deus entre todas as pessoas.
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustração: folhetosdecanto.com
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