Francisco encontra Primeira Ministra de Bangladesh
Daca (RV) - O
primeiro compromisso do Papa Francisco na tarde desta sexta-feira foi o
encontro com a Primeira Ministra de Bangladesh, Sra. Shekh Hasina, na
Nunciatura Apostólica em Daca.
Papa Francisco com a Primeira Ministra de Bangladesh, Sra. Shekh Hasina |
Nascida em 1947,
é filha do “Pai da Nação”, o Xeique Mujibur Rahman.
Em 1968 casou-se
com o renomado cientista nuclear M. Wazed Miah. Formou-se na Faculdade de
Letras na Universidade de Daca em 1973.
Eleita
vice-Presidente da União Estudantil do “Eden Girls College”, participou
ativamente das revoltas populares de 1969.
Em 15 de agosto
de 1975 toda a família do Xeique Mujibur foi assassinada pelo exército rebelde.
Ela e sua irmã, por estarem em visita à Alemanha Ocidental, sobreviveram ao
massacre.
Foi eleita
Presidente da Liga Awami enquanto estava no exílio.
Em 1986 tornou-se
líder da oposição no Parlamento. Em 23 de junho de 1996 assume o cargo de
Primeira Ministra, cargo renovado em 2008 e 2014. É viúva e tem dois filhos.
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Papa Francisco:
"Pobres e refugiados, primeira opção da Igreja"
tem um dia
repleto de compromissos: à tarde, depois de visitar a Catedral de Santa
Maria, no centro de Daca, foi à casa para sacerdotes idosos que faz parte do
complexo e ali se encontrou com os dez bispos do país. Recebeu uma saudação
formal do Cardeal Patrick D’Rozario, Presidente da Conferência Episcopal e
arcebispo de Daca, e em seguida, fez o seu discurso.
Francisco
começou mencionando a sua experiência pessoal em Aparecida (SP), quando em 2007
foi lançada a Missão Continental na América do Sul, e a realidade da comunhão,
espírito de colegialidade e apoio mútuo que caracteriza a Igreja em Bangladesh.
O Papa
prosseguiu pedindo que os bispos demonstrem uma proximidade maior aos
fiéis leigos, promovendo a sua real participação na vida das Igrejas particulares
e frisando a importância de garantir que as vocações para o sacerdócio e a vida
religiosa sejam bem preparadas.
Enalteceu ainda
a atividade social realizada pela Igreja em prol das famílias, o
empenho na promoção das mulheres, e antes de tudo, a opção pelos
pobres indicada no Plano Pastoral: A Comunidade católica no Bangladesh
pode orgulhar-se da sua história de serviço aos pobres, especialmente
nas áreas mais remotas e nas comunidades tribais, mencionou.
Neste país onde
a diversidade étnica reflete a diversidade das tradições religiosas, o Papa
ressaltou aos bispos a importância de sua participação na reunião
inter-religiosa e ecumênica (prevista para imediatamente depois deste
encontro). E convidou os bispos a trabalhar incessantemente por construir
pontes e promover o diálogo, porque - segundo o Papa - estes esforços não só
facilitam a comunicação entre diferentes grupos religiosos, mas despertam
também as energias espirituais necessárias para a obra de construção da nação
na unidade, na justiça e na paz.
“Quando os
líderes religiosos se pronunciam publicamente, a uma só voz, contra a violência
revestida de religiosidade e procuram substituir a cultura do conflito pela
cultura do encontro, prestam um serviço inestimável ao futuro dos seus países e
do nosso mundo, ensinando aos jovens o caminho da justiça”, afirmou.
O Papa terminou
pedindo “que o Espírito Santo conceda ‘a todos nós’ a força para anunciar
a novidade do Evangelho com ousadia (parresia), em voz alta e em todo o
tempo e lugar, mesmo contracorrente”.
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Francisco:
Cultura do
encontro,
diálogo e colaboração a serviço da família humana
aca (RV) -
Realizou-se, nesta sexta-feira (1º/12), no Arcebispado de Daca, Bangladesh, o
encontro inter-religioso e ecumênico pela paz, no âmbito da 21ª viagem
apostólica do Papa Francisco.
Antes do
discurso do Pontífice, houve danças tradicionais, hinos, a saudação do
Arcebispo de Daca, Cardeal Patrick D'Rozario, e de cinco representantes das
comunidades religiosas e da sociedade civil, e também o canto pela paz. “O
desejo de harmonia, fraternidade e paz encarnado nos ensinamentos das religiões
do mundo”, caracterizou esse momento.
O Papa agradeceu
ao Cardeal D'Rozario, suas amáveis palavras de boas-vindas e a todos que o
acolheram calorosamente em nome das comunidades muçulmana, hinduísta, budista e
cristã, e da sociedade civil. Francisco agradeceu ao Bispo anglicano de Daca,
às várias comunidades cristãs e a todos aqueles que tornaram possível este
encontro.
“O nosso encontro,
que reúne os representantes das diversas comunidades religiosas deste país,
constitui um momento muito significativo da minha visita a Bangladesh.
Reunimo-nos para aprofundar a nossa amizade e para expressar o desejo comum do
dom duma paz genuína e duradoura”, disse o Pontífice em seu discurso.
“Que o nosso
encontro desta tarde seja um sinal claro dos esforços empreendidos pelos
líderes e seguidores das religiões presentes neste país para viverem juntos no
respeito mútuo e na boa vontade. Em Bangladesh, onde o direito à liberdade
religiosa é um princípio fundamental, que este compromisso seja um apelo
respeitoso, mas firme, a quem procura fomentar divisão, ódio e violência em
nome da religião.”
Segundo o Papa,
“constitui um sinal particularmente reconfortante dos nossos tempos o fato de
os fiéis e pessoas de boa vontade se sentirem cada vez mais chamados a cooperar
na formação duma cultura do encontro, diálogo e colaboração a serviço da
família humana. Isto requer mais do que simples tolerância; estimula-nos a
estender a mão ao outro numa atitude de mútua confiança e compreensão, para
construir uma unidade que considere a diversidade, não como ameaça, mas como
potencial fonte de enriquecimento e crescimento. Anima a exercitar-nos na
abertura do coração, para ver os outros como um caminho e não como um
obstáculo.”
A seguir,
Francisco citou algumas características essenciais dessa «abertura do
coração», condição para uma cultura do encontro.
A
primeira, “é uma porta. “Não é uma teoria abstrata, mas uma experiência
vivenciada. Permite-nos empreender, não um mero intercâmbio de ideias, mas um
diálogo de vida. Requer boa vontade e acolhimento, mas não deve ser
confundida com a indiferença ou a hesitação em expressar as nossas convicções
mais profundas. Comprometer-se frutuosamente com o outro significa
partilhar as nossas diferentes identidades religiosas e culturais, mas sempre
com humildade, honestidade e respeito.”
Segundo o Papa,
“a abertura do coração é semelhante também a uma escada que
alcança o Absoluto. Ao lembrar esta dimensão transcendente da nossa
atividade, damo-nos conta da necessidade de purificar os nossos corações, para
podermos ver todas as coisas na sua verdadeira perspectiva. Passo a passo,
tornar-se-á mais clara a nossa visão e receberemos a força para perseverar no
compromisso de compreender e valorizar os outros e o seu ponto de vista. Assim,
encontraremos a sabedoria e a força necessárias para estender a todos a mão da
amizade”.
Por fim, “a
abertura do coração é também um caminho, que leva à busca da
bondade, justiça e solidariedade. Induz a procurar o bem do nosso próximo. Assim
exortou São Paulo, em sua carta aos cristãos de Roma: «Não te deixes vencer
pelo mal, mas vence o mal com o bem». Trata-se de um sentimento que todos nós
podemos imitar. A solicitude religiosa pelo bem do nosso próximo, que
brota dum coração aberto, flui como um grande rio, irrigando as terras áridas e
desertas do ódio, da corrupção, da pobreza e da violência que lesa imensamente
as vidas humanas, divide as famílias e desfigura o dom da criação.”
Segundo
Francisco, “as várias comunidades religiosas de Bangladesh abraçaram de
modo particular este caminho no compromisso pelo cuidado da terra, nossa casa
comum, e na resposta aos desastres naturais que afligiram a nação nos últimos
anos. Penso também na manifestação coletiva de pesar, oração e
solidariedade que se seguiu ao trágico desabamento do Rana Plaza, que permanece
gravado na mente de todos. Nestas expressões, vemos como o caminho da bondade
leva à cooperação no serviço aos outros”.
“Um espírito de
abertura, aceitação e cooperação entre os fiéis não é simplesmente mais uma
contribuição para uma cultura de harmonia e de paz; é o seu coração
pulsante. Quanto necessita o nosso mundo que este coração bata com força,
para contrastar o vírus da corrupção política, as ideologias religiosas
destrutivas, a tentação de fechar os olhos às necessidades dos pobres, dos
refugiados, das minorias perseguidas e dos mais vulneráveis! Quanta
abertura é necessária para acolher as pessoas ao nosso redor, especialmente os
jovens que às vezes se sentem sozinhos e confusos na busca do sentido da vida!”
O Papa concluiu
o seu discurso, agradecendo aos líderes religiosos pelos esforços na promoção
da cultura do encontro, e reza para que todos os fiéis possam ser ajudados a
crescer na “sabedoria e na santidade e a colaborarem na construção de um mundo
cada vez mais humano, unido e pacífico”.
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Papa a
Rohingyas:
Peço-vos perdão em nome de quem vos perseguiu
Daca (RV) -
A vossa tragédia é muito dura e dolorosa, mas vos damos espaço no
coração. Em nome de todos aqueles que vos perseguiram, que vos fizeram
mal, peço perdão. Com essas palavras, o Papa Franciscodirigiu-se esta
sexta-feira (01/12) em Bangladesh a um grupo de refugiados Rohingya, 16
pessoas que fugiram de Mianmar. O Santo Padre as recebeu ao término do encontro
inter-religioso e ecumênico em favor da paz realizado na capital Daca.
Também estes
irmãos e irmãs são a imagem do Deus vivo. Uma tradição de vossa religião diz
que Deus pegou a água e jogou sal nela, a alma dos homens. Todos trazemos o sal
de Deus dentro de nós. Também estes irmãos e irmãs.
Faço apelo ao
vosso grande coração a fim de que seja capaz de conceder-nos o perdão que
pedimos, disse o Pontífice falando diretamente a eles espontaneamente, ou seja,
sem um texto previamente preparado.
Continuemos
fazendo-nos próximos deles a fim de que seus direitos sejam reconhecidos. Não
fechemos o nosso coração, não desviemos o olhar para o outro lado. A
presença de Deus hoje se chama também Rohingya. Cada um tem a sua resposta,
concluiu Francisco.
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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