O Papa recorda
as três palavras-chave para a paz na família
Cidade do Vaticano (RV) – “Com
licença, obrigado e desculpas”: estas foram as palavras-chave da catequese
proferida nesta quarta-feira (13/05) pelo Papa Francisco, na audiência geral.
Segundo explicou, suas reflexões semanais terão como fulcro, a partir de agora,
a vida real, cotidiana das famílias, em cuja porta, elas devem estar
escritas.
Rezemos sempre à Mãe de Deus |
A Praça São
Pedro, iluminada e aquecida pelo sol de primavera, ficou lotada pela multidão
de fiéis e turistas que acolheram com carinho o Papa quando entrou para a
habitual volta com o Papamóvel. Francisco se deteve em oração alguns instantes
diante de uma réplica da imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Durante a audiência geral de quarta-feira, 13 de maio, o Papa pediu ao leitor português presente na Praça que rezasse em voz alta uma Ave Maria em nossa língua, lembrando o dia em que a Igreja recorda Nossa Senhora de Fátima.
“Peço a meu irmão português, neste dia de Nossa Senhora de Fátima, que reze com todos em português” a Ave Maria, disse Francisco.
Reflexões
Prosseguindo
suas reflexões preparatórias para o Sínodo de outubro próximo, o Pontífice
voltou sobre a questão da ‘boa educação’, lembrando que aquelas três palavras,
que já citou outras vezes no passado, são simples, mas ao mesmo tempo difíceis
de colocar na prática. E quando não são usadas, podem-se abrir ‘rachaduras’ que
levam as famílias a ‘desmoronar’.
Mas o hábito de
ser ‘bem educado’ não pode se traduzir apenas em formalismo, em aridez –
ressalvou Francisco, lembrando o provérbio “Por trás das boas maneiras
escondem-se maus hábitos” e citando “o diabo, que quando tentou Jesus, parecia
um cavalheiro”.
A boa educação
deve ser entendida nos seus termos autênticos: o estilo das relações deve ser
profundamente radicado no amor do bem e no respeito do outro. A família vive da
‘fineza’ de se querer bem.
Três palavras
O Papa começou
pela palavra ‘licença’, explicando que “entrar na vida do outro, mesmo que faça
parte da nossa, requer a delicadeza de um comportamento não invasor.
Que o Senhor nos ajude a colocar essas três palavras em nosso coração e em nossa vida |
“A intimidade
não autoriza a dar tudo por certo. Quanto mais íntimo e profundo o amor,
mais exige respeito da liberdade e a capacidade de aguardar que o outro abra as
portas de seu coração”.
A segunda
palavra, ‘obrigado’, nos lembra que na nossa civilização atual, a gentileza e a
capacidade de agradecer são vistas às vezes como um sinal de fraqueza.
“Sejamos
intransigentes na educação à gratidão: a dignidade da pessoa e a justiça social
passam por aqui. Se a vida familiar subestima este estilo, a vida social também
o perderá. A gratidão, para quem crê, está no coração da fé: um cristão que não
sabe agradecer é alguém que esqueceu a linguagem de Deus”, repetiu duas vezes.
Improvisando, o
Papa revelou ter conhecido uma senhora de muita ‘sabedoria’, que dizia que “a
gratidão é uma planta que cresce somente na terra de pessoas de alma nobre”.
Enfim, o termo
‘desculpa’, palavra difícil, mas muito necessária, afirmou o Papa, mencionando
a oração do Pai Nosso: “Perdoai-nos as nossa ofensas, assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido”.
“Se não formos
capazes de pedir desculpas, não seremos capazes de perdoar. Nas casas aonde não
se pede desculpas, falta ar e feridas começam a se abrir. Também na vida de
casal briga-se muitas vezes, mas o conselho do Papa é sempre o mesmo: nunca
terminar o dia sem fazer as pazes, e para isso, é suficiente um pequeno gesto..
pode ser até um carinho, sem palavras...”.
Concluindo,
Francisco reiterou que “estas três palavras são tão simples que até podem nos
fazer sorrir... mas quando as esquecemos, não é muito engraçado”.
“Que o
Senhor nos ajude a colocá-las no lugar certo, no nosso coração, em nossas casas
e também na convivência civil”, completou, convidando a Praça a repetir com ele
as três palavras-chave e a invocação de fazer as pazes com a família antes de
ir dormir. (CM)
...........................................................................................................................
Fonte: radiovaticana.va news.va
Nenhum comentário:
Postar um comentário