Anunciar Cristo construindo pontes, nada de agressão
Cidade do
Vaticano - Quarta-feira é dia de Audiência Geral no Vaticano e o Papa Francisco
se reuniu com milhares de fiéis e peregrinos na Praça São Pedro não obstante o
mau tempo.
Em sua
catequese, o Pontífice deu prosseguimento à sua “viagem” com o livro dos Atos
dos Apóstolos, comentando o capítulo 17: “Esse, pois, que vós honrais, não o
conhecendo, é o que eu vos anuncio”.
Olhos de fé
Este trecho
narra a chegada de Paulo ao coração da Grécia: Atenas. Ali, o Apóstolo tem um
impacto com o paganismo, mas ao invés de fugir, busca uma ponte para dialogar
com aquela cultura, reunindo-se com as pessoas mais significativas.
“Paulo não olha
a cidade de Atenas e o mundo pagão com hostilidade, mas com os olhos da fé”,
explicou Francisco.
E isso nos faz
interrogar sobre o nosso modo de olhar as nossas cidades: “Nós as observamos
com indiferença? Com desprezo? Ou com a fé que reconhece os filhos de Deus em
meio às multidões anônimas?”, questionou o Papa.
Abrir uma brecha
Paulo escolhe o
olhar que o leva a abrir uma brecha entre o Evangelho e o mundo pagão. No
coração de uma das instituições mais célebres do mundo antigo, o Areópago, ele
realiza um extraordinário exemplo de inculturação da mensagem da fé: anuncia
Jesus Cristo aos adoradores de ídolos, e não o faz agredindo, mas fazendo ponte,
“pontífice”.
Em seu discurso,
o Apóstolo se inspira no altar da cidade, dedicado a um “deus desconhecido”,
para então anunciar Aquele que os homens ignoram, e todavia conhecem-No: o
Ignorado-Conhecido, disse o Papa, citando uma expressão de Bento XVI E convida
todos a irem além dos templos da ignorância e a optarem pela conversão em vista
do juízo iminente. Paulo chega assim ao kerygma e faz alusão a
Cristo, sem citá-lo.
Construir pontes
A este ponto, a
pregação do Apóstolo encontra um desafio: a morte e a ressurreição de Cristo é
interpretada como tolice e suscita zombaria e escárnio. Paulo se afasta e a sua
tentativa está prestes a falir quando alguns aderem à sua palavra e se abrem à
fé.
“Peçamos também
nós hoje ao Espírito Santo, concluiu Francisco, que nos ensine a construir
pontes com a cultura, com quem não crê ou com quem tem um credo diferente do
nosso. Sempre construir pontes, com a mão estendida, nada de agressão. Peçamos
a capacidade de inculturar com delicadeza a mensagem da fé, depositando sobre
quem não conhece Cristo um olhar contemplativo, movido por um amor que aquece
os corações mais endurecidos.”
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Assista:
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Fonte: vaticannews.va
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