sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Viagem Apostólica do Papa

Francisco encontra Primeira Ministra de Bangladesh

Daca (RV) - O primeiro compromisso do Papa Francisco na tarde desta sexta-feira foi o encontro com a Primeira Ministra de Bangladesh, Sra. Shekh Hasina, na Nunciatura Apostólica em Daca.
Papa Francisco com a Primeira Ministra de Bangladesh, Sra. Shekh Hasina 
Nascida em 1947, é filha do “Pai da Nação”, o Xeique Mujibur Rahman.
Em 1968 casou-se com o renomado cientista nuclear M. Wazed Miah. Formou-se na Faculdade de Letras na Universidade de Daca em 1973.
Eleita vice-Presidente da União Estudantil do “Eden Girls College”, participou ativamente das revoltas populares de 1969.
Em 15 de agosto de 1975 toda a família do Xeique Mujibur foi assassinada pelo exército rebelde. Ela e sua irmã, por estarem em visita à Alemanha Ocidental, sobreviveram ao massacre.
Foi eleita Presidente da Liga Awami enquanto estava no exílio.
Em 1986 tornou-se líder da oposição no Parlamento. Em 23 de junho de 1996 assume o cargo de Primeira Ministra, cargo renovado em 2008 e 2014. É viúva e tem dois filhos.
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Papa Francisco:
"Pobres e refugiados, primeira opção da Igreja"
tem um dia repleto de compromissos: à tarde, depois de visitar a Catedral de Santa Maria, no centro de Daca, foi à casa para sacerdotes idosos que faz parte do complexo e ali se encontrou com os dez bispos do país. Recebeu uma saudação formal do Cardeal Patrick D’Rozario, Presidente da Conferência Episcopal e arcebispo de Daca, e em seguida, fez o seu discurso.
Francisco começou mencionando a sua experiência pessoal em Aparecida (SP), quando em 2007 foi lançada a Missão Continental na América do Sul, e a realidade da comunhão, espírito de colegialidade e apoio mútuo que caracteriza a Igreja em Bangladesh.
O Papa prosseguiu pedindo que os bispos demonstrem uma proximidade maior aos fiéis leigos, promovendo a sua real participação na vida das Igrejas particulares e frisando a importância de garantir que as vocações para o sacerdócio e a vida religiosa sejam bem preparadas. 
Enalteceu ainda a atividade social realizada pela Igreja em prol das famílias, o empenho na promoção das mulheres, e antes de tudo, a opção pelos pobres indicada no Plano Pastoral: A Comunidade católica no Bangladesh pode orgulhar-se da sua história de serviço aos pobres, especialmente nas áreas mais remotas e nas comunidades tribais, mencionou.
Neste país onde a diversidade étnica reflete a diversidade das tradições religiosas, o Papa ressaltou aos bispos a importância de sua participação na reunião inter-religiosa e ecumênica (prevista para imediatamente depois deste encontro). E convidou os bispos a trabalhar incessantemente por construir pontes e promover o diálogo, porque - segundo o Papa - estes esforços não só facilitam a comunicação entre diferentes grupos religiosos, mas despertam também as energias espirituais necessárias para a obra de construção da nação na unidade, na justiça e na paz.
“Quando os líderes religiosos se pronunciam publicamente, a uma só voz, contra a violência revestida de religiosidade e procuram substituir a cultura do conflito pela cultura do encontro, prestam um serviço inestimável ao futuro dos seus países e do nosso mundo, ensinando aos jovens o caminho da justiça”, afirmou.
O Papa terminou pedindo “que o Espírito Santo conceda ‘a todos nós’ a força para anunciar a novidade do Evangelho com ousadia (parresia), em voz alta e em todo o tempo e lugar, mesmo contracorrente”.  
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Francisco:
Cultura do encontro,
diálogo e colaboração a serviço da família humana
aca (RV) - Realizou-se, nesta sexta-feira (1º/12), no Arcebispado de Daca, Bangladesh, o encontro inter-religioso e ecumênico pela paz, no âmbito da 21ª viagem apostólica do Papa Francisco.
Antes do discurso do Pontífice, houve danças tradicionais, hinos, a saudação do Arcebispo de Daca, Cardeal Patrick D'Rozario, e de cinco representantes das comunidades religiosas e da sociedade civil, e também o canto pela paz. “O desejo de harmonia, fraternidade e paz encarnado nos ensinamentos das religiões do mundo”, caracterizou esse momento.
O Papa agradeceu ao Cardeal D'Rozario, suas amáveis palavras de boas-vindas e a todos que o acolheram calorosamente em nome das comunidades muçulmana, hinduísta, budista e cristã, e da sociedade civil. Francisco agradeceu ao Bispo anglicano de Daca, às várias comunidades cristãs e a todos aqueles que tornaram possível este encontro.
“O nosso encontro, que reúne os representantes das diversas comunidades religiosas deste país, constitui um momento muito significativo da minha visita a Bangladesh. Reunimo-nos para aprofundar a nossa amizade e para expressar o desejo comum do dom duma paz genuína e duradoura”, disse o Pontífice em seu discurso.
“Que o nosso encontro desta tarde seja um sinal claro dos esforços empreendidos pelos líderes e seguidores das religiões presentes neste país para viverem juntos no respeito mútuo e na boa vontade. Em Bangladesh, onde o direito à liberdade religiosa é um princípio fundamental, que este compromisso seja um apelo respeitoso, mas firme, a quem procura fomentar divisão, ódio e violência em nome da religião.”
Segundo o Papa, “constitui um sinal particularmente reconfortante dos nossos tempos o fato de os fiéis e pessoas de boa vontade se sentirem cada vez mais chamados a cooperar na formação duma cultura do encontro, diálogo e colaboração a serviço da família humana. Isto requer mais do que simples tolerância; estimula-nos a estender a mão ao outro numa atitude de mútua confiança e compreensão, para construir uma unidade que considere a diversidade, não como ameaça, mas como potencial fonte de enriquecimento e crescimento. Anima a exercitar-nos na abertura do coração, para ver os outros como um caminho e não como um obstáculo.”
A seguir, Francisco citou algumas características essenciais dessa «abertura do coração», condição para uma cultura do encontro.
A primeira, “é uma porta. “Não é uma teoria abstrata, mas uma experiência vivenciada. Permite-nos empreender, não um mero intercâmbio de ideias, mas um diálogo de vida. Requer boa vontade e acolhimento, mas não deve ser confundida com a indiferença ou a hesitação em expressar as nossas convicções mais profundas. Comprometer-se frutuosamente com o outro significa partilhar as nossas diferentes identidades religiosas e culturais, mas sempre com humildade, honestidade e respeito.”
Segundo o Papa, “a abertura do coração é semelhante também a uma escada que alcança o Absoluto. Ao lembrar esta dimensão transcendente da nossa atividade, damo-nos conta da necessidade de purificar os nossos corações, para podermos ver todas as coisas na sua verdadeira perspectiva. Passo a passo, tornar-se-á mais clara a nossa visão e receberemos a força para perseverar no compromisso de compreender e valorizar os outros e o seu ponto de vista. Assim, encontraremos a sabedoria e a força necessárias para estender a todos a mão da amizade”.
Por fim, “a abertura do coração é também um caminho, que leva à busca da bondade, justiça e solidariedade. Induz a procurar o bem do nosso próximo. Assim exortou São Paulo, em sua carta aos cristãos de Roma: «Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem». Trata-se de um sentimento que todos nós podemos imitar. A solicitude religiosa pelo bem do nosso próximo, que brota dum coração aberto, flui como um grande rio, irrigando as terras áridas e desertas do ódio, da corrupção, da pobreza e da violência que lesa imensamente as vidas humanas, divide as famílias e desfigura o dom da criação.”
Segundo Francisco, “as várias comunidades religiosas de Bangladesh abraçaram de modo particular este caminho no compromisso pelo cuidado da terra, nossa casa comum, e na resposta aos desastres naturais que afligiram a nação nos últimos anos. Penso também na manifestação coletiva de pesar, oração e solidariedade que se seguiu ao trágico desabamento do Rana Plaza, que permanece gravado na mente de todos. Nestas expressões, vemos como o caminho da bondade leva à cooperação no serviço aos outros”.
“Um espírito de abertura, aceitação e cooperação entre os fiéis não é simplesmente mais uma contribuição para uma cultura de harmonia e de paz; é o seu coração pulsante. Quanto necessita o nosso mundo que este coração bata com força, para contrastar o vírus da corrupção política, as ideologias religiosas destrutivas, a tentação de fechar os olhos às necessidades dos pobres, dos refugiados, das minorias perseguidas e dos mais vulneráveis! Quanta abertura é necessária para acolher as pessoas ao nosso redor, especialmente os jovens que às vezes se sentem sozinhos e confusos na busca do sentido da vida!”
O Papa concluiu o seu discurso, agradecendo aos líderes religiosos pelos esforços na promoção da cultura do encontro, e reza para que todos os fiéis possam ser ajudados a crescer na “sabedoria e na santidade e a colaborarem na construção de um mundo cada vez mais humano, unido e pacífico”.
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Papa a Rohingyas:
Peço-vos perdão em nome de quem vos perseguiu
Daca (RV) - A vossa tragédia é muito dura e dolorosa, mas vos damos espaço no coração. Em nome de todos aqueles que vos perseguiram, que vos fizeram mal, peço perdão. Com essas palavras, o Papa Franciscodirigiu-se esta sexta-feira (01/12) em Bangladesh a um grupo de refugiados Rohingya, 16 pessoas que fugiram de Mianmar. O Santo Padre as recebeu ao término do encontro inter-religioso e ecumênico em favor da paz realizado na capital Daca.
Também estes irmãos e irmãs são a imagem do Deus vivo. Uma tradição de vossa religião diz que Deus pegou a água e jogou sal nela, a alma dos homens. Todos trazemos o sal de Deus dentro de nós. Também estes irmãos e irmãs.
Faço apelo ao vosso grande coração a fim de que seja capaz de conceder-nos o perdão que pedimos, disse o Pontífice falando diretamente a eles espontaneamente, ou seja, sem um texto previamente preparado.
Continuemos fazendo-nos próximos deles a fim de que seus direitos sejam reconhecidos. Não fechemos o nosso coração, não desviemos o olhar para o outro lado. A presença de Deus hoje se chama também Rohingya. Cada um tem a sua resposta, concluiu Francisco.
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                                                                                          Fonte: radiovaticana.va   news.va

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